Wine

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Depois de conduzir os tributos até os escritórios do Edifício Da Justiça, onde irão se despedir de suas famílias e amigos, terei uma hora livre. Decido ficar no trem esperando os tributos.

Chegando no trem, decido tomar café. Eu amo café. Vou até o vagão da cozinha e me surpreendo ao ver Haymitch sem beber, sentado de um modo nbem largado. Provavelmente de ressaca, penso. E eu não sei o motivo de meu coração estar acelerado.

- Ainda vivo depois do tombo, Haymitch? - Pergunto com tom de ironia. Dou uma risadinha e ele me olha com cara de poucos amigos. Suspira, e sua expressão se suaviza.

- Não enche, Trinket. - Ele faz uma careta. Suponho que está com dor de cabeça.
- Está com dor de cabeça, não é? - Ele balança a cabeça, afirmando. - Você não tem jeito. As vezes eu me pergunto se você ainda tem um fígado. Não é nada que um café não resolva. Eu ia fazer para mim. Quer? - Ele resmunga algo como um "Sim, e eu ainda tenho fígado." .

O café fica pronto em alguns minutos. Sirvo em duas xícaras e me sento em frente ao mentor à uma mesinha de mogno, que fica na cozinha do trem.

Para minha surpresa, ele agradece ao café. Eu estou tão chateada com ele que não consigo nem sorrir pelo agradecimento.

Depois disso, tomamos o café em silêncio.

- Ei, Effie. - Haymitch fala alguns minutos depois, pousando sua xícara na mesa.

- Hm.

- Nossa, é estranho, sabe, ver você assim... Hm... sem querer papo. Fechada. Está chateada comigo, boneca? - Ele fala suave. Eu poderia até dizer que ele está com intenção de se desculpar.

- Chateada? Só chateada? Haymitch, viu o que você fez? Ao vivo? Para Panem toda? E ainda me abraçou e eu fiquei com a peruca torta! - Me levanto, e recolho as duas xícaras, colocando-as na pia. - De todas as vezes que passei vergonha por sua causa, essa foi a pior de todas! - Suspiro - Estou muito irritada com você, Abernathy.

- Ahn... Desculpe. Sério. - Ele se levanta e me olha nos olhos. - Me desculpa, Effie? - Ele estende a mão. Lembro da última vez que apertei a mão dele. Ele acabou me beijando.

Penso em não apertar, e lembro de minha conversa com Emmmanuel. " E se ele não tiver feito aquilo só para irritar você? Você daria para ele? Uma chance? Seja sincera." As palavras dele ecoam em minha mente. Eu disse que daria, sim, uma chance para Haymitch. Eu quero. Suspiro.

- Você pedindo desculpas é algo muito raro. Deveria ficar sóbrio mais vezes. - Rio. - Desculpo. Mas vê se não faz uma coisa naquela dimensão outra vez, ok?! - Aperto a mão dele. Minha mão delicada na mão grande e áspera dele. Haymitch sorri perverso e me puxa, me dando um selinho. Ele mesmo tenta se afastar, mas eu seguro o colarinho da camisa dele dele e continuo o beijo.

Sinto as mãos dele segurando firmemente minha cintura, ele me puxando para si. Sinto também que fui encostada no balcão. Peço passagem com a língua e aprofundo o beijo. Só paramos quando precisamos respirar.

- Effie, Effie... - Diz ele com um sorriso perverso. Ainda estava com os olhos fechados, então eu os abro, fitando os olhos cinzentos e perigosos de Haymitch. - É impressão minha ou você me agarrou?

- E-e-eu o quê? - Gaguejo. -Bem... não exatamente.

- É, mas quando eu fiz menção de me afastar, você me puxou de volta. - Ele fala num tom baixo, hipnotizante. Ainda estou encostada no balcão, e ele está bem próximo, com as mãos ainda em minha cintura, seu olhar preso ao meu. Eu poderia simplesmente me esticar e beijá-lo novamente, mas contenho minha vontade.

Can't Remember To Forget You - HayffieOnde histórias criam vida. Descubra agora