Arquivo Secreto Vaticano

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A Bíblia Católica News noticiou em 26.10.2007 que na Cidade do Vaticano, já é pública a edição inédita e exclusiva das atas que integram o antigo processo contra os Templários. O volume "Processos Contra Templários", mais conhecido como " Pergaminho de Chinon", apresentado à imprensa, esteve a cargo dos oficiais do arquivo pontifício e contém a reprodução fiel dos pergaminhos originais conservados no Arquivo Secreto Vaticano.

  A publicação suscitou um interesse mundial, sobretudo porque a história dos Cavaleiros Templário esteve frequentemente no Centro de lendas. O principal valor da publicação reside na perfeita reprodução dos documentos originais do citado processo e nos textos críticos que acompanham o volume; explicam como e de heresia e suspendeu a Ordem sem dissolvê-la, reintegrando os altos dignitários templários e a própria Ordem na Comunhão da Igreja. Assim, o pontífice, ainda absolvendo os Templários, suspendeu sua Ordem, com sentença não definitiva para impedir um cisma com a França.

  A absolvição do grão-mestre dos Templários chegou após a confissão de uma série de culpa e depois de que a Ordem fez um ato de submissão à Igreja, pedindo o perdão do Papa. "E tudo isso — acrescenta Bárbara Frale, funcionária do Arquivo Vaticano —,  se encontra no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios, no castelo de Chinon" , no qual Felipe IV da França e alguns altos dignitários da Ordem.

  A ata de Chinon, que declara os Templários não dissolvidos, mas absolvidos, suscitou a reação da monarquia francesa, tanto que obrigou Clemente V à ambígua discussão sancionada em 1312, durante o Concílio de Vienne, com a bula "Vox In Excelso", na qual declarava que o processo não havia a acusação de heresia, mas só a indignidade e os maus hábitos difundidos entre muitos membros da Ordem. Portanto, de seu assentimento para que fosse suspensa com sentença não definitiva, motivada pela necessidade de evitar um grave perigo para a Igreja.

  O Papa Clemente V " absolveu os Templários ", mas que " para evitar um cisma na Igreja, era necessário sacrificar a sobrevivência da Ordem".

O pergaminho de Chinon denota que há um erro, que a maioria das enciclopédia comete. O papa não podia extinguir a Ordem dos Templários. Não poderia, com uma Bula, extinguir uma pessoa jurídica de direito privado. Daí, tê-lo feito de forma indireta, ou seja, decretando a interdição aos cristãos e a excomunhão dos Templários, através de Bula "Vox Clamantis". Assim, o interdito implicava, para os cristãos, a proibição de participar da Ordem e, aqueles que dela faziam parte, a excomunhão. Dessas forma, no mundo cristão, indiretamente, estaria a Ordem extinta, não pela bula, mas pelo esvaziamento do elemento humano. Depois da proibição da Igreja para que novos homens iniciassem na Ordem dos Templários, com a punição de excomunhão pela igreja, a Ordem parou de recrutá novos Cavaleiros.

  "O papa Clemente V na verdade absolveu os Templários da acusação de heresia, a espinha dorsal do processo contra a Ordem, embora reconhecesse que os cavaleiros fossem culpados de delitos menores aos olhos da Igreja, como violência, abusos e atos pecaminosos."

Segundo relatos, em suas cerimônias de iniciação os Templários entregavam-se a práticas heréticas. No pergaminho, os cardeais que interrogavam o Grão-mestre da Ordem, Jacques de Molay, deixam claro que ele cuspiu no chão e "renegou Deus somente com palavras e sem intenção". Para muitos historiadores, o Ritual era apenas uma forma de o cavaleiros iniciado provar sua fidelidade total à ordem e se preparar para o caso de ser feito prisioneiro dos muçulmanos, quando teria de renegar a religião cristãos para preservar a vida.

  Com a absolvição oficial da igreja atrasada 700 anos, o imaginário popular será dificilmente alterado, e o mais provável  que a "lenda negra" dos Templários — apesar dos novos documentos — perdure por outros sete séculos mais.

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