Alexandra voltou bem meia hora depois. Madison estava sentada no chão, tentando manter sua respiração. Tentara o notebook, mas a internet não conectou.
Madison: Alexandra, em nome de Deus. – Pediu, cansada de sentir dor. – Pense em Christopher. Ele quer essa criança mais que qualquer outra coisa no mundo.
Alexandra: Eu estou pensando. Eu e meu marido criamos Christopher com tudo o que o dinheiro pode comprar, uma boa educação, cercado de tudo o que necessitava. E quando ele cresceu, estava pronto... E você apareceu. – A voz dela era desgostosa. Madison afundou o rosto nas mãos, respirando fundo – E ele parecia enfeitiçado por você. Tanto trabalho nós tivemos, e ele caiu nas mãos de uma suburbanazinha.
Madison: Não se trata só de mim. Se eu continuar aqui eu vou perder minha filha. – Pediu, fraca. Seu rosto tinha um tom pálido, acinzentado, e sua testa estava soada – Vai matar a filha dele, Alexandra.
Alexandra: E com sorte você morre junto. Eu vou voltar, destrancar a porta, e quando ele chegar pensará que foi um acidente. Superará com o tempo. Ele é jovem, bonito, rico, inteligente, encontrará a mulher ideal. Longe de você e do bastardo que carrega. – Ela olhou as unhas – Vamos, Madison, você não é tão boa? A chave está na fechadura. Use seus "poderes" para apanhá-la. – Disse, sorrindo, e colocou a chave na fechadura, do lado de fora da porta. – Voltarei pra checar em meia hora. – E desceu as escadas.
Madison ficou ali por minutos a fio. Estava morrendo, mas sua cabeça não parava. Mesmo que ela morresse, Clair não deveria perecer. Deveria sobreviver, e seria a razão pra Christopher continuar. A ultima coisa que Madison teria que fazer era trazer sua filha ao mundo. E ela não fazia idéia de como fazer isso direito.Dulce saiu de seu quarto, um andar abaixo. Não fora ao hospital porque não queria ver Edmundo ainda. Tinha muito que pensar. Era uma probabilidade. Christopher jamais seria seu; ele amava a outra, e eles teriam um filho. Dulce não precisava se condenar a uma vida de solidão por isso, precisava? Então, interrompendo seus devaneios...
Madison: Socorro. – Gemeu, esmurrando a porta fracamente. Dulce franziu o cenho, olhando a escada da torre. Hesitou, mas subiu.
Dulce: Madison? – Chamou, na metade da escada. Sua boca amargou ao pronunciar o nome. – Está tudo bem?
Madison: Dulce. – Disse, engolindo seco. – Dulce, me ajude. Por favor. – Disse, tentando fazer sua voz mais clara.
Dulce franziu o cenho, subindo as escadas. Porque diabos a outra a pediria ajuda? Isso era um tipo de pegadinha? Ela viu a chave na porta, e estranhou mais ainda. Mas abriu e entrou. A cena foi chocante.
Dulce: Ah, meu Deus! – Exclamou, ao ver o estado da rival – O que...?
Madison: Aquela velha louca. – Gemeu, e duas lágrimas caíram por seu rosto – Não deixe eu perder minha filha, eu estou implorando.
Dulce: Tudo bem, calma. – Disse, e parecia estar tentando acalmar a si própria.
Dulce ajudou Madison a se levantar. As escadas foram o pior obstáculo. Dulce não tinha força pra carregar Madison, e a outra não podia andar direito. Assim ela deu apoio a Madison, colocando seu braço em torno do próprio ombro e segurando-a pela cintura. Demoraram 15 minutos pra chegar até a porta, e mais 5 até a garagem.
Dulce: Edmundo? – Chamou, no telefone.
Edmundo: Dulce? – Perguntou, surpreso.
Dulce: Eu preciso de ajuda. – Disse, abrindo a porta do carro.
Edmundo: Ajuda? Porque? – Perguntou, saindo do quarto onde todos estavam.Dulce: Ah, Deus. – Gemeu, vendo um fio de sangue que desceu sob a camisola pela coxa pálida de Madison. A outra não tinha mais força pra falar; apenas olhou aquilo com o olhar torturado, os cabelos caindo de qualquer jeito por seu rosto. E, no susto, o celular caiu. Não quebrou, mas a bateria soltou, e não havia tempo pra catar os pedaços.
Edmundo tentou ligar, e o celular não atendeu. Ele saiu do hospital num rompante. Se Maite se atrevesse... Dulce pôs Madison no banco do carona do carro e saiu de lá cantando pneus. Grávidas não deviam sangrar desse modo. Era errado. Quando se bateu com Edmundo já estava chegando a cidade. Madison tinha os cabelos grudados ao rosto, que estava molhado pelo suor da testa, e por lagrimas que caiam. A dor era quase insuportável. Ela não gemia, nem nada disso. Não adiantaria. Ao passar por Edmundo, Dulce afundou a mão na buzina, e viu o olhar confuso do outro, mas não parou. Viu pelo retrovisor Edmundo dar um cavalo de pau, seguindo-a. Pararam no hospital instantes depois.
Edmundo: O que houve? – Perguntou, soltando Madison do cinto de segurança.
Dulce: Eu encontrei ela presa na torre. – Disse, exasperada.
Edmundo carregou Madison, que gemeu de dor com isso. Se bateram com todos na entrada do hospital. Alfonso estava abraçado a Anahí, Robert conversava com Kristen e Christopher. Christopher empedrou olhando a cena. Era caótica. Madison estava chorando. Edmundo a carregava. Ela quase nunca chorava, aliás, ele não se lembrava de tê-la visto chorar. Sua mão estava em cima da barriga, e o pior: havia sangue em suas pernas, e nas mãos de Edmundo. Christopher ficou, resumidamente, branco. Os cabelos e os olhos faziam contraste com a pele sem cor.
Christopher: O que...? - Tentou perguntar. Sua voz estava quebrada.
Madison: Chris. – Gemeu, e deixou um soluço vir. Robert saiu pra ir buscar uma cadeira de rodas.
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P.S.: Eu Te Amo (Livro 03)
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