Gabriel parou na porta do aeroporto. O lugar do lado de dentro era muito tranquilo, mas o mundo lá fora era um completo caos. Pessoas andavam na rua apressadamente, carruagens iam e vinham, soldados marchavam em sincronia.
Ele olhou para Elise e viu seu olhar assustado.
— Muito diferente de Teófilo Otoni. — Ela sibilou ainda com os olhos presos na movimentação.
— É, muito. — Gabriel olhou ao redor. — Como vamos encontrar o tal homem? — Perguntou se referindo às instruções de Paulo sobre uma pessoa estar esperando-os no aeroporto.
Ela sorriu ao encará-lo, se aproximou dele um pouco mais.
— Esqueceu que nós não os encontramos? Eles é que nos encontram. — Sua voz na altura de um sussurro. Gabriel acenou com a cabeça, concordando.
Os olhos verdes e azuis voltaram a olhar ao redor.
— Com licença. — Um homem branco de olhos castanhos e cabelos loiros apareceu com um sorriso no rosto ao lado de Gabriel. — Não gostariam de uma carruagem? — Apontou para uma carruagem azul-escuro com uma espécie de capota que protegia quem estivesse dentro dele da chuva e do sol. Dois cavalos castanhos se remexiam em frente à mesma, um deles tinha manchas pretas em seu pelo.
Gabriel encarou o homem interrogativamente, sua sobrancelha arqueada. Relaxou ao constatar que o homem só estava fazendo seu trabalho.
— Nós estamos aguardando uma pessoa, mas obrigado! — O homem concordou com a cabeça sem perder o sorriso com a fala de Gabriel.
— Bem, eu estou aguardando um casal assim como vocês. — O homem deu de ombros. — Eles estão vindo transferidos do Brasil.
Elise e Gabriel se entreolharam, suas testas franzidas por causa do que escutaram.
— Você saberia dizer mais sobre esse casal que está aguardando? — Foi à vez de Elise perguntar.
— Só que meu amigo do Brasil disse que eles são muito importantes para ajudar em uma causa nobre por aqui. — Um enorme sorriso se apossou de Elise. — Seu nome não seria Annelise, seria? — Ela concordou com a cabeça, incapaz de conter o alívio e empolgação por terem encontrado aquele homem. — E você deve ser Gabriel. — Seu olhar parou em Gabriel que analisou o homem por uns segundos antes de concordar com a cabeça.
Gabriel não era muito de confiar em estranhos, mas ali ele não tinha escolha.
— Então vocês estão realmente precisando da minha carruagem. — O homem piscou um olho e apontou com o polegar o veículo em suas costas. — Aproposito, eu sou o Robert, mas me chamem de Rob. — Apertaram as mãos.
Eles andaram até a carruagem, Rob levou as bagagens de Elise e Gabriel guardou-as, os dois entraram no veículo e Rob se dirigiu para frente do mesmo, ajeitou algumas cordas e bateu com um chicote na madeira, o barulho assustando os cavalos para que eles começassem a andar.
Aos poucos, Londres começou a aparecer diante dos olhos de Elise.
A carruagem andava devagar, então Elise tinha bastante tempo para apreciar toda a paisagem e as construções. Ela pôde ver a enorme torre do relógio, o Big Ben e forçou seus olhos a enxergar o que estava pendurado logo abaixo do relógio, percebendo que era a bandeira do reinado de Vincent. Ela se lembra de ter visto uma pintura dela na pequena mansão do General Fletcher.
Ficava bem na entrada, pintada no grande muro que cercava a propriedade. O fundo era azul-escuro, havia as faixas vermelhas como a antiga bandeira do Reino Unido, mas no centro em branco estava uma multidão ajoelhada e, por cima de todos eles, um único homem segurando uma coroa com suas duas mãos para o alto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cicatriz (Degustação 1ª versão)
RomansaCOMPRE CICATRIZ NA AMAZON.COM https://www.amazon.com.br/Cicatriz-Trilogia-Livro-1-ebook/dp/B09RQTDF2D Em um futuro não tão distante, o mundo todo foi mudado após uma sangrenta guerra. Havia apenas uma pessoa comandando o planeta, o Rei Vincent. Ele...