A Infiltrada

Desistir ?

Voltei anjinhos...

Assim que meu despertador tocou, me levantei rapidamente correndo em direção ao banheiro. Fiz minha higiene, lavei o cabelo, e hidratei meu corpo inteiro. A animação parece correr por entre minha veias, nem mesmo sei como consegui dormir mais de 2 horas. Hoje será o primeiro dia de um futuro de glórias. O único problema será escolher a roupa para esse grande dia,

Paro em frente ao meu armário e fico olhando para as várias roupas que tenho, como se magicamente uma roupa fosse saltar dali, mas como não estamos no filme " a bela e a fera" isso não irá acontecer. Depois de quase 20 minutos consegui achar uma roupa confortável e bonita para vestir.

Enquanto passo a camiseta pela cabeça, penso que se Marcelo me visse nesta situação, ele provavelmente começaria com seus sermões. " Meu Deus Ariel por que tanta demora só pra escolher uma roupa" ou " eu sou muito feliz só com as minhas camisetas e as minhas calças".

Hoje será o dia do meu primeiro treinamento com Marcelo, não posso dizer que não estou nervosa pois isso seria mentira, a ansiosidade faz com que minhas mãos  tremam.

Quando chego em frente ao prédio da delegacia, vejo Marcelo sentado em um banco segurando dois copos do que pelo horário deve ser café, e assim que me vê ele se levanta e vem ao meu encontro.

- Bom dia. - diz me entregando um dos copos, e então confirmo minhas suspeitas: é café.

Se já consigo descobrir o líquido de um copo, será moleza fingir e mentir para um grupo inteiro de traficantes de mulher e coisas piores.

- Esta pronta pro treinamento ? -pergunta sorrindo.

- Claro que sim. - respondo animada.

- Hoje será como um teste, se você passar por ele ai poderá começar o treino de verdade. Isso será apenas o básico.

- Tudo bem. - afirmo com convicção.

Marcelo então coloca a mão no bolso e tira a chave do seu carro.

- Vamos no meu carro.

Seguimos andando até o seu carro e ele faz questão de abrir a porta para mim, o galanteador nato nunca perde uma oportunidade.

- Já estamos chegando ? - pergunto pela nona vez, Marcelo me dirige um olhar feio, como nas últimas 3 vezes que eu perguntei.

- Não Ariel, ainda não estamos chegando. Eu agradeceria muito se você parace de me perguntar isso a cada 5 minutos. - diz com a voz calmamente raivosa.

- Pra onde vamos ? - pergunto olhando do relógio para ele, pois já fazem mais de meia hora que estamos na estrada e não vejo sinal de que vamos parar tão cedo.

- Surpresa, e aproveite esse tempo no carro como uma lição, não seja ansiosa e nem impaciente, pois isso pode trazer desconfiança e colocar tudo a perder. - diz Marcelo revezando o olhar entre mim e a estrada.

Apenas acinto e voltanos para o silêncio constrangedor.

- Chegamos.

Marcelo para o carro em frente a uma simples lanchonete de beira de estrada, o olho com os olhos serrados em um sinal claro de confusão. Ele se contém em apenas sorrir e me puxar para dentro do recinto.

A lanchonete não tinha nada de anormal, até era ajeitada e no momento está parcialmente cheia. Fico admirada pois o lugar tem uma variedade grandiosa de clientes, em uma mesa vi adolescentes emos e em uma mais próxima um grupo de senhoras que custuravam e conversavam entre si.

Enquanto Marcelo fala com o garçom, eu pego um cardápio em cima do balcão e começo a ver as opções. Estava prestes a pedir uma panqueca de morango quando o papel é arrancado de mim.