Assim que chego na delegacia,como faço diariamente sento em minha cadeira, ligo o computador e começo meus trabalhos. E assim fico pelas 2 horas seguintes.Descido esticar as pernas, então saiu da sala e sigo direto para a máquina de salgadinhos que tem no corredor, ando tranquilamente enquanto volto para minha sala quando escuto o nome de Mary sendo mencionado entre duas mulheres que estavam conversando, em frente a recepção. Paro e finjo que olho os cartazes que estão expostos na parede ao lado, me esticando o suficiente para poder ouvir as últimas palavras que saíam de sua boca.
Ela estava com o pulso sangrando. No momento que ela falou isso, senti meu coração se reduzir ao tamanho de uma noz. Eu simplesmente não poderia acreditar que ela estava fazendo isso novamente, ela me prometeu droga.
Sem me importar se as mulheres que estavam lá, tivessem percebido que eu estava espiando, corri o mais rápido que minhas pernas conseguiam aguentar e me dirigi a sala da Mary. Infelizmente ela não havia chegado ainda, esse fato me deixou em estado de nervos, não me preocupava se todos em volta estavam me observando correr agora em direção a minha sala, a única coisa que me importava agora era ter notícias de Mary, saber porque voltou a fazer aquilo, e porque não me procurou.
Abro a porta com pressa, e rapidente abro a bolsa e pego meu celular procurando seu número, estou tão desesperada e nervosa que não vi Marcelo em sua mesa, olhando para mim com um olhar assustado e confuso.
O ignoro, e continuo a rezar para que Mary atenda o maldito celular, que até entao apenas chamava. Quando caiu na coxa postal pela 3 vez, desisti e sentei na mesa, pensando em lugares que talvez ela poderia estar. E quanto mais eu pensava mais vinham perguntas que quando eu a encontrasse exigiria que me desse respostas.
Olhei para o celular mais uma vez, que mostrava uma foto minha e de Mary que tiramos quando fomos a praia. Estávamos tão felizes, foi nossa primeira viagem juntas, fizemos tudo que tínhamos direito para ter férias maravilhosas. Lembro quando Mary disse que íamos a praia pegar um bronzeado igual ao das brasileiras, mas eu me recusei a ir pois não disse que não queria mostrar meu corpo, ela ficou uma hora brigando comigo dizendo que era um absurdo eu achar que não tinha um corpo bonito.
Ela nunca teve vergonha de mostrar seu corpo,até porque não teria que ter, ela é linda. Tudo que todas as garotas sonham em ser um dia, alta, magra, e com um cabelo de dar inveja até na Gisele. O homem que não gostar dela vai ser um tremendo idiota, porque além de linda, minha amiga é engraçada e inteligente.
Abro um pequeno sorriso ao lembrar de alguns momentos nossos. Bloqueio a tela do celular e descido esperar até que ela esteja a vontade de falar comigo, se ela quer ficar sozinha vou entender e não insistir.
Olho para Marcelo que agora está digitando algo em seu computador. O olho atentamente, devo não ter percebido por causa do meu nervosismo, mas agora é perceptivo como o mesmo parece cansado,como se não tivesse dormido a noite, seu cabelo está todo bagunçado deixando óbvio que tinha passado as mãos no fio mais vezes do pudesse contar. E por último olho para suas roupas que diferente dos dias normais está toda amassada e amarrotada. Definitivamente Marcelo parecia acabado.
O mais estranho nisso é que Marcelo sempre foi um exemplo de delegado, sempre impecável com suas roupas. Então alguma coisa muito séria deve ter acontecido.
Saiu do meu transe com a voz de Marcelo ecoando pela sala.
- Algum problema Ariel ?- pergunta ainda olhando para o computador.
- Não é nada Marcelo. Está tudo bem.- digo tentando passar a mesma firmeza que as palavras passavam.
- Ariel, eu sou um delegado sei quando alguém está mentindo pra mim. Então não tente me enganar, você me ajudou aquele dia então deixe-me tentar te ajudar agora. - disse agora desviando os olhos da tela do computador e focando-os em mim.
Venho minhas opções, e entre ficar angustiada esperando Mary dar sinal de vida ou pedir ajuda em relação ao que fazer. Penso por alguns instantes e descido pela segunda opção.
- É a Mary...estou preocupada com ela.
Assim que menciono o nome de Mary, Marcelo parece ficar em alerta total, cerra os punhos por cima dos teclados do computador,fica ereto e nervoso pensando sobre alguma coisa.
- Porque você esta preocupada com ela ? Aconteceu alguma coisa?.
- Eu estou achando que sim. Ela fez uma coisa que prometeu para mim que nunca mais faria.
- É que coisa seria essa ?- pergunta Marcelo curioso.
- Não posso falar, eu prometi que não falaria isso para ninguém. Não quero ver minha amiga se destruindo aos poucos. - digo sentindo lágrimas rolando dos meus olhos.
- Quando você diz destruindo, em que sentido está se referindo ?- pergunta ele obviamente usando seu talento de policial para arrancar respostas. Mas no momento não me importo com isso, a única coisa que eu preciso é de alguma forma de ajudar Mary.
- Posso dizer que machucam tanto por dentro quanto por fora. Marcelo não se engane com esse jeito despreocupado de Mary, ela é apenas uma menininha assustada que já sofreu muito na vida e que usa esse desfarce para esconder seus medos e fraquezas.
Marcelo olha para mim com um olhar perturbado como se alguma coisa o estivesse corroendo-o por dentro e ele não fosse capaz de controlar.
Então após ter falado tudo isso, ele se levanta de sua cadeira rapidamente e sai da sala murmurando um tchau, em seguida batendo a porta.
Volto para o trabalho, e as horas passam sem sinal de Mary ou Marcelo na delegacia. Uma hora antes da minha hora de saída, arrumo minha mesa e assim que termino olho para a de Marcelo e começo a arruma-la também, em forma de agradecimento por ter me ouvido desabafar sobre minha vida ou melhor sobre a vida da minha amiga.
Quando estou terminando de ajeitar os últimos papéis, vejo um que me chama a atenção, fala sobre o caso da rede de prostituição, pelo que consta no relatório a última que esteve infiltrada morreu durante um tiroteio em uma das casas. E que agora outra policial precisar ocupar o lugar.
De repende me vejo tendo uma ideia ao mesmo tempo suicida e inteligente. Pego o papel colocando-o em minha bolsa, termino de arrumar tudo e sigo para fora da delegacia, imaginando a reação de todos ao contar minha sugestão.
Olho para o papel dentro da bolsa, do lado do meu lado, vendo minha grande oportunidade de mostrar a todos que não sou uma simples secretaria. Eu vou ser a infiltrada,custe o que custar.
Me desculpem pela demora, mas começou as aulas e como estou no último ano fica tudo muito complicado. Mas prometo ser mais assídua.
Comentem e votem. Bjoss anjinhos.
Leiam também minhas outras duas histórias. Chegando ao seu coração e
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A Infiltrada
AçãoEla a garota inocente que sonha em ser policial. Ele o cara perigoso e temido por todos no mundo do crime. Ela candidata-se a uma missão considerada suicida por todos, contra o maior Império da prostituição. Ele um assassino cruel que não pensa duas...