Convite Perigoso

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Domingo sempre foi meu dia favorito, sinto que é um dia feito em nome da preguiça para que você possa descansar e esquecer os problemas. Sabe qual a melhor parte? No domingo, a ressaca de sábado não te atinge mais.

Domingo é um dia mágico, mesmo quando você passa as primeiras horas dele em frente ao computador falando mal sobre a vida dos seus colegas de classe e os pais deles.

Meu celular toca pela segunda vez e eu o arremesso para algum lugar, sem me dar ao trabalho de olhar onde. Ouço quando o aparelho bate contra o chão e o barulho significa que ele não se espatifou como eu esperava. Volto a me esconder no edredom quentinho, ciente do aparelho vibrando em alguma parte do cômodo.

Estou quase voltando a dormir quando insistentes batidas contra a porta da sacada do meu quarto me acordam.

– Ninguém pode aproveitar a preguiça de domingo em paz?

Se bem que comigo essa preguiça dura a semana inteira e um pouco mais.

Levanto, ou devo dizer me arrasto, até a porta e a abro encontrando meu melhor amigo com folhas no cabelo.

– Por que você não usa a porta da frente? – pergunto bocejando.

– Eu vi o carro da sua mãe estacionado e sei que ela não iria me deixar entrar por meios... Convencionais – ele olha para o pijama e depois para minha cara de sono – Estava dormindo?

– Não, caçando coelhos – me joguei na cama – É claro que eu estava dormindo, ainda é madrugada!

– Anna, já passou da uma da tarde!

– Repito, ainda é de madrugada – estreito os olhos para ele – O que você quer?

Lucca sorri como o Gato de Cheshire e mostra o celular.

– Vim trazer a notícia mais quente do momento.

Meu cérebro semiadormecido acorda imediatamente.

– Mostre.

Lucca se senta na cama apoiado no meu travesseiro, engatinho até ficar ao seu lado e sento como ele.

– Recebi isso a uns quinze minutos da Larissa.

Meu estomago se embrulha só de ouvir o nome da garota, mas se ela enviou alguma notícia realmente "quente" a ânsia de vomito é bem-vinda.

A imagem que ele me mostra é do muro de uma fábrica no centro da cidade, aparentemente Bill resolveu se aventurar fora dos muros da escola. Bill grafitou nele a imagem de uma pessoa com "cabeça" de rosa e o corpo coberto por um sobretudo preto com a seguinte frase ao lado:

"É fácil brincar de gato e rato e atacar quem nunca viu, mas e se mudarmos isso? Me encontre no Saintine hoje a noite."

– O Bill quer se encontrar comigo? – as palavras saem sem que eu perceba. Meu cérebro não consegue lidar bem com a nova informação e fico relendo a mensagem por várias vezes em busca de algo subliminar.

– É uma armadilha – Lucca conclui por mim – Ele quer te atacar.

– Se ele quer me atacar, eu vou atacar antes.

– Ficou maluca? – ele pergunta com os olhos arregalados, se de surpresa ou medo não sei dizer.

– Estou quase – admito – Cyber está atacando o site e Bill me ataca através de mensagens públicas, eu preciso derrotar um desses dois ou vão enlouquecer de verdade.

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