Lembranças

Pequenas lembranças...

O capítulo de hoje é especial. Espero que gostem. Ouçam junto com a musica, valerá a pena!

"Yesterday

All my troubles seemed so far away

Now it looks as though they're here to stay

Oh, I believe in yesterday..."

Linda Garcia

Eu com apenas 26 anos de idade me sentia completamente despreparada para a maternidade. Ainda mais com a profissão que eu tinha, aonde eu vivia. E o pior o pai dela era casado. Eu realmente não estava preparada. Mas aquele ser pequenino, mudou o rumo da minha história.

Eu amava aquela pequena garotinha. Ela era a minha vida, a única coisa boa da minha vida. Meu bem mais precioso. A Izadora era tudo. Meu tudo. De início me assustei, na verdade quando me descobri grávida dela, perdi o foco, fiquei apavorada. Mas conforme os meses iam passando, e ela se mexia, e logo depois nasceu, eu descobri o verdadeiro sentido da palavra amor.

Portanto eu não devia permitir que ninguém a tirasse de mim. Sei que minha vida não era lá muito digna, longe disso, eu era uma dama da noite. Não tinha rumo, não era ninguém. Temo que minha filha, quando descobrir o que faço, não se orgulhe de mim.

Mas quem sou eu. Não tenho o direito de lhe pedir para me aceitar. Faço coisas repugnantes até para mim. Não me suporto, quer dizer não me suportava. Até conhecer ele... aquele que mudou completamente a minha vida. Ele além de me dar a Iza, me deu um motivo pelo qual lutar.

E eu lutei. No momento estava lutando contra tudo e contra todos, para que não só minha filha ficasse comigo, como também que ela fosse devidamente reconhecida pelo seu pai. No entanto, era muito complicado. Para não dizer uma situação completamente desconfortável. Afinal, o pai de Izadora era casado, e estava indo bem nos negócios, sua esposa acabara de perder o filho deles.

Eu sei que não poderia pressiona-lo ele já havia me dado mais do que eu merecia. Mas, eu queria mais. Queria ser mais que uma mera conhecida, mais do que aquela com quem ele dormia apenas parte da noite, mais do que aquela que lhe satisfazia.

Eu queria mais! Izadora merecia mais!

Mas...eu fui levando. Fui criando a minha menina, e ela era cada dia mais parecida com ele, sempre muito esperta, sempre muito inteligente. Ela teria um futuro. Sua vida seria melhor que a minha.

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Izadora tinha cinco anos para seis anos, quando comecei a me sentir mal. Algumas machas roxas, alguns vômitos, algumas tonturas. Pensei até que estava grávida mais não. Eu descobri que estava com câncer. Além disso, soube que mesmo que eu fizesse quimioterapia, eu morreria. Meu coração, se apertou. Pensei somente na minha menina, e o que seria dela.

Morávamos no Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro. Não vivíamos em um bairro de luxo, mas dada a situação financeira do pai de Izadora, estávamos confortáveis. Minha menina, estava bem, e segura.

Mas essa notícia, acabou com meus planos. Eu havia planejado dar uma vida para ela, no entanto, como eu faria isso, se a morte se aproximava cada vez mais.

Assim que contei ao meu amor. Ele ficou perplexo e triste. Tristeza, dor e lágrimas, era o que nos resumia. Ele disse que largaria a esposa, me pagaria o melhor tratamento, me daria o melhor, o que eu merecia. Queria que eu vivesse.