Meu salvador, meu herói

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                                                                          ~ Cassidy ~

— Senti tanto sua falta, coelhinho — falo jogando-me em seus braços e o desequilibrando — O que preparou pro café da manhã? Saiba que estou morrendo de fome — reclamo com a voz manhosa ainda abraçada ao meu coelhinho inglês.

— Em primeiro lugar, já pedi pra não me chamar assim em publico, é vergonhoso — implorou com voz de súplica e retirando meus braços de seu pescoço, ele não gostava de demonstrações de afeto em público, tinha medo de que as pessoas entendessem de forma errada nossa relação, eu não me importava, não era de hoje que as pessoas faziam especulações sobre nós dois. Mas com Sebastian era diferente, ele era um lorde do século XIX, tratava as mulheres como damas, então considerava um ultraje motivar boatos maldosos

— Mas você pode me chamar de mine tigresa, só acho isso muito injusto — discordo fazendo bico e cruzando os braços como uma criança que implora para a mãe a nova boneca Barbie por mais que já tenha um estoque destas em sua prateleira.

Sebastian tentou manter-se sério, mas não conseguiu segurar mais um sorriso de canto — este mais aberto que o anterior — Ai meu santo biscoito de chocolate, como eu me derretia com aqueles sorrisos carregados de um mistério incondicional — isso porque éramos como irmãos, então imagino como ficam as mulheres de seu curso de artes plásticas ao presenciarem tal sorriso, ele deve ter muitas admiradoras.

Mas estas universitárias assanhadinhas estão muito enganadas se pensam que irei entregar meu lindo irmão coelhinho em suas garras assim fácil, não, todas vão ter que passar antes por uma entrevista e já vou adiantar que não pego leve com meus julgamentos.

Um ciúme me corrói sempre que penso em Sebastian com alguma mulher, não quero ter que dividir meu irmão com ninguém, mas não posso fazer nada. Sebastian é perfeito, tem milhares de corações derretidos ao seus pés, a números em sua agenda de garotas que ele nem se lembra de ter trocado mais que um "bom dia" e o pior de tudo é que ele jura não ter saído com nenhuma garota desde que chegamos a Nova York — há três anos atrás — Bom, teve um caso no primeiro ano, mas não cheguei a conhecer a garota que conseguiu ter Sebastian por alguns poucos meses, porem nenhum outro relacionamento depois dela. Seria possível ele ainda gostar dessa mulher misteriosa? Eu nunca soube por que eles pararam de sair, talvez ela terminasse com ele? Pouco provável, não consigo pensar num motivo para uma garota terminar com Sebastian, ele é o que todas desejam. Fofo, legal, divertido, fiel, engraçado, lindo, enfim, um pacote completo, é impossível ela tê-lo rejeitado. Acho que nunca realizarei meu desejo de ter uma cunhada.

Eu sou complicada, por um lado desejo o ter só pra mim, já por outro quero alguém para lhe fazer feliz. Eu sou egoísta em desejar que ele não encontre uma parceira, mas ele também é egoísta em não me permitir ser madrinha, já que não poderei ter filhos quero ao menos ter uma afilhada para ensiná-la se proteger de homens aproveitadores e oportunistas, caso fosse um afilhado lhe educaria e mostraria como tratar uma garota com respeito e dignidade. Mas acho que se fosse um menino não seria necessário meu auxilio, o exemplo do pai já era o suficiente, Sebastian é o único homem que tive o prazer de conhecer que não rebaixa uma mulher, ele não é um sexista como a maioria dos que me relaciono.

— Em segundo — ele continua e o brilho de seus olhos e o mínimo sorriso já me permitia saber do que se tratava a frase — Quando você não tem fome? — terminamos a frase juntos e ao constatar que li sua mente ele pega em minha mão e se dirige as crianças.

— Com licença, mas me permitem sequestrar a treinadora de vocês? — ele pergunta com seu jeito cavalheiresco, alem dos meninos agora as meninas também estavam próximas, se aqueles garotinhos eram meus fãs aquelas lindas menininhas eram as devotas de Sebastian. Sim, todas ali mantinham uma paixão platônica por meu melhor amigo, vez ou outra ele recebia cartinhas com dizeres apaixonados, eu particularmente achava isso muito fofo.

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