O Universo é extraordinário. Guarda segredos milenares que nunca poderão ser descobertos. Um desses grandes mistérios é a própria vida. Ninguém sabe exatamente como ela surgiu, porém, nós sabemos de uma história muito antiga que alguns sugerem que seja fruto da imaginação de alguém, outros encaram como uma verdade, mas você deve interpretar como quiser.
A lenda diz que o sistema solar foi criado pelo poderoso deus Sol. Todos os planetas foram moldados a partir de rochas que flutuavam pelo imenso vazio da nossa galáxia. As diversas tentativas em criar o planeta perfeito, com distância segura do grande deus Sol, deram origem a todo o coletivo. Cada planeta ganhou sua função para manter o equilíbrio, como um conjunto de engrenagens interdependentes. A perfeição foi atingida no terceiro planeta distante de seu deus, o planeta mais tarde nomeado como Terra. A deusa Lua apreciou a criação do seu rei e repousou sobre a órbita terrestre, dando origem ao sistema complexo da vida, o habitat. O mundo subsistia, a pangeia aglomerava diversos tipos de relevo e flora, e as águas, doces ou salinizadas, banhavam os leitos e praias do globo. Mas ainda não estava perfeito.
Unindo suas forças sobre a Terra, os deuses criaram seres que agiam por suas sensações e instintos, seus desejos de alimentação e reprodução. Ao término desse período, em bilhões de anos, chamaram a etapa de "A grande criação". Contudo, ainda não sentiam a alma do planeta, a essência de todo o seu trabalho. Queriam ser adorados e exaltados como o combinado: metade do ciclo de rotação da Terra para cada um. E assim deram origem a próxima fase, "A segunda geração". Por milhões de anos, basearam-se nos animais para promover seres com consciência, capazes de analisar seus atos, prever o futuro e distinguir o tempo, a verdade e o sentimento, criaturas com alma. Elfos, gnomos, anões, licantropos, vampiros, demônios, anjos e muitas outras espécies. Os deuses se sentiram satisfeitos com suas criações. Eram tratados como desejavam desde o princípio. Foram por muito tempo os grandiosos, os soberanos da Terra, os que traziam as chuvas e que geravam as colheitas. A raça predominante, os humanos, eram seus principais adoradores e, por isso, a mais apaixonante das criaturas. A paz e a harmonia vigoravam no planeta.
Todo o ocorrido desde o momento da criação dos planetas era descrito pelos deuses em um livro conhecido pelos terráqueos como "monolino". Documentava detalhes sobre a Terra, a grande criação e as raças, tudo aos mínimos pormenores. Era retratado na cultura dos povos como um aglomerado de papiros sobrepostos e amarrados por fios de linho. Representavam a escrita dos deuses com letras brilhantes e arrojadas.
Entre todas as raças, os humanos sempre estavam à frente nas evoluções da sociedade: invenções que facilitavam os processos, comércio, agricultura, e cidades, gigantescos centros urbanos. Conseguiam se reproduzir rapidamente e com perdas insignificantes. Eram dotados de uma tremenda capacidade em aprender qualquer coisa, desde caça e cultivo a grandiosas e poderosas magias. Como previsto pelo deus Sol, a ganância e o poder lentamente transformavam os seres humanos em soberbos, trapaceiros e impiedosos, utilizando da sua inteligência sobre as outras raças. Aos poucos deixavam de cultuar o Sol e a Lua, criando deuses fictícios para enriquecer. O conjunto de suas ações gerou um forte desequilíbrio natural, retirando a paz antes existente entre eles.
O Sol e a Lua nada fizeram a respeito da decadência da raça humana. Eles acreditavam na recuperação da alma, na semente que plantaram no coração de cada ser, na necessidade do poder divino dos criadores, porém o tempo nada mudou. A desonra que sentiram os levou a refletir sobre descontinuar a espécie, mas o amor por suas criações superava qualquer dificuldade. Todavia, precisavam castigar sua prole, e a punição viria das próprias raças subjugadas. Elas relatariam no monolino qual seria a melhor penalidade e os deuses julgariam se o castigo deveria ser aplicado. Sendo assim, os deuses depositaram uma única página do poderoso livro ao topo do monte Horeb, sul da península de Sinai. A astúcia da raça humana era tamanha que nem os deuses previram o que estava por vir.
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A Extinção
FantasyEm um mundo aparentemente como o nosso, poderosas raças habitam na penumbra da vida humana. Vivem na escuridão da noite, punidas de caminhar à luz do Sol por divindades primevas. Os seres humanos desconhecem a existência de outros seres e os encontr...