Capítulo 1

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- Max, já passaram duas horas desde o fim do seu expediente _Ravena adentrou o escritório mal iluminado e desorganizado de Maxuel Forks.

- Eu sei _fez um gesto exasperado_ Eu preciso descobrir como isso aconteceu e principalmente o porquê de terem me colocado nesse caso. Mas por agora eu preciso entender...

- Max _o interrompeu_, você não pretende descobrir tudo o que aconteceu em um único dia, não é? _direcionou um olhar dócil e carinhoso.

- Eu sei Ravena. Mas se eu pudesse somente...

- Mas não pode _a mulher em sua frente respirou fundo e olhou nos olhos do irmão e repousou as mãos em seus ombros largos e os apertou_ Max, você não é de ferro. Eu tenho certeza de que só colocaram você nesse caso porque você ia dar tudo de si para saber o que aconteceu. Você, com certeza, foi um dos mais afetados de toda essa tragédia. Olha, se for culpa de alguém e você querer "vingar" a morte da Tara e do Ben, não vai mudar o passado. Não vai trazê-los de volta. Lamento muito, Tara era a minha amiga e eu ia ter um sobrinho. Mas não podemos fazer nada a respeito. Só quero que tenha isso em mente. Agora, que quero que você arrume essa mesa e vá para casa.

- Eu achei que fosse seu chefe, e não ao contrário _fez uma brincadeira boba a fim de afastar o assunto.

- Querido, sendo a sua secretaria ou não, vou continuar sendo sua irmã mais velha e isso nunca vai mudar.

- Por vinte e cinco minutos _sua gêmea lhe deu um olhar severo_ Está bem, está bem... _soltou um riso_ Eu vou pra casa. Mas mesmo assim, não precisava disso tudo.

Ravena se aproximou de seu irmão e o abraçou forte. Ela podia ver aquela mesma dor dentro de seus olhos. A mesma que estava lá, presente há quatro anos. Seu único desejo era que ele pudesse finalmente se livrar dela. Eles eram irmãos! E Ravena o conhecia como a palma de sua mão. Todos os momentos de sua vida eles estavam juntos. O maior medo de Ravena era que ele nunca mais viesse a encontrar a felicidade e, o pior de todos, se esquecesse do sentimento de amar.

Ela tomou fôlego e respondeu:

- Claro que precisava. E eu fiz isso também porque o meu carro está na oficina e eu preciso de carona.

- Claro que sim _revirou os olhos_, mas e o Will?

- Ele está no salão me esperando, combinamos de nos encontrarmos lá. Você sabe... Os preparativos do casamento não tem dado muito sossego a ele.

- Claro. Culpem os preparativos, jamais a noiva _ela revirou os olhos e bufou.

- Bobo _sussurrou pra si_ Vamos logo! Estou morrendo de sono, e aposto que você também.

Ela consegue ser bem chata quando quer. Maxuel pensou virando se para arrumar alguns papéis.

- Não sou não!

- O que foi? _ela estava encarando seu irmão severamente.

- Você está com aquele olhar que diz "Nossa, como a minha irmã é chata!".

Soltou um riso alto.

Pegou sua pasta preta e colocou os documentos nela. Apagou as luzes de seu escritório e saiu da IPMS com Ravena tagarelando ao lado. Não prestou muita atenção no que ela dizia, não deveria ser de extrema importância. Uma hora ou outra, murmurava uns "humhum" para a mulher não desconfiar.

Seus pensamentos e alma estavam no caso que lhe deram. Mas porque de reabrirem o caso depois de quatro anos? Quando quiseram fechar o caso, Maxuel ficou revoltado e não queriam o deixar reabri-lo para entrar nele. Mas agora, por que assim do nada? Aquilo se trava da sua mulher e de seu filho e, agora que lhe deram a chance, não iria falhar. Não iria desistir.

Então Fique em SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora