A Guerra Contra Os Céus

Selene

Selene

Sabe, nem foi tão difícil contar, foi difícil acalmar a Piper.

Jason e eu estávamos chegando ao acampamento quando ele perguntou:

—Como você os conheceu?

Dei um suspiro.

—É complicado... Os conheci aos oito anos, tinha acabado de fugir quando eles me encontraram, vi na hora o que eles queriam fazer comigo, mas entrei mesmo assim.

—Eles fizeram algo com você? — Ele perguntou assustado.

—Não, mas tentaram, a Aegis na garganta de Bill e os dois recuaram, prometeram ao rio Estige que nunca iriam fazer nada comigo, mas eu os via fazendo coisas um com o outro e com as crianças e pessoas que eles sequestravam... Peguei o celular de Malia e fugi deles.

—Deve ter sido perturbador, sinto muito.

—Sem problemas, depois disso eu descobri que não podemos usar o celular, liguei pra policia para que eles os prendessem, mas disseram que não existia placa como aquela...

—Então essa van é enfeitiçada? Por isso você escolheu ela!

—Exatamente! Bem Jason Grace, suponho que é melhor cavar sua cova, pois já chegamos.

***

Tive que estacionar na quadra de vôlei, assim que descemos todos já vieram falar conosco. Quando expliquei que tive que beijar Jason, Piper o olhou com raiva, muita raiva.

—Desculpe Piper— falei para ela usando o melhor olhar "cachorrinho fofinho". — Mas não se preocupe, foi horrível.

—Olhe Selene— Ela estava tentando controlar a raiva. —Eu... Eu tenho que ir.

Ela saiu correndo em direção aos chalés e Jason foi atrás dela. Annabeth me chamou para falar com ela:

—Selene... Acho que talvez você devesse ir falar com ela...

—Também acho, mas você entende certo?

Ela mordeu o lábio.

—Sim eu entendo! Mas sabe como é... É o namorado dela e ela ainda não tinha confiança total em você.

Jason voltou ele tinha um esfolado no braço:

—Selene, acho que Piper quer falar com você... E o chalé de Afrodite agora tem um espelho a menos.

Fui correndo até lá e quando entrei a vi sentada em sua cama com uma foto de Jason e ela.

—V-você não gostou mesmo do beijo?

Sentei na ponta da cama dela e dei um sorrisinho fraco

—Não! Foi horrível! — Fiz uma careta. — Eu nunca faria isso com você, ou melhor, com ninguém! Sem falar que ele nem beijou tão bem assim.

Ela riu e se sentou do meu lado.

—Annabeth, deve ter te contado que eu não confiava em você...

—Ela mencionou isso...

—Bem, é que eu senti algo estranho em você. —Ela ficou um pouco nervosa. — por acaso Theo foi o seu único interesse romântico?

Suspirei, lá vou eu de novo! YAAYYY (só que não).

—Já... Aos quatorze anos quando eu estava na Grécia, o nome dele era Isaac, um filho de Apolo, ele fugiu de casa pois a família não aceitou sua mãe dizer que era filho de um deus romano, eles eram muito apegados na religião deles, a mãe morreu e ele me encontrou um dia quando passeava com...— Não diga o nome dela, Selene! — Quando eu passeava por Παλαιό Φάληρο— Lê-se Paleo Faliro.

Ela sabia que não totalmente verdade, mas falar sobre aquilo? E falar porque eu odeio os deuses Romanos? Não obrigada. Eu devo ter feito uma cara bem engraçada porque ela riu me abraçou.

—Ok, você está perdoada, mas ainda estou olhando ok? — Ela piscou pra mim.

—Ok, Mclean— Bocejei. — Vou dormir, já está ficando tarde.

Dei tchau para ela e fui para o chalé de Poseidon, Percy prometeu que iria me ensinar a surfar (mesmo sendo com as pranchas de isopor) e a tarde iríamos até o apartamento da nossa mãe! Finalmente iria conhecê-la achei que não iria dormir, mas dormi.

Acordei no momento exato em que o sol estava começando a se levantar, me vesti e fui lá para fora. A grama estava cheia de orvalho e molhou a minha sapatilha, então a tirei e fui passear descalça pelo acampamento, lembrem-se nunca ande descalço quando o sol estiver nascendo porque eu pisei um caco de vidro... E dói tipo, muito mesmo. Talvez eu tenha xingado alto demais, pois um garoto... Isaac... Não Selene, não era o Isaac, Conto para vocês sobre o Isaac depois galera. Um garoto (muito bonito por sinal) loiro de olhos azuis veio me socorrer.

—Ei você está bem? —ele perguntou e se fez de apoio para eu não desequilibrar.

—Estou sim, é só um caco de vidro idiota.

—Vem, vou te levar até a enfermaria, sou Will Solace, você não é a nova irmã do Percy Jackson?

—Sou sim.

Chegamos lá e ele me ajudou a sentar em uma maca, outra coisa, dói ainda mais tirar os cacos de vidro, e também pra desinfetar e enfaixar.

—Prontinho. — Ele falou se levantando. — Tente não se firmar nesse pé, mas posso te dar um pouco de néctar...

—Desde que eu não morra por mim tudo bem.

Ele deu uma risadinha e me entregou um copinho bem pequeno com néctar.

—Ei, você não é aquele garoto que estava andando com o Nico?

Ele ficou um pouco corado.

—Ahm... Sim, acho que era eu. Bem senhorita Jackson, você já está liberada, mas me diga... O que diabos a senhorita estava fazendo andando pelo acampamento descalça a essa hora da manhã?

—Bem, eu tinha um amigo que era filho de Apolo, ele sempre acordava a essa hora e eu acabava acordando também, ele ficava andando de um lado para o outro cantarolando... Todos os filhos de Apolo tem essa mania de serem felizes o tempo todo?

—Segundo o Di Angelo, sim, pelo menos eu sou!

—Bem até mais Solace— eu pulei da maca e aterrissei no pé machucado e fiz uma careta bem esquisita como um esquilo de desenho animado sendo estrangulado— Merda, isso dói...

—Já estou vendo que você vai me dar trabalho no futuro, senta aí, espere o Néctar fazer efeito.

Nem havia tomado o néctar, ele tinha gosto de leite com chocolate, quentinho. O efeito foi imediato, dei tchau para o Will e fui até o refeitório, continuei com a faixa, é legal (sim eu sou meio estranha mesmo). Percy tinha acabado de acordar, o cabelo estava bagunçado e os olhos quase fechando:

—E ai? —Ele falou no meio de um bocejo. —Pronta para conhecer a nossa mãe?