Biblioteca

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A biblioteca da Hollywood é conhecida por ter uma das maiores coleções de livros clássicos e contemporâneos e artigos sobre dança, música, atuação e artes visuais. Tendo até mesmo diários e entrevistas de grandes artistas  de várias épocas, muitos dos quais anteriormente haviam estudado aqui.

Me direcionei até a parte mais isolada da biblioteca, indo enfrentar meu pior inimigo, a física.

Enquanto andava até uma das mesas de madeira mais perto da janela, passei perto de uma cabeça ruiva familiar. Espiando, vi o Noiz em uma das mesas perto das estantes, com diversos clássicos espalhados por toda a mesa caoticamente. Ele rabiscava freneticamente em uma folha, olhando com desespero para o livro que ele estava segurando. Pelo visto ele estava indo tão bem em literatura clássica quanto eu em física.

Depois de me ajeitar na mesa, peguei meu fichário e meus livros de física e comecei a estudar.

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Depois de uma hora eu estava igual ao Noiz, olhando com desespero para a série de exercícios no livro a minha frente. Como alguém conseguia entender isso? Parecia Latin, e olha que eu até sei um pouco de Latin. Deixa pra-lá, parecia japonês.

Eu estava tão concentrada nas minhas questões japonesas que não vi a pessoa se aproximando de mim até que ela se jogou com um baque na cadeira ao meu lado. Levei um susto e joguei a primeira coisa que eu vi na criatura, minha borracha.

A próxima coisa que eu vi, foi minha borracha atingindo com tudo a testa do Noiz. Ele grunhiu e tapou a testa com a mão.

-Para que foi isso?- ele resmungou.

-Talvez se você não chegasse de fininho eu não teria tentado me defender.

-Com o que você me acertou?- ele tateou o chão até achar o objeto- Uma borracha? Sério?!

Dei de ombros- Foi a primeira coisa que eu vi.

-Meu Deus- ele devolveu minha arma, ainda esfregando a testa.

Eu fiquei encarando ele.

-Tá bom, desculpa por te assustar. Mas eu não cheguei de fininho, você que estava distraída.

Agora ele que ficou me encarando.

-Okay, desculpa por te atacar com minha borracha- eu sorri um pouco no final, a situação até que foi engraçada.

-Desculpas aceitas- ele disse com um sorriso- Foi tão difícil assim?

Eu fiquei tentada a mostrar a língua pra ele. 

-Mas então- ele disse se aproximando e espiando minhas folhas- O que você está estudando que te fez ter aquela cara de dor?

Eu me afastei para ele poder ver melhor, e ele pegou um dos meus livros, os com os exercícios em japonês.

-Física?- ele disse e ergueu uma sobrancelha, todo mundo consegue fazer isso menos eu? Até a Amy consegue erguer as sobrancelhas rosa dela- Mas física é tão simples, é uma coisa exata, não muda, basta saber as regras. Literatura é muito mais difícil.

-Literatura?-minha vez de ficar surpresa- Mas a nossa literatura são só os clássicos, basta você saber um pouco de história, sobre a época em que a obra foi escrita, ler o livro e interpretar.

-Exato, muito mais complicado- ele resmungou deitando a cabeça na mesa.

De repente ele levantou a cabeça com tudo e me olhou. Eu retribui o olhar assustada com a reação dele.

-Tive uma ideia- ele sorriu loucamente, animado- eu te ensino física se você me ensinar literatura.

-Não que eu não veja os benefícios dessa proposta, mas por que você quer me ensinar física, afinal nós só nos falamos no máximo umas duas vezes, nunca uma conversa completa. Eu tenho certeza que você tem uma multidão de fãns que ficariam mais que felizes em te ajudar.

Rock BunnyOnde histórias criam vida. Descubra agora