Certificação

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1ª revisão em 21/10/2016

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- Tenho uma proposta indecente que envolve uma mesa nova em um escritório em São Paulo, por 6 meses, e 30 dias em Londres.

Desviei meu olhar da tela do computador para um lindo homem de olhos castanhos claro, terno cinza chumbo, camisa social azul e cabelos aloirados que lhe conferia um ar sedutor. Ele estava apoiado de braços cruzados olhando para mim e fazia cara de sério.

Quem conhece o Marco sabe que essa seriedade dele é fachada, por detrás daquilo tudo havia o cara mais palhaço, cínico e pavio curto entre os homens Bernaddis.

- Safado, nem adianta vir com essas propostas ...Você não faz meu tipo, Marcos... - ele me deu seu olhar assassino, sabia que se o chamasse pelo nome todo eu ia comprar guerra - meu coração ainda é do Miguel.

Ele fez uma careta.

- Não sei o que as meninas veem nele. Só para constar, você também não é meu tipo, mas o Vinny diz que você é a única que toparia um ménage - me olhou de cima a baixo - e por ele, eu faria esse sacrifício.

Me virei da cadeira jogando um bola de tenis que ricocheteou na parede quando ele desviou.

- Sacrifício??? Eu vou matar o Vinny por ele ter de contado isso - ele começou a gargalhar - estávamos conversando abobrinhas sob efeito de tequila.

E se sentou em minha frente, rindo.

- Então

Era assim, o Marco é mais novo que eu 1 ano e pouquinho, eu tenho a mesma idade da Marta.

Quando fomos morar na mesma rua da família Bernaddi, nunca pensei que me tornaria a melhor amiga da Marta . Ela sempre foi centrada e falava pouco com as pessoas na rua. Me contou anos mais tarde que sentia a energia das pessoas e quando era pequena não sabia como administrar aquilo, então só interagia com algumas poucas como eu e meus irmãos.

Nos finais de domingos sempre há um tempinho para o baba dos meninos (jogar bola). Algumas vezes ficava para almoçar. Não era sempre porque isso causava ciúmes em minha mãe, então só ia para lá no final do dia para admirar os belos homens sem camisa jogando bola embaixo da mangueira.

Principalmente o Miguel. Paixão de adolescente, boba e boa pra caramba. Sabe quele frio na barriga e a estupidez de estender a visita na casa de sua amiga por causa do irmão mais velho. Essa era eu.

No entanto, sou réu confessa. Mas não frustrada pelo amor não correspondido. Agradeço por ser uma pessoa normal e só ter no máximo, queimado meu caderno de confissões e milhares de bilhetinhos de declaração de amor como forma de esquecer o Miguel.

O Marco e a Marta sempre tiram sarro de mim por isso, mas aprendi que com eles, quanto mais você se importa, mais eles te atiçam.

Do fundo do meu coração agradeço por ele ter saído do mundo das drogas e ter achado a mulher e a família perfeita. Eles estão felizes e eu feliz por acompanhar isso de forma saudável.

Assim, me tornar amiga da Marta implica em me tornar amigos dos seus outros irmãos. Como se fosse a coisa mais difícil do mundo.

No caso do Marco, nossa amizade chegou a esse nível mesmo devido à sua ajuda em meus namoros, tipo me ajudar a me esconder dos meus pais, fingir que era meu parceiro nas festas e essas coisas. Ele me deu cobertura na noite que resolvi perder a virgindade com um colega de escola, em uma festinha. Se arrependimento matasse.

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