FAMÍLIA TRAMONTANA
Conheci o Sr Adami Tramontana quando fiz minha apresentação no concurso para a vaga na empresa. Um senhor duro e sarcástico, apesar de ser um patrão justo, como Amélia, minha amiga, diz.
Após integrar na empresa, passei a trabalhar diretamente com ele e nos víamos todos os dias. Dona Ângela, sua esposa, vai à empresa diariamente e sempre almoçam juntos. Mesmo depois de alguns meses de trabalho e suas visitas diárias, sinto que ela não gosta de mim. Mas fazer o quê? Não podemos agradar a todos e preciso do meu emprego.
Amélia e eu moramos juntas e as despesas do nosso ap são divididas fielmente. Graças a Deus, estamos acabando de pagá-lo, o que fazemos desde que chegamos do interior há cinco anos.
Tivemos sorte porque fomos morar num casarão que havia sido dividido em apartamentos. Uma rua tranqüila, num bairro pequeno, onde os moradores são conhecidos de uma vida inteira. A dona do casarão faleceu e seu filho fez a divisão da casa. Como seu interesse é desfazer-se dela, vendeu os apartamentos por um bom preço e quem já morava neles recebeu a preferência para a compra.
Amiga de muitos anos, Amélia e eu juntamos nossas economias, demos uma entrada e o restante dividido em prestações. Com muito sacrifício, deixando de comprar roupas e sair nos fins de semana, estamos nas últimas prestações e ele será nosso.
Mas voltando aos Tramontana, dona Ângela tudo fazia para mostrar o seu desagrado a minha pessoa. Parecia que ela estava prevendo minha relação com Andreanni, pois o desagrado aumentou ainda mais quando nosso namoro começou.
No princípio, ficamos uns meses sem dizer nada a ninguém, mas a presença constante de Andreas, como eu o chamava, caracterizou o acontecimento.
O Sr. Adami não ficou satisfeito, mas foi alertado pelo filho que não poderiam perder uma funcionária como eu para a concorrência, pois eu já havia recebido três ofertas quentes de cargos em três grandes empresas concorrentes.
O sr Adami e dona Ângela conversaram e resolveram deixar o filho em paz, até mesmo porque eles acharam que o nosso namoro era coisa passageira, pois Andreas já teve mais mulheres do que camisas de luxo.
E a nossa vida seguiu calmamente.
Em outubro de 2001, Andreas e eu ficamos noivos. Não fizemos festa porque eu não quis. Resolvemos viajar e ficar uma semana no nordeste. Rimos, passeamos e fomos à praia. Foram dias de sonho.
Em fevereiro de 2002, encomendamos os gêmeos e nos casamos, ainda com os Tramontana distantes de nós, como se fossem outra família.
Andreas comprou uma casa grande para nós e mudamos.
Com a gravidez correndo bem apesar de dupla, seguimos trabalhando lado a lado. Andreas assumiu a matriz e os pais retiraram-se para o Rio de Janeiro. Sentimos ali a ruptura final. Andreas ficou triste, mas firme ao meu lado. Nunca ouvi uma reclamação qualquer. O nosso amor foi maior que tudo.
Os gêmeos chegaram em novembro e os meus sogros fizeram apenas uma visita ainda nos hospital. Alegaram problemas na filial do Rio que sabíamos não existir, mas aceitamos tudo com firmeza e união. Os nossos filhos não sofreriam por falta de amor.
Durante aqueles dois anos trabalhamos muito. Andreas organizou os negócios, estabeleceu um fundo fiduciário para os gêmeos, protegendo-os para qualquer fatalidade que viesse nos acontecer e estabeleceu também uma pensão vitalícia para mim. No momento achei um pouco apressado, mas hoje vejo que ele tinha razão. Parece que as pessoas que vão morrer cedo sabem que isso vai acontecer.
Quando recordo ainda me arrepia.
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É VIDA QUE SEGUE
Em março de 2003, com os gêmeos com 4 meses, reintegrei ao trabalho na empresa por meio período, para não ficar muito afastada deles e dar de mamar regularmente.
