Pichador I

442 69 14
                                    

Só lembro dos sonhos que são pesadelos. 

Às vezes sonho com ruas vazias, névoa, casas abertas, escuridão, lua cheia e rastros de sangues que percorro apenas para encontrar pedaços de cadáveres que nunca pertencem a ninguém. 

Às vezes estou em um barco no meio de pântanos que me lembram cenários da Louisiana, é fim de tarde e a luz desce entrecortada por as gigantescas árvores que brotam do meio do água,  do meu lado surge outro barco tão pequeno quanto o meu, porém está cheio de crianças  silenciosas. Elas moram no alto das árvores e me causam arrepios, me encaram com suas cabeças de animais. 

Não gosto das coisas que moram dentro da minha mente, dessa companhia vitalícia  que é depender de si mesmo, solitário, preso dentro de uma caixa feita de ossos.

Quero fazer com que tudo fique bem. Quero ser uma boa pessoa. A prática de minhas teorias nunca dá certo. 

Finjo bem. Isso é bom.   

___________________________________________________________

Estou de volta, pichadores. Leia, comente, indique e dê estrelas. Isso ajuda a divulgar o livro. 

Os pichadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora