Um novo início

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Anabelle
Hoje faz semanas que sai hospital. Fomos direto para o meu antigo apartamento. Estava do jeito que deixei, Lanna tinha colocado as minhas coisas que estavam encaixotada volta no lugar. Tava tudo organizado, como sempre. Acho que ela estava tentando fazer com que esquecesse um pouco de Luke.

Passei os dias todos em casa, Lanna insistiu em ficar comigo. Não sabia o que fazer, nem por onde começar, me sentia vazia. Queria só dormir.
- Ooii.. cheguei e trouxe comida japonesa.
Escuto a voz de Lanna. Estou no quarto folheando um livro que Luke amava. Deixo o livro de lado e saio do quarto.
- Oi. Estava lendo. Como foi no trabalho??
-Foi bom - começa a dizer, mas para ao observar minha roupa. Estou vestida com uma camisa de Luke - Você passou o dia em casa?
- Sim. -Ela me olha com o olhar duro.
- Você não pode continuar assim. Sei que é difícil, mas tem que superar.
- Superar! Eu nunca irei superar Luke. Eu o amava. Se não fosse aquele maldito acidente, nos hoje seríamos uma família - falo chorando, com raiva, de Luke, daqueles rapazes, raiva de mim por ter sobrevivido e ter que ficar sozinha - Você não entende.
- Eu não entendo ele era a minha família, era tudo que eu tinha, você acha que foi facil pra mim superar tudo sozinha. Enquanto você tava no hospital, eu tive que seguir só, sem ele, sem você. Não esqueça eu também o amava. Porra ele era meu irmão. - fala gritando, sem me dar tempo de falar - Não pense que é a única que se importa, eu nunca irei esquecer de Luke, mas a vida continua, o mundo gira, eu preciso trabalhar, pagar minhas contas sabe porque? Por que tou viva! Você tá viva, não temos mais ninguém a não ser nos duas. Quando você decidir viver realmente e só ir no apartamento da frente. Que eu estarei lá.
Com isso ela sai, batendo a porta com força. Me sinto ainda mais sozinha.
Vou para meu quarto me deito na cama, me rendo as lágrimas que saem queimando meu rosto, como superar se tudo que olho me lembra ele, o apartamento inteiro me lembra ele, a sala, o sofá, a cozinha, o quarto, a cama, o travesseiro do lado, na casa inteira esta impregnado seu cheiro. Como olhar para aquele todos os cantos e não lembrar, do primeiro dia em que ele veio aqui, dos nossos jantares, das nossas brigas, das nossas reconciliações, como não lembrar das milhares de vezes que fizemos amor em cada canto daquele apartamento. Era impossível! Odiava pensar que Lanna estava certa. Tinha tantas coisas que tinha que me preocupar aliás passei dois anos no hospital e tenho que pagar por todo meu tratamento, não sei o que Lanna fez para me manter lá esse tempo todo, mas com certeza o valor que eu devia era exorbitante somando com o apartamento eu estava endividada durante anos. E para completar a minha mais que perfeita vida, estava desempregada.
Naquele momento decidi mudar de vida. Seguir em frente.
Fiz uma ligação para meu antigo emprego. Amanhã tomaria as rédeas de tudo de novo. Começaria do zero mais uma vez.

