Dezoito - Madison.

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Por um momento, buscamos o homem na escuridão, procurando de forma atônita qualquer sinal de que a ameaça não havia desaparecido

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Por um momento, buscamos o homem na escuridão, procurando de forma atônita qualquer sinal de que a ameaça não havia desaparecido. De que ainda não estávamos seguros.

E assim que o momento passou, tudo o que conseguimos pensar em fazer foi correr.

Correr o mais rápido possível, em direção a floresta, para bem longe da cidadela, daquele beco, do perigo... Como um raio, voamos pelas ruelas de pedra, assustando alguns moradores, enquanto procurávamos com o olhar, qualquer saída. 

Agora, era perceptível o clima festivo. Decorações simples, compostas por estandartes e bandeiras das cores do reino, decoravam a rua principal e algumas paralelas, acompanhadas do som de instrumentos de sopro e do cheiro de carne assada. A quantidade de comerciantes era justificável por uma festividade e ajudava a esconder nossa presença.

— Burros, burros, burros! Como pudemos ser tão burros?! — Rosh digladiava consigo mesmo, murmurando rápido e de forma quase ininteligível. — Estávamos expostos! Claro que isso poderia acontecer, temos praticamente um alvo nas costas, tatuado no pulso! Burros!

Encontramos um portão menor, utilizado como saída lateral da cidadela. A floresta nos acolheu, subitamente menos amedrontadora, um refúgio. Só paramos de correr quando as árvores esconderam novamente a muralha, longe o suficiente para respirarmos de forma calma. E assim que não houve mais som de passos na terra, Rosh se escorou em uma árvore e começou a chorar copiosamente, por muitos minutos. 

Fora a primeira tentativa de assassinato. Com toda a certeza, viriam outras, acompanhadas de outros surtos como o do garoto.

— Rosh, se acalma, por favor... — Pedi baixinho, segurando seu rosto e fazendo com que ele me encarasse. O loiro continuou mergulhado em lágrimas, repetindo baixinho um mantra. — Rosh... Rosh... ROSH! — Chamei, a voz alta e forte. Pareceu funcionar, os olhos de um azul escuro focando em meu rosto, ainda vermelhos. — Eu sei que é fácil falar, mas me escuta. Não é hora de surtar! Não vai ser a última vez que vamos errar, que vamos ser atacados e chorar não vai impedir que aconteça de novo. Você é a Inteligência, mas isso não quer dizer que não pode errar, deixar passar algo. Só tenta se acalmar, respirar fundo, entendeu? — Rosh sacudiu a cabeça levemente, concordando. Algumas lágrimas molharam minha mão.

O loiro, em silêncio, passou os dedos pelo meu pescoço, deslizando-os por trás da minha orelha. Quando tirou, em suas mãos estava um pequeno dispositivo, parecido com um rastreador. Ele jogou-o na terra e esmagou o aparelho com a sola da bota. Então, suspirou profundamente e anunciou:

— Pensando racionalmente, é claro que ele colocaria um rastreador em você. — Sorri, satisfeita ao vê-lo encarar o chão, sisudo. Rosh secou suas lágrimas e se levantou, o rosto e os olhos vermelhos. Continuou, a voz ainda embargada: — Desculpa... Aquilo me assustou muito, mas vamos esquecer e continuar. É melhor seguirmos pela floresta, onde estamos protegidos pela mata. Não deve demorar até que comecemos a ser caçados por aí.

As Sete Pedras (Livro 1) - Coroa de insanidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora