A raposa e o espinho

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Depois que o Bill foi embora, os inspetores resolveram procurar pela Secret do lado de fora do prédio o que deu vantagem para que Lucca e eu pegássemos algumas das câmeras que escondemos pela escola.

– O que você vai fazer agora? – ele perguntou depois de ouvir toda a minha história sobre o encontro com o Bill.

– Assistir a cada minuto de gravação dessas câmeras.

– Anna, você não vai conseguir dormir se fizer isso.

– Eu sei – revirei os olhos – Amanhã você pega as câmeras que faltam.

– Acha que ninguém vai estranhar você faltar logo no dia seguinte ao encontro dos anônimos?

– Eu sou um número invisível – ele me encarou sem entender – Se eu apareço ou não, poucos notam. Essa é a minha vantagem.

Desde que cheguei em casa tudo que fiz foi assistir as gravações das pequenas câmeras espiãs. Mesmo que eu tenha a informação sobre o horário que ele pichou o muro, não posso confiar nessa informação porque ele pode ter algum ajudante que fez o serviço.

Meus olhos ardem e quase se fecham, sinal de que eu devo tomar outro gole da minha lata de energético. Nenhum detalhe das filmagens pode passar despercebido e por isso revejo cada cena várias vezes.

Graças as câmeras descobri que Bill passou perto dos vestiários antes de entrar pela janela aberta. Cada movimento dele foi gravado e mesmo assim não consegui uma imagem que mostre, mesmo parcialmente, sua face.

– Isso é frustrante – murmuro e massageio as pálpebras fechadas.

Quando um bocejo involuntário escapa por meus lábios vejo que foi um erro.

– Com sono? – sinto os dedos dele tocando minha cabeça e fazendo um cafuné estranho. Sinto-me um cachorro.

– Para com isso ou vou dormir mesmo – murmuro.

– Pode dormir, Nana banana – Lucca diz – Eu termino de ver as gravações por você.

O que ele diz faz sentido, ele realmente pode ver as imagens por mim. Lucca dormiu e foi à escola, bem diferente de mim que passei a noite em claro buscando provas.

– Não posso – resmungo – Se deixar algum detalhe passar, o encontro terá sido em vão.

– Você está assistindo essas gravações há doze horas, no mínimo. É hora de descansar.

Eu queria ter protestado e lutado pelo meu direito de procurar as evidências do meu inimigo mortal em vídeo, mas o carinho estava tão bom que adormeci sem me dar conta.

" O romantismo acaba no muro.

Ai ai (insira um bocejo aqui), acabei de sair da escola e devo parabenizar os inspetores e a policia local pelo péssimo trabalho buscando intrusos. Sem vocês, eu não teria entrado com tanta facilidade.

Estou com sono, porém não me esqueci de vocês meus pequenos curiosos venenosos.

Sobre o Bill só tenho uma coisa a dizer: ele não é nada romântico na vida real.

Eu definiria a personalidade dele como a de um vampiro de livro romântico que é fofo com a garota e um filho da mãe boa com o resto das pessoas. Acreditam que ele me chamou de espigão?

Bill não quis conversar muito, passou mais tempo me ofendendo e ameaçando. É agora que vem a parte legal do nosso encontro.

Nosso garotinho romântico declarou guerra oficial contra mim e disse que "teria muitos aliados para vencer". Vocês acreditam nisso? Ele acha que têm aliados!

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