Parte II - Uma visita ao Inferno.

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April

Eu só queria ter alguém que me fizesse sentir como se eu fosse normal. Ter um namorado era o mais próximo que eu jamais poderei chegar de ser uma garota normal. Mas eu teria que me desprender dessa fantasia cedo ou tarde. Poderia ser um pouco mais tarde... Mas o meu primeiro namorado em anos tinha que ser um cara morto? Sinto como se eu estivesse amaldiçoada. Nenhum Winchester jamais terá uma vida normal.

Meus braços balançavam conforme o ritmo de Sam. Minha cabeça dóia. Um apito monótono e contínuo em meu ouvido. E os barulhos dos passos de Sam ecoavam ao fundo em minha cabeça. Meus olhos ardem ligeiramente de cansaço quando os fecho e, por mais que a ardência incomode, estão cansados demais para permanecerem abertos. E vez ou outra quando os abria, via turvamente as feições objetivas de Sam.

"O quê está acontecendo com ela?" a voz de Dean ecoa em minha cabeça.

Ouço o batimento de meu coração. Tum tum.........tum tum.... Está devagar. Por que ele está devagar? Tum tum.....................tum tum. Mais devagar?

"Ela está queimando!" ouço uma exclamação de Sam, abrindo um pouco os olhos e dando falta dos ecos dos passos do mesmo. "April!"

Sinto meus ferimentos arderem, mas a dor parece que não chega até minhas cordas vocais. Não consigo gritar. Não consigo me mover. Não ouço mais meu coração.

***

"Se você tivesse me escutado tudo isso teria sido mais fácil" ouço alguém resmungar.

Estou caída... no chão? Olho para os lados. Onde está Sam? Onde está Dean? Onde eu estou?? Se parecia com minha casa, mas com móveis e decoração completamente diferentes.

"Winchesters... Sempre me causando problemas..." ouço novamente alguém reclamar.

Então me ponho de pé ao notar a mesma menina demônio misteriosa diante de mim. Ela estava sentada desajeitadamente na ponta de uma poltrona. E quando me viu, levantou imediatamente.

"Quem é você?? Onde eu estou??" são as primeiras palavras que saem de minha boca.

A garota dá um leve sorriso de lado "Caso não tenha percebido, eu sou um demônio"

"E, caso não tenha percebido, sou uma caçadora" devolvo, repensando e descobrindo que estou em completa desvantagem para falar desse jeito...

A criatura ri "Sei disso" ela diz, se sentando, dessa vez formalmente, na poltrona.

"Onde raios eu estou??" grito, depois de alguns segundos.

"A pergunta correta seria quando raios você está" minha cara deve ter se transformado em um ponto de interrogação imenso, porque ela revirou os olhos e suspirou "Sabe o cara morto que diz ser seu amigo? Então, já deve ter percebido que ele não é. Ele é a casca humana que meu, hum, digamos assim, amigo demônio está possuindo. Acontece que esse amigo demônio, antes de se tornar um demônio, era um bruxo, e te enfeitiçou, a fazendo parar em sua casa, só que no ano de 1956."

Tenho de me sentar em um sofá cumprido, um tanto brega, por conta de minha cabeça que estava tonteando de tantas informações. "Mas como você veio parar aqui também?" é a pior coisa que pergunto, e ela sorri.

"Bom, para sua sorte, também era uma bruxa quando ainda humana. Estou aqui para lhe tirar daqui e levá-la para o mais longe possível, depois de lhe lançar um feitiço que a torne oculta aos olhos dos demônios e anjos." Ela falava como se dissesse essa frase todos os dias.

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2017 ⏰

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