Parte I - Seu filho está morto

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Está quieto. Calmo. Abro os olhos. Estou deitada no chão. Me levanto. Não estou sozinha. Uma mulher que eu só havia visto através de fotos estava em pé, me observando com um sorriso. Ela... É Mary? Mary Winchester? Mas...

"Quem é você?" olho para ela com curiosidade, e tento me pôr de pé.

"Você sabe quem eu sou" ela continua parada, em pé. Só então posso nota-lá por completo. Ela também se encontrava de pijamas, com uma mancha de sangue no mesmo lugar que minha mãe tinha. Seus cabelos eram de um loiro diferente. Seus olhos claros lembravam vagamente Sam.

"Eu estou morta?" a única coisa que consigo dizer, quando me lembro de meus irmãos e do Glimk, e tudo que aconteceu.

Ela sorri novamente. Aproxima-se alguns passos e suspira "Eu sinto você" ergue a mão em minha direção e fecha os olhos "Você seria minha filha" ela se aproxima mais "Se aquele incêndio nunca tivesse acontecido, há catorze anos atrás eu teria tido você" ela solta outro suspiro "Sam estaria comemorando seu sucesso na faculdade com Jess" ela torna a se aproximar, os olhos ainda fechados "Dean estaria prestes a se casar" então ela para "Sua mãe estaria viva, casada e com filhos" ela abre os olhos "Nós e aqueles que amamos teriam uma vida feliz" sua mão delicadamente sobe, até parar em minha bochecha "Você, April, estava destinada a ser dessa família. Você estava destinada a ser filha de John e irmã de Dean e Sam. Era o seu destino. E o seu destino não se alterou quando eu morri. Você é dessa família. Por algum motivo, esse é seu destino" ela acaricia minha bochecha "Eu posso sentir. Seus sentimentos por eles. Seus irmãos. Eu posso sentir. April, essa não é a primeira vez que é traçado um destino importante para sua alma."

Tento digerir tudo que ela estava falando. Destino? Minha alma tem um destino? "Eu... Eu não sei o quê você quer dizer. Porque é tão importante que eu seja da família Winchester?" Ela finalmente afasta sua mão de minha bochecha, e suspira, quando eu pergunto.

"Eu não tenho a resposta para tudo, April. Ninguém tem. Algumas coisas nós descobrimos por nós mesmos" ela se afasta lentamente "Agora, você precisa acordar. Eles precisam de você, April. Acorde. Ainda não acabou." um brilho se forma atrás dela, e sinto minhas dores invadirem minha pele. Meus pontos abertos queimavam como se estivessem pegando fogo. Minha mão cortada latejava como se estivesse sendo martelada. Atrás de minha cabeça e em minha testa pude sentir uma pontada de dor muito mais forte do que da outra vez. Meu braço esquerdo estava doendo tanto que minha vontade era arranca-lo de meu corpo. Minhas pernas estavam dormentes e tinha a sensação de que foram pisoteadas. Minhas costas estavam tão doloridas que acreditava que não poderia mais andar.

Mas, em meio a tantos gritos e tanta dor, eu pude parar um segundo para entender o quê estava acontecendo. Eu estava no colo de Dean, que estava parecendo desesperado gritando com Sam. Eles pareciam que estavam descutindo. Não consigo prestar atenção no motivo da discussão por conta das dores que pareciam que dominavam meu cérebro. Com raiva por eles estarem discutindo enquanto eu estou mergulhada em dores, tento gritar "CALEM A BOCA" seguido de um choro desesperado e mais gritos de uma dor insuportável.

Os dois na hora param de falar e olham pra mim com o desespero e a preocupação estampados. "Aquela vaca quebrou meu celular!" Dean parece que quer me ajudar, mas parece com medo de me tocar "Sam, você tem certeza de quê não está com seu aí?" ele finalmente tenta mover meu braço esquerdo com delicadeza, mas só de ele tocar já causa uma dor nos meus ossos que me faz dar outro grito e tenho vontade de soca-lo por isso. Ouço Sam responder que não, e Dean parece mais desesperado agora "Ok, não podemos ligar para a ambulância" ele tenta me colocar delicadamente no colo de Sam, e eu tento cerrar os dentes e segurar mais um grito.

Dois irmãos e uma vida sobrenaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora