Quando a manhã começa a melhorar

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                                                                          ~ Cassidy ~

— Primeiro pare de gritar — ordeno quando tenho o homem de olhos verdes em meu campo de visão — Segundo, pode explicar que historia é essa de ter me visto numa boate.

Ele sorri satisfeito, acho que ele pensa que me interessei pelo assunto – quando na verdade só quero acabar com aquela piada infame.

— Não é uma "historia" — ele corrige — Você estava noite passada no Highline Ballroom, eu te vi com um cara da minha banda, aliás, como conhece aquele imbecil? Já vou te alertando, Cassy, fique longe dele se não quiser se meter em encrencas. Ele não é boa coisa, sai com uma por noite, você não merece ser enganada desse jeito.

— Você parece não gostar dele — Aidan assente — Isso é irônico já que aparentemente vocês têm os mesmos modos — comento e ele míngua, logo continuo minha sentença — Agora, sobre isso que falou de eu estar nesse local você se enganou, esses lugares são escuros, você deve ter bebido e viu uma loira qualquer e pensou ser eu.

— Era você, Cassy! — ele esbraveja segurando em meu braço, mas ao constatar minha expressão assassina para com aquele gesto me larga e afastasse — Eu acho.

— "Achar" não é uma certeza — reviro os olhos — Não quero mais saber dessa historia, e se você ousar sair contando mentiras deste tipo por ai pode acreditar que vai se arrepender de ter nascido.

— Nossa, que medo — ralha com um medo fajuto — O que vai fazer, Cassy? Me bater com um de seus saltos? Ah, é mesmo, você não é "mulher" o suficiente pra se equilibrar num, não é? — diz maldosamente entre gargalhadas — Por que não chama seu namorado pra te defender? Esqueci, ninguém se interessaria por uma esquisita como você. E pare de fingir que não estava naquela boate, ta? Eu tenho certeza que era você! Pra que mentir, Cassy? Admito que você tava bem gostosa com aquela roupa, se você se vestisse mais daquele jeito eu poderia de boa... — o calo com um soco que acertou seu nariz.

Eu não agüentava mais ouvir quieta.

— Pare de me atormentar, Aidan — ralho já nervosa, ele estava consumindo um tempo preciso do meu dia e ainda por cima me ofendendo, estava mais do que na hora de mostrar o que aprendi nas aulas de boxe e Muay Thai — EU JÁ ESTOU FARTA DESSA CONVERSA E DE VOCÊ! SEMPRE OS MESMOS INSULTOS, SEMPRE AS MESMAS HUMILHAÇÕES! QUANDO VOCÊ VAI ENCHERGAR O BABACA EGOCÊNTRICO QUE ESTA SENDO? QUANDO?! EU NÃO ESTAVA NESSE LUGAR AÍ, NÃO FREQUENTO ESTE TIPO DE AMBIENTE, ERA OUTRA PESSOA, VOCÊ SE CONFUNDIO! ACABOU, AGORA ME DEIXA EM PAZ! — a cada palavra proferida sentia minha voz se elevar e o cenho de Aidan ficar tremulo, ele estava... Com medo de mim?

Não seria de todo impossível, eu conseguia botar medo em grandes valentões da universidade só com um par de havaianas.

Pego a maçaneta e de costas termino minha fala:

— Não que seja da sua conta, mas ontem eu fiquei estudando uns assuntos da faculdade, estudei até pegar no sono — suspiro desejando em pensamento que com essa explicação ele largue do meu pé e pare de me aborrecer — Então não tem como eu ter ido nessa boate.

Ele não comentou nada, acho que entendeu, finalmente aceitou que me confundiu com outra mulher.

Entro no apartamento, espero três segundos para ter certeza de que Aidan não tornaria a gritar do corredor, mas não, ao ouvir o som de uma porta ser brutalmente fechada constato que ele voltou para seu apartamento.

Aleluia, paz e sossego por alguns minutos.

Infelizmente não terei mais tempo para um cafezinho, e isto me magoa abundantemente. Espero que pelo menos Sebastian se de ao trabalho de me deixar um pouco de seu Mocaccino.

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