O Baile

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Izadora

Enquanto eu dirigia para casa, me perguntava mentalmente como ele poderia ter meu número. Lembro dele ter deixado o dele, mas eu não fiz isso. Nem faria!
Tudo bem que ele mexeu comigo e tudo mais, porém tenho q seguir em frente. Ou melhor nem seguir, estes dias de festa estão acabando comigo.
Assim que chego em casa, já vou logo pensando no que vestir, Ash não me deu muito tempo para me arrumar... E eu odeio fazer as coisa com pressa mas, nunca fica bom.
Abro meu closet e acho um vestido preto, com alguns detalhes em renda... É esse ele é perfeito, na medida, fixo sexy mas não oferecida.
Procuro uns saltos também pretos e vou me encaminhando para o banheiro, quando termino meu relaxante banho, visto meu vestido e logo parto para a maquiagem, faço um olho bem marcado e a boca mais apagada. Coloco meu cabelo de lado, preso