As horas passaram... Christopher saiu pra comandar as buscas. Madison não sabia o que fazer. Se sentia, pela primeira vez, impotente.
Anahí: Não desça com Rosalie. – Pediu, abotoando a blusa.
Alfonso: Porque não? – Perguntou, verificando o berço da filha.
Anahí: Não quero que Madison veja. – Respondeu, libertando os cabelos da blusa.
Alfonso: Mas porque não? – Perguntou, confuso.
Anahí: Eu não ia gostar de ver se fosse Rosalie, no lugar de Clair. Se você quiser descer, me chame e eu venho ficar com ela. – Alfonso assentiu.
Mas Madison não estava pensando nisso. Ela não desejava o mal de Anahí. Ela só queria sua filha de volta. Agora era 1 da tarde, o sol estava a pino. E ela estava sentada no gramado, ainda vestindo o vestido luxuoso da noite passada, os diamantes cintilando ao sol em seu pescoço. O sol a queimava. Seus braços, seu rosto, suas pernas. Ela tinha os olhos fechados, o rosto erguido pro sol, abraçando os joelhos. Deus, como aquilo doía! Mas ela tinha que sentir, tinha que sentir o que Clair estava sentindo. Assim continuou quieta, desapercebida, sentindo os níveis diferentes de dor, cada vez mais forte, esperando que algum fosse mais forte do que a dor de não saber onde sua filha estava.
Christopher: EU NÃO QUERO SABER! – Disse, no celular. – Continue invadindo as casas, eu pago as multas e enfrento os processos, mas encontre minha filha. Eu já disse que n... Espera. – Ele olhou pro jardim. Enlouquecera? – Ligo depois. – A Mercedes parou com um rompante – Madison? – Ela não respondeu – Ah, meu Deus. – Gemeu, pulando pra fora do carro e desatando a correr.
Christopher se ajoelhou na frente dela, fazendo sombra. Em seguida apanhou a camisa que usava pela gola, estourando os botões, e a retirou, cobrindo os ombros e os braços dele. A pele branca dele, exposta ao sol, não respondeu como a dela. Ele a carregou, ocultando seu rosto em seu peito e correu pra dentro de casa.Christopher: ROBERT! – Rugiu, após fechar a porta. Madison estava quieta, não dizia nada, não lamentava, não fazia nada.
Robert apareceu na escada a tempo de ver Christopher sumir na sala de estar. Estava sem camisa. Christopher a deitou com cuidado no sofá, e retirou a camisa dos ombros dela. A pele, antes branco quase papel, agora estava vermelha, com pontos onde a pele começava a descamar. O rosto estava pior, a pele já descamava, tendo um tom vermelho sangue. O pescoço dela sangrava. Robert e todos os outros, exceto Alfonso que estava no quarto com Rosalie e Alexandra que não estava dando a mínima ao seqüestro da neta, chegaram na sala a tempo de ver Christopher estourar o colar dela, jogando-o de lado, libertando a pele.
Robert: O que foi isso?! – Perguntou, escandalizado.
Christopher: Ela foi pro sol. Droga, Mad. – Ele estourou as alças do vestido dela, libertando seus ombros. O que restou foi a alça do sutiã.
Robert: Sai. – Disse, e Christopher se afastou, pondo as mãos nas têmporas. Robert pegou a mão dela, avaliando a pele do braço. Ele apanhou o rosto dela, avaliando o machucado que o colar deixou em seu pescoço. Em seguida olhou seus olhos, os dedos erguendo as pálpebras. Ela não se moveu todo esse tempo – Queimaduras de 1º grau. Umas poucas de 2º. Nenhum dano permanente, aparentemente. Se quiser levá-la ao hospital, tudo bem. Mas se preferir ela pode tomar um banho frio, demorado, e eu receito uma pomada pra queimaduras.
Madison: Eu não vou a lugar algum. Christopher, encontre Clair. – Disse, levando as mãos ao rosto.
Christopher: Eu vou encontrar. – Disse, se aproximando – Mas você precisa estar bem. Tudo que é possível está sendo feito. Pelo amor de Deus, não faça mais isso.
E o telefone tocou. Christopher se apressou, atendendo-o.
Christopher: Maite, pelo amor de Deus.Maite: Ora, Christopher, o todo poderoso, está implorando? – Perguntou, divertida – Se curvando perante alguém menor?
Christopher: Por favor, só... Por favor. – Pediu, impotente.
Maite: Sorte sua que eu estou... Paciente hoje. Coração de manteiga. – Ela revirou os olhos e riu – Agora me escute com atenção, que eu só vou falar uma vez. Eu vou te dizer a quantia em dinheiro, e um endereço. Você vai até lá, e vai deixar o dinheiro em uma maleta. Vai virar as costas e voltar pra casa, sem procurar ou olhar por ninguém. Entendidos?
Christopher: E Clair? – Perguntou, o rosto duro.
Maite: Assim que eu pegar o dinheiro, me encarrego de que a menina chegue a você.
Christopher: Como eu sei que você não vai matá-la assim que receber o dinheiro?
Maite: Você não vai saber, querido.
Christopher: A cifra, Maite. – Rosnou.
Christopher apanhou um local e anotou o valor. Alfonso perdeu a conta dos dígitos. O outro, por sua vez, não parecia preocupado. Em seguida ele anotou o telefone. Maite desligou.
Madison: Pra onde você vai? – Perguntou, olhando-o.
Christopher: Pro banco. – Disse, guardando o papel no bolso e apanhando a camisa dos botões estourados, enfiando o braço dentro enquanto saia.
Madison se levantou e passou por todo mundo sem falar nada. Ninguém ali sabia o que dizer. Ver outra pessoa se mutilando assim... Não era saudável.
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P.S.: Eu Te Amo (Livro 03)
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