8 - Desejo

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 Levo-o para o primeiro quarto que é o mais longe do meu, sim, estou evitando cair em tentação!

Abro o armário e entrego a ele uma toalha.

— Os lençóis estão limpos, não costumo ter hóspedes, mas a empregada deixa tudo pronto para uma possível emergência. — Abro outra porta do guarda-roupa e as minhas suspeitas são confirmadas. — Qual é o número da sua camisa?

— É 3, por quê?

— Por sorte é o mesmo tamanho da do meu ex-namorado! Quando terminamos ele deixou algumas para trás. — Mostro para ele os cabides.

— Seu ex dormia em um quarto de hóspede?

— Viu? Você é muito invasivo! — Digo já me estressando. — Não, mas meu closet é só meu! — Ele gargalha com a minha afirmação!

— Eu sou invasivo e você é mandona!

Ignoro o comentário, não vou entrar em uma discussão a essa hora.

— Deve ter alguma bermuda aí para você usar para dormir. O controle do ar-condicionado está na cabeceira da cama, o banheiro é essa porta ou tem o outro que você já foi e é isso! Olha o armário e vê se acha algo que te sirva.

— Saber que você tem roupas masculinas à disposição me incomoda um pouco! — Dou risada e ele continua. — Vou só trocar a blusa amanhã, mas eu durmo sem roupa mesmo!

Eu o encaro sem reação e ele começa a gargalhar.

— O que foi, Helena? Imaginou?

— Felipe, cala a boca! — Mando alterada por causa das investidas dele.

— Vem calar! — Que droga! Estou quase indo mesmo, mas respiro fundo e coloco a cabeça no lugar.

— Boa noite, Felipe! — Me despeço e ele me dá um sorriso amarelo.

— Boa noite, chefinha! — Me viro para sair e quando estou chegando na porta sou puxada de volta para dentro.

Sem ter tempo para raciocinar me vejo presa em seus braços. Ele segura a minha cintura com uma mão e segura a minha nuca com a outra.

— Me desculpe, mas não posso mais esperar sua permissão!

Antes que eu pudesse dizer ou fazer algo, sou puxada para seus lábios por um beijo avassalador. Me vejo perdida, como se eu fosse um ser indefeso e ele um gigante. Sinto sua força como se eu fosse sua posse, enquanto sua língua invade a minha boca abrindo espaço sem pedir licença e me rendo em seus braços. É um beijo diferente de qualquer outro que eu já tenha recebido na vida, sinto desejo, desespero, domínio e força.

Não consigo controlar o meu corpo, nem sei se minhas mãos saíram ou não do lugar, e quando dou conta de onde estou, percebo que eestamos deitados na cama com ele por cima de mim, sua blusa já foi arrancada e tenho a impressão de que foi obra minha. Por fim, ele separa nossos lábios e sou trazida de volta a realidade.

— Felipe ... — Tento falar, mas estamos ofegantes.

— Por favor, não me peça para parar, Helena!

Sinto o meu coração ficar apertado, mas isso é loucura demais. Eu mal o conheço e ele trabalha diretamente comigo, isso não tem como dar certo.

— Eu não saberia separar as coisas, então, eu vou pedir sim! — Explico, e ele se levanta frustrado e vejo nitidamente pelo volume em sua calça que ele deseja tanto quanto eu, mas eu preciso ser racional.

Me levanto para sair e sinto um desespero, de repente sou tomada por um medo de ele ficar chateado comigo e me desprezar, mas preciso parar por aqui. É o certo a fazer!

Callahara, O Assistente - Degustação 😉😏😋😘Onde histórias criam vida. Descubra agora