No escritório podíamos ter uns momentos sozinhos, já que em casa com aqueles dois glutões era impossível. Rsrsrsrsrs
Aproveitávamos os períodos de pouco movimento e fazíamos amor no escritório calmamente.
São essas lembranças que me fazem resistir hoje a essa grande dor.
Passaram os dias e já era aniversário de um ano dos nossos filhos. Fizemos uma pequena festa, sem muito estardalhaço, até mesmo porquê eles dormiam cedo e só acordavam no dia seguinte.
Escolhemos um salão perto de casa e a casa de festas encarregou-se de tudo o que as crianças têm direito. Os vizinhos e o pessoal da empresa estavam em peso, com seus filhos. Foi uma festa maravilhosa até que os bebês dormiram e fomos para casa.
O natal, logo em seguida, foi tranqüilo, com a curta presença da família, sempre dando suas desculpas para não ficar mais tempo.
Tiramos umas pequenas férias e fomos para a casa de praia com as crianças.
Sol,mar, amor, crianças, fraldas, mamadeiras e mais amor. Foram quinze dias que eu não queria que acabassem. Mas a vida real nos chama novamente e voltamos para nossa batalha.
Após o carnaval, em 2004, recebemos uma proposta de uma fábrica de cosméticos que estava quase fechando. Andreanni tomou uma resolução sem consultar ninguém.
Adquiriu a fábrica por um bom preço, com o seu próprio dinheiro, sem investir um centavo da Tramontana. Era um dinheiro recebido como herança do seu padrinho já falecido.
Sem que eu soubesse, colocou a fábrica diretamente em meu nome.
Só fiquei sabendo que assim seria quando a transação já estava terminada em cartório.
No princípio, não fiquei muito satisfeita não, pois sabia que teria problemas com os sogros.
Mas Andreas disse-me que seria assim e se não quisesse poderia vendê-la mais tarde.
Assim passei a investir meu tempo e idéias no meu novo empreendimento e como tudo que faço, graças a Deus, virou sucesso.
Adami e Ângela vieram com fúria para cima de nós, mas Andreas mostrou de onde saiu o dinheiro e que não precisamos deles para nada e que os sócios foram informados da legalidade da transação.
Essa foi a pá de cal na dissolução da família.
Desse dia em diante, Andreas ligava apenas para a governanta da família, que foi sua babá, para saber notícias e mais nada. Os pais nem isso não faziam, preferindo ficar mudos para sempre. Depois mais tarde se arrependeram, mas nada era possível fazer.
Em novembro, no aniversário das crianças, pude comemorar o crescimento vertiginoso da minha fábrica de cosméticos. Sou uma pequena mulher empresária, mãe, esposa muito realizada e feliz. Estou contribuindo para o fundo fiduciário dos nossos filhos, pois os lucros fazem parte dele.
Pode parecer estranho, mas não tenho grandes vôos relacionados a finanças e gasto pouco, apenas o que é realmente meu rsrsrsrsrs
Vinte dias após o aniversário dos bebês, precisamente dia 05 de dezembro, amanheci com uma estranha dor no peito, como se fosse um nó, que não se desfazia.
Andreas insistiu que eu fosse ao médico e chegando lá o mesmo pediu os exames de rotina apenas, tendo em vista que a parte ginecológica está em dia por conta do nascimento das crianças.
Fiz também um eletrocardiograma e o eco, que ficaria pronto em cinco dias.
Após o resultado, voltou ao médico, mas nada de errado havia.
O que aconteceria eu veria depois.
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MAIS FORTE QUE O DIAMANTE
Roman d'amourMAIS FORTE QUE O DIAMANTE PRÓLOGO Milena Trentino arrumando-se para a entrevista de trabalho. A primeira depois de quatro anos da morte de Andreanni Tramontana, seu marido e pai dos meus filhos, Angelina e Agnelo, de seis anos. A sua vida mudou com...