sobre o mundo contemporâneo

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   Não devia ser assim. No meio de um mar de gente, em um mundo tão interligado, mas mesmo assim tudo tão vazio. Sinto-me confuso no meio de tantas histórias. Tão poucas vêm do coração, só algumas são verdadeiras. São palavras de confusão. São superficiais, banais, repetidas e sem a profundidade de um ato de amor. Não tem mais sentido o belo do barroco, o puro produto da mente vindo do surrealismo. As fronteiras ainda existem, mas a internet tem acabado com elas e ao mesmo tempo facilitando tanto as brigas, gerando as mais belas intrigas e um maravilhoso show de superficialidade. Escondidos em um mundo artificial. Já não durmo mais, são muitos os barulhos lá fora - é a mente humana trabalhando intensamente em encontrar uma forma de acabar com tudo da forma mais saudável possível. São tantas as luzes- tantas as opiniões sobre a realidade; Já não sei o que é santo nem onde se esconde o profano. Pra alguns o meu senhor já não pode mais ouvir- ele está morto - não vê mais as maldades do mundo. São poucos os que veem que, na verdade, somos nós que estamos enxergando demais. Parece-me feliz viver só. Parece-me bom viver em dupla, talvez seja maravilhoso ter filhos. Não por isso, o que acho não importa. O que me serve de guia é a verdade que o outro desgraçado me dita. O que se mostra no pequeno texto é a ascensão do individualismo em uma sociedade altamente interligada e a perda da propriedade do julgamento individual sobre que é melhor para cada um. Uma vida de superficial tem se tornada normal e necessária neste mundo; Altamente necessária para a autoproteção do julgamento alheio.

 

O senhor do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora