Marido?

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Por Trás de Sua Beleza...




Já no quarto, passo por todos os exames que Gil me reservou, ela afere minha pressão, parece satisfeita, depois me coloca um termômetro embaixo da axila e pega meu pulso, olhando para o relógio, sempre anotando tudo depois que termina, ela é muito rápida e me espanto quando vejo que ela já terminou, ela me acomoda entre os travesseiros e sai do quarto, distraída com as anotações.

Me sinto ridícula com esse maiô, prefiro as minhas roupas, esse short é muito curto e, levando em consideração que eu não sou a perfeita modelo com pernas finas feito palitos, não me sinto confortável.

—Maria?

Não sei de onde vem o chamado, mas também não me assusto, a voz de Jack já é familiar demais, até três dias atrás me irritaria com essa voz, agora parece tão... Normal.

Que Legal... Achando a Voz DELE Normal!

—Sim?

—Coloque a máscara.

—Ela não está aqui.

—Embaixo do travesseiro.

Acho a máscara embaixo do travesseiro da ponta esquerda da cama, coloco e fico esperando, mal fiquei com as meninas, nem tomei sol e já estou de volta a escuridão, isso é meio deprimente. Ter que me sujeitar a isso, preciso me acostumar, realmente acho que estou ficando é louca em ter que aceitar isso, ter que lidar com isso para mim ainda é muito complicado, me sinto em conflito comigo mesma por aceitar algo parecido, ainda mais por saber que ele age assim—até agora ao que parece—só comigo.

Ele sobe na cama e fico parada esperando, o nervosismo está de volta, tento ficar calma, digo para mim mesma que não adianta ficar assim. Jack Carsson é o meu marido, bom ou ruim, vou ter que me acostumar com ele, com esses problemas dele, ao menos até eu convencê-lo a me dar o divórcio, até lá, sei que suportarei muitas coisas, a escuridão que me acerca é uma delas.

—Oi.

—Oi. —Minha voz soa fraca e abaixo a cabeça, sei que ele está bem ao meu lado.

—Eu... eu tirei o dia de folga, para ficar com você.

—Deve ser difícil para alguém como você tirar uma folga, não precisava se dar ao trabalho.

—Precisava.

Não insisto, Jack coloca a mão em cima da minha, meu coração vai disparando mais que o normal, eu nunca me senti assim perto de homem nenhum na minha vida.

—Gostou da vista?

—Sim, é perfeita.

Ele se move na cama e deita, não sei em que posição ele está, mas a minha esquerda, escorrego para baixo um pouco sem jeito, não sou das melhores nesse tipo de coisa, não ver tudo não ajuda em nada, mas passa pela minha mente agora que, talvez, se eu o visse, não saberia agir da mesma forma, ou talvez fosse pior, isso não é um benefício para mim, mas me proporciona a dúvida, e se eu o visse, como seria? Será que eu haveria reagido tão mal desde o início? Teria rejeitado a ideia de termos dormido juntos? E se ele não fosse escopofóbico?

—Como é a sua vida no Brasil?—Ele segura minha mão com zelo, e o polegar acaricia meu pulso com carinho.

—É normal, meio caótica, eu não tenho muito tempo também, eu trabalho em período integral e estudo à noite, folgo aos fins de semana.

Poderosa Obsessão (livro I) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora