Uma fênix decide acabar com meu dia

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-Você já viu o que ele fez. Ele sumiu com Peter Wold com apenas um estalo de dedos! É questão de tempo meu pai vir aqui e nos condenar por deixar isso acontecer. Ares vai querer a cabeça desse garoto mais do que tudo! - A voz de Dionísio ecoava alta por toda a Casa Grande.

-Acalme-se, Dionísio. Eu já sei o que podemos fazer pra que ele não tenha problemas. É só deixar comigo. - Disse Quíron. O tom de voz dele era relaxado.

Faziam dias e dias que eu ouvia Quíron e o Sr. D conversando sobre mim. Por algum motivo, desde aquele dia, todos os meus sentidos ficaram mais aguçados durante a noite ou quando há alguma falta de luz. Eu me sentia, melhor.

-Tudo bem. Vou te dar uma semana pra provar o contrário desse garoto. Um mero garoto de 5 anos que pode me render 5 mil anos presos a esse maldito acampamento! - Exclamou Sr. D.

Logo a pós, a porta da Casa Grande bateu e os cacos de Quíron batiam contra o piso de madeira pra lá e pra cá. Certamente, ele estava pensando em algo. Não queria mais ser aquela aberração. Eu só queria ser eu. Cobri-me com um edredom e então, adormeci.

Quando acordei, o calor estava de matar. Levantei depressa da cama e troquei-me. Coloquei um shorts xadrez cinza com branco e a camiseta laranja do acampamento. Quando ia saindo do quarto, a espada que eu havia recebido de presente brilhou em roxo. Fiquei a olhando. Não podia sair dali sem ela. Mas, ainda não tinha dito nada a Quíron. Bufei e peguei a espada que tinha 2x o meu tamanho, colocando-a na bainha. Por mais incrível que pareça, a espada não estava tocando o chão. Era como se um portal a sugasse. Aquilo era legal. Saí da Casa Grande normalmente. Todos os campistas estavam fazendo seus devidos afazeres ou só treinando por aí, conversando, se divertindo.

Passei pela Quadra de Vôlei, onde estavam 4 filhos de Nice jogando vôlei. Apenas os olhei. Acenar podia fazer os coitados pararem de jogar por medo de eu fazer o que fiz com Peter Wold. Todos me olhavam com receio, medo. Ninguém olhava nos meus olhos. Tinham feito um boato que meus olhos eram portais pro absoluto nada. Quem olhasse, seria sugado. O que seria bem legal ser uma versão do vácuo de Medusa. Mas, infelizmente, não era verdade.

Segui meu caminho e finalmente cheguei ao refeitório. Eram 9:14, o horário do café da manhã. Quando entrei, algo estranho me fez olhar pra mesa de Thanatos. Ela me convidava a sentar ali. Minha mesa ainda não existia e, nenhum filho de Thanatos costumava comer o café da manhã. Sentei-me lá e peguei um prato, pensando em um prato com ovos mexidos, uma torrada com manteiga e algumas tiras de carne assadas com um suco de laranja. A comida apareceu. Pela primeira vez, eu senti algo estranho antes de comer. Levantei-me da mesa com o prato e joguei metade da comida do prato no fogo. Uma oferenda. Voltei a me sentar na mesa de Thanatos e comi tudo sem a menor pressa.

"Obrigado."

Eu ouvi aquilo em alto e bom som. Mas, não tinha mais ninguém no refeitório. Todos saíram assim que me sentei pela segunda vez na mesa de Thanatos. Fiquei confuso e então, senti uma mão em meu ombro e ouvi a voz de Alyce.

-Oi, menino prodígio. - Disse Alyce, bem humorada.

-Se prodígio pra você for aberração, então sim, eu sou um prodígio. - Respondi, já levantando-me.

-Pare de falar assim consigo mesmo, Mason. Todos eles certamente queriam ser iguais a você nessa idade. Você só tem 5 anos e já despertou os poderes. Isso não é animador? - Perguntou ela, mordendo sua maçã vermelha.

-Na verdade, está mais pra ameaçador. - Afirmei. Olhei pra ela de lado e então, segui andando.

Tendo ela reparado ou não, queria proteger ela da minha raiva. Da minha velha escuridão. Ela tentou protestar, mas os irmãos mais velhos dela apareceram, impedindo-a de vir atrás de mim. Eu, realmente, estava fadado a viver sozinho. Segui andando devagar e então, olhei pro céu. Uma forte luz estava crescendo. Então, um impacto estrondoso houve no topo da Colina Meio-Sangue. Não tinha me intimidado. Mas, olhei em volta e, todos os campistas estavam paralisados, temendo. Cerrei os dentes e comecei a correr na direção da Colina. Assim que fui chegando perto, ouvi gritos. Gritos de filhos de Ares lutando. Alguns outros campistas saíam dali o mais rápido possível. Então, eu vi o que era: Uma fênix. Uma fênix estava ali. Mas, estava estranha. Ela estava atacando todos os que ousavam chegar perto dela. Logo, Ogros e Ciclopes deixaram suas tocas da floresta pra se juntar a festa. Tirei da bainha minha espada e corri pra barreira. 3 ciclopes olharam pra mim e sorriram como nunca na vida. Parti pra cima deles, rolando no chão e cortando a parte de trás dos joelhos do primeiro. Minha espada quase caiu de minha mão. Era pesada. Um Ogro olhou minhas acrobacias e então jogou seu bastão no ponto futuro onde deveria aparecer.

The Old DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora