Me perdoem anjinhos. Está difícil parar pra escrever.
- Eu não espero que você aceite Mary, só espero que me apoie. -digo indo em direção a sala, e me sentando no sofá.
Então logo vejo Mary parada no fim do corredor, olhando para a pasta com um olhar perdido.
- Ariel isto é considerado perigoso demais, até mesmo por nós profissionais experientes.
- Eu sei. E é por isso que eu quero participar. - digo convictamente.
- Esses homens não estão pra brincadeira Ariel, eles te matam antes mesmo de você abrir a boca.
Aquelas palavras me fizeram gelar por dentro. Eu estava ciente de que isso não seria fácil, e que se alguma coisa saísse errado, poderia custar a minha vida. Mas apesar disso, eu disposta a correr qualquer perigo que fosse preciso, para provar que não sou a menina indefesa, que todos pensam.
Então ignoro o embrulho que sinto na barriga, e aceno afirmativamente, para Mary, para lhe fazer entender que eu sabia de todos esses riscos e mesmo assim estava disposta.
- Duvido que o Marcelo permita uma coisa dessas, do jeito que ele é, todo super protetor com você. É mais fácil ele beijar um homem a te deixar fazer isso.
É claro que já tinha pensando no Marcelo, e sei que vai ser difícil fazê-lo me deixar entrar infiltrada, mas faria qualquer coisa para entrar, e ter o prazer de acabar com todos aqueles desgraçados.
- Com ele eu me resolvo. -digo.
Vejo um lampejo de tristeza atravessar o rosto de Mary. Estava tão concentrada em mim e na minha situação, que esqueci o que realmente importava no momento.
Mary ainda não tinha me contado o porque de ter tido uma recaída e voltado a se cortar.
-Mary porque você voltou a se cortar ? - pergunto gentilmente.
Ela arregala os olhos e abaixa a cabeça.
- Não quero falar sobre isso.
- Amiga se você está precisando de ajuda, saiba que eu sempre vou estar aqui.
- Eu sei, mas isso não irá mais acontecer. - diz ela levantando a cabeça e arrumando os fios loiros.
- Tudo bem.- digo triste pelo fato de que, apesar de sermos amigas, ela nunca confiava a ninguém seus medos e segredos.
- Ok, vamos esquecer os bandidos, Marcelo e tudo mais, vamos falar sobre uma coisa mais importante.- diz Mary com um sorrisinho malicioso no rosto.
- Quando você pretende dar a perseguida ?
Suas palavras me fazem tossir freneticamente, e balançar a cabeça negativamente.
- Mary.
- O que ? Ariel, pelo amor de Deus ne. Você tem que dar amiga. Nem que seja pro mendigo da rua, ou você quer ficar igual a minha vizinha sozinha com mil gatos.
Rio da cara de desprezo que ela faz. Mary tem um sério problema com sua vizinha, dona Antônia. Segundo ela a idosa tem tantos gatos em sua casa que eles estão saindo até pelas paredes. E que qualquer dia irá mandar a vigilância sanitária bater na porta da senhora, pois não aguenta mais os gatos dela, urinando no seu tapete.
Mary senta no sofá, tira os saltos e coloca os pés em cima do sofá.
- Não ria, eu ainda vou ter sapatos com couro de gato.
E assim passamos o dia, conversando, rindo, e em nenhum momento lembrando sobre nada relacionado a delegacia.
Sentia falta desses momentos com Mary, o trabalho nos consome quase que totalmente e não sobra tempo para ficarmos juntas, ela ate tenta arrastar-me para as baladas e festas diárias, mas me recuso a ficar no meio de pessoas suadas que ficam se esfregando incansavelmente uns nos outros.
Então aqui estamos, na minha cozinha, Mary tentando cozinhar alguma coisa, que se olhando atentamente até parece ser alguma coisa parcialmente comestivel.
Enquanto falamos animadamente sobre os famosos das séries de televisão.Então ouço batidas na porta, desço da bancada e caminho em direção a porta, deixando uma Mary completamente frustada com sua falta de dotes culinários.
Então abro a porta, e dou de cara com um Marcelo completamente transtornado, que passa por mim e entra na minha casa sem ao menos dirigir-me a palavra.
- Eu quero a pasta e os relatórios agora Ariel.
Diz ele, olhando para mim com um olhar raivoso e nervoso.
- Miga, acho que vamos ter que....- diz Mary, mas para assim que vê Marcelo parado na sala. - pedir comida.- ela termina de dizer.
- Marcelo, fica calmo, de que relatórios você está falando ? - pergunto tentando me fazer de desentendida.
- Ariel, não me tire do sério, você não vai querer que eu venha aqui com um mandado de busca e apreensão, ou vai ? - diz ele friamente.
Gelo, e acabo ficando sem palavra, então Mary vem ao meu favor.
- Ela não pegou nada Marcelo, deixa de ser imbecil.
Ela diz com tanta raiva em sua voz, que me faz questionar se era só por minha causa que ela estaria com raiva dele ou se teria algo que ela estaria me escondendo.
- Mary fique quieta, eu sei que foi a Ariel.
Então olho para Mary, buscando por ajuda, vejo-a respirar fundo e andar até Marcelo parando na sua frente. E apesar de suas visivelmente diferenças de altura, parece não afetar em nada a determinação de Mary.
- Não foi ela que pegou, fui eu.
Suas palavras me causam surpresa. Ela estava assumindo a culpa por mim, sem ao menos saber quais seriam as consequências. Mas apesar disso, não vejo só a vontade de me ajudar nela, mas sim o prazer de irritar e levar ao limite a paciencia de Marcelo. Que nesse momento parece ter fogo nos olhos que facilmente poderia desintegrar Mary.
Então ele a pega no colo e a coloca como um saco de cebola nos ombros, e anda até a porta e a puxa ainda com Mary no ombro.
- Essa porta não vai abrir. Entendeu ?
- Sim.
E nisso a porta se fecha com um forte baque, me fazendo dar um pulo de susto.
Então corro para a cozinha, pego o primeiro copo que vejo e volto para a sala. O coloco entre a porta e meu ouvido, tentando assim, ouvir alguma coisa que eles conversam.
Mas nada, não dá para ouvir nada. E isso me deixa frustada.
Então deixo o copo na mesa e sento no sofá esperando que eles voltem. Então começo a pensar como vai ser quando encontrar o homem do retrato, porque não importa quem seja, nao irá me impedir de prende-lo pelas minhas próprias mãos.
Já fazem 45 minutos que Marcelo e Mary estão lá fora, e a única coisa que consegui pensar é em quanto custará o caixão de um deles. A pasta já se encontra em cima da mesa, eu estava pronta para assumir meus erros, mesmo que isso me custasse uma demissão. Então decida me levanto, indo em direção a porta mas antes que eu abra, ela se abre revelando uma Mary vermelha, descabelada e com lágrimas nos olhos.
E então vejo Marcelo atrás dela com um olhar perdido, e só posso concluir que a conversa não foi nada gentil.
E o que ela diz, faz com que eu fique em choque.
- Eu me demito.
Continua....
GENTE BABADO FORTISSIMO. O QUE SERA QUE ACONTECEU COM ELA E O MARCELO.
ATÉ A PROXIMA ANJINHOS...
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A Infiltrada
ActionEla a garota inocente que sonha em ser policial. Ele o cara perigoso e temido por todos no mundo do crime. Ela candidata-se a uma missão considerada suicida por todos, contra o maior Império da prostituição. Ele um assassino cruel que não pensa duas...