No dia seguinte fui ao meu antigo trabalho, era uma empresa gigante, tinha começado no Brasil e ganhado o mundo, a Alemberg era conhecida principalmente por seus artigos femininos de luxo, roupas, cosméticos, langeris que tanto importava, quanto exportava, era uma empresa dinâmica e sempre movimentada e em busca de crescimento. A Alemberg era muito respeita, foi um privilégio eu ter estagiado lá, quando terminei meu estágio nem acreditei que seria efetivada. Aprendi muito, e o melhor e que eu poderia crescer dentro da empresa.
O que eu iria fazer não sabia, mas tinha que começar por lá. Meu estágio foi como secretaria da presidência, ajudava Laura uma senhora muito simpática. Aprendi muito com ela, mas não queria permanecer sendo secretaria, queria fazer parte de algo maior. Queria ser da diretoria, queria crescer era ambiciosa e tinha estudado para isso. E teria conseguido, se não fosse o acidente.
Estou entrando na sede da empresa que fica jo centro, é um prédio enorme e luxuoso. Falo com a recepcionista ela e nova, não me lembro dela, me olha, do pés a cabeça, pergunta se eu estou para qs entrevista, nem deixa eu responder e diz que o Sr. Alemberg esta esperando na presidência que eu poderia subir. Tem umas pessoas saindo do elevador aproveito e entro logo antes que ele suba. Não falo nada, fico pensando no motivo de Sr. Alemberg esta fazendo entrevista. No elevado me olho no espelho, vendo se esta tudo ok, estou usando uma blusa verde clara, minha saia lápis preta está ótima, blazer está perfeito, estou de salto, que me deixam ainda mais alta, meus cabelos esta em um coque meio solto, procuro um batom na bolsa, o elevador abre, dou um passo a frente esbarrando num cara que mais parece uma muralha, por pouco não caio no chão. O troglodita não para nem me ajuda a pegar minha bolsa do chão.
- Cara mais imbecil, mal educado, o idiota nem para pedir desculpas, carinha mal amado. Também quem iria querer um bruto desses. Acho que precisa de sexo - resmungo comigo mesma. Me levantando para falar poucas e boas para aquele brutamontes, na hora que viro, o elevador fecha.
- Imbecil. Falo com raiva.
Vou direto a mesa de Laura. Ela me olha espantada e alegre ao mesmo tempo.
- Menina que bom te ver. Quanto tempo, porque sumiu, pensei que gostasse daqui - ela me abraça, com carinho, me sinto meia estranha, faz tempo que não sinto um abraço tão carinhoso me fez lemvrar da minha mãe. Sorriu para ela meio sem graça.
-Oh. Desculpe - conto a ela o que aconteceu nos últimos anos - Hoje estou procurando emprego - falei sorrindo - vim aqui saber se você poderia, me ajudar. Me dá uma referência ou algo. Passei muito tempo no hospital e a unica experiência que tive foi aqui.
- Menina você apareceu no momenro certo. Estou me aposentando, e também estamos precisando de um diretor financeiro. O Sr. Alemberg esta fazendo algumas entrevista ele próprio. Vou lhe indicar você e mais que qualificada. Não se preocupe tudo vai se resolver. Espere aqui que irei falar falar com ele.
Ela sai toda sorridente. Me sento, e fico aguardando. Minutos depois ela aparece, radiante na porta da presidência, fazendo sinal para que eu entre na sala.
A sala e maravilhosa, muito ampla, com janelas enorme que vão do teto ao chão, decorada em preto e branco. Sofá grande preto, estantes cheias de livros. O Sr. Alemberg estava sentado atrás de uma mesa grande, ele era um coroa muito charmoso, e bonito, tinha alguns fios brancos nos cabelos negros e olhos negros e profundo, cheio de experiência que me examinava dos pés a cabeça da mesma forma que eu. Era um homem poderoso e sabia disso tinha um ar arrogante. Porem abriu um sorriso meio torto todo sedutor, com certeza eu pegaria se fosse em outras época e circunstâncias.
- Boa tarde Srta. Ferraz. Queira se sentar. - disse ele ao se levantar, indicando o sofá, me dirigi ao sofá, me olha como se já me conhecesse - Laura me falou muito bem de você.
- Creio que sim. Estagiei durante dois anos com ela, uma mulher muito responsável. Aprendi muito com ela, no tempo em que passei aqui.
- Sim ela me falou do tempo que passou aqui. Semana que vem irá se aposentar, ela me falou que você a seria uma otima substituta. Pena que já contratei uma secretaria para ocupar sua posição - disse ele com ar de tristeza fingida e continuou - Você deve saber que também irei me aposentar. Não esta sendo nada fácil, sabe são muitos anos no controle que fica difícil largar. Porém tenho que fazer, cheguei numa idade em que não da para se arriscar demais sabe? E minha esposa quer viajar e há anos vem insistindo para que eu me aposente.
Ele olha para mim para ver se estou e entendendo. Concordo a cabeça. E ele continua.
- Sabe meu filho será o novo presidente. Tem feito um otimo trabalho como diretor, mas não sei se realmente vai se entregar ao trabalho, ele precisa ser impulsionado, sabe foi muito difícil fazer com que ele se entregasse de corpo e alma a empresa. Ele tinha outras preferência. Eu fico preocupado que sem eu por perto ele possa voltar atrás em sua decisão.
Estava entendendo onde ele queria chegar, mas esperei que terminasse.
- Anabelle. Posso lhe chamar assim?
- Claro.
- Queria lhe propor o seguinte. Você aceitaria trabalha nas minhas empresa, seu cargo seria de diretora financeira, que é o atual cargo de meu filho? Porém quero ficar informado de tudo que acontecer por aqui.
- Eu... - ele me interrompe levantando a mão.
- Pense bem Anabelle. Você ganharia muito bem, dez vezes mais do que qualquer emprego que arrumaria em outro lugar. Não duvido da sua capacidade, apenas queria ter alguém de minha confiança aqui. E Laura confia muito em você. E eu confio nela.
Com isso ele se levanta, segue em direção a janela. Me levanto sabendo que a conversa esta encerrada. Ele fala olhando para a rua.
- Sabe Anabelle, todos nós temos um grande potencial, só basta ter o incentivo certo. Você pode pensar se quiser. Mas eu sei que ira aceitar. Pode tratar tudo com Laura, meu filho esta em uma viagem. Na segunda você começa. A noite iremos para um jantar de despedida.
Vira para mim e estende a mão.
- Temos um acordo?
- Sim - Falo segurando sua mão firme. Aliás o que tenho a perder? Preciso apenas fazer o meu trabalho e ficar de olho num playboy, para que ele não destrua uma multinacional. Simples e fácil. Pensava eu iludida, sem saber o que estava por vir.

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