Vinte e um - Madison.

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Me sentia confusa, completamente perdida

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Me sentia confusa, completamente perdida.

Minha mente latejada de tanta dor, parecia querer explodir ao mísero som leve de passos. Meus braços pendiam acima da cabeça, presos à algo que não consegui identificar exatamente o que era, de textura fria e metálica. Talvez uma corrente. Sangue quente escorria da minha testa, dos meus braços e pernas, em arranhões profundos, ardidos e feios. O lugar era escuro, quente e úmido, fazendo minha pele escorregar, o suor e o sangue a deixando um pouco pegajosa. Um calabouço, uma cela. Apenas as pontas dos meus pés encostavam o chão, que parecia imundo e fedia à morte e fezes. 

As memórias entraram como um turbilhão, colocando um peso absurdo em meu estômago, apertando o peito. Onde estavam os outros Escolhidos, o que fizeram com eles?

Me remexi, verificando se conseguia me desvencilhar do que me erguia, sem sucesso. Sentia os pulsos esfolados por uma espécie de algema, a pele machucada. Meus olhos se acostumavam devagar à escuridão, distinguindo melhor as paredes de pedra cobertas de limo e os três corpos à minha volta. Um deles, grande, volumoso e com cabelos loiros de um tom bem escuro, era simples de distinguir. Rosh também estava pendurado, seus pés, ao contrário dos meus, estavam apoiados no chão. Ao seu lado, estava Kille, seus cabelos crespos escondiam o rosto, caindo de forma pesada sobre os olhos e a pele escura e suada brilhava de forma doentia. Suas pernas sangravam, pendiam em um ângulo estranho e pelas marcas, presumi que havia sido chicoteada. Ao meu lado, Lucas estava em uma situação parecida, o corpo desfalecendo para o lado, gemendo levemente enquanto se contorcia de forma inconsciente, seu corpo tão machucado quanto o meu.

— Madison... — Uma voz, calma e melodiosa, como um ronronado, inundou meus ouvidos, os passos baixos martelando minha cabeça. — Por favor, me escute, consegue me ver? — Busquei em silêncio, a figura do portador daquela voz, encontrando em meio à pontos pretos, a princesa Emanuelly, agarrada às barras da cela. Ela parecia apressada, um tanto amedrontada. — Por favor, preciso que escute o que eu digo... Este castelo, tem apenas uma direção viável para que consigam sair, para cima! Precisam subir, andar por andar, só então conseguirão sair deste lugar! — Me remexi, gemendo algo incompreensível. Minha garganta estava seca, não conseguia emitir som algum... — Estou aqui para ajudar, mas preciso que aguente firme! Ela torturará vocês, tentará arrancar tudo o que tiverem, mas não diga uma só palavra! Chore, grite, mas não diga absolutamente nada! Tirarei-os daí, mas preciso que tentem se manter vivos!

Concordei com a cabeça, sem conseguir formular uma frase decente. O simples fato de ouvi-la era um esforço, sugava toda a energia restante em meu corpo. 

Viva... Precisava permanecer viva...

Passos rápidos ecoaram pela masmorra novamente, cada vez mais próximos. A princesa arregalou os olhos cor de âmbar, apavorada e cobriu seu vestido e seu rosto com uma capa preta, se escondendo nas sombras, observando. 

A figura de Nelifa surgiu em frente à cela, caminhando com calma e graça. Sorria, de sua forma psicótica e olhar maníaco, esquadrinhando nós quatro com as íris brilhantes de satisfação.

As Sete Pedras (Livro 1) - Coroa de insanidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora