Capítulo 1

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Mais uma madrugada, mais "uns" pensamentos, mais olheiras. Minha mente sempre gostou de se divertir na "madruga", diferente de mim que jamais trocaria minha cama - mesmo não usando-a para dormir esse horário - por um local tomado por uma muvuca. 05:18h da manhã e junto às histórias que minha parceira inseparável produz, martela o fato de que terei que acordar às 08:00h, no máximo às 09:00h e talvez às 10:00h... Enfim! Sei que preciso estar de pé, e cedo, pois meu trabalho da faculdade não será feito sozinho - o que não seria uma má ideia.
"O primeiro período de Psicologia é moleza", dizia o careca, digo, meu professor de Avaliação Psicológica. Moleza para quem, meu senhor?! Pra uma jovem de 20 anos com sono acumulado e perdida com os próprios horários não é não. Mas isso não me faria desistir. Sempre tive uma sina muito grande por ajudar as pessoas, e me formar nisso de poder aconselhar os outros seria perfeito. Sempre fui a Psicóloga de todos os meus amigos, me tornar uma profissional seria só um complemento. Era tudo que eu queria!

Me deliciava com o beijo magnífico do tal homem misterioso que conheci na biblioteca da minha cidade, segurando um sorvete de casquinha sabor morango e o tal homem mostrou interesse pelo meu sorvete e nos lambuzamos no prazer e no sorvete derretido. Ele me elogiava e dizia que mesmo sendo ótimo, meu sorvete nem chegava aos meus pés. Retribuiria o elogio, quando... Ouço ruídos. Acordo. É Iron, meu cachorro, cavando a porta para que eu acordasse. Olho no relógio: 12:45 - MEU DEUS! - gritei, fazendo minha mãe surgir na minha frente como num passe de mágicas.

- O que houve, Luna? Quer me matar de susto, garota?! - me pergunta com um pano de secar pratos nas mãos e com os olhos quase saltando para fora do rosto.

- A hora, mãe! A hora! O trabalho, a faculdade, minha vida, emprego, futuro... - respondo com a mão no rosto fazendo um belo drama. Sempre fui exagerada.

- Sabia que tinha ido dormir de manhã, por isso deixei que dormisse tranquila. Há tempo para tudo e nosso tempo somos nós quem fazemos. - disse com toda sabedoria e sutileza do mundo para me acalmar e prosseguiu. - levanta dessa cama, toma seu café, acorda pra vida e depois faça seu trabalho; complicado?! E fale com seu amigo que fez o favor de te acordar, porque se o fez, não foi em vão. - concluiu e saiu do quarto.

Conversei com meu cachorro, ganhei umas belas lambidas de amor no rosto, o beijei como de costume e finalmente levantei para fazer o que deveria ser feito. Ah, e com relação ao meu sonho: esse ainda foi leve, sonho com coisas piores e mais bizarras ainda. Uma vez sonhei que Iron foi meu primeiro paciente após ter me formado e aberto meu próprio consultório e ele relatava o quão difícil era correr atrás do próprio rabo e se frustrar logo depois. Pois é.

Dois Caminhos, Uma EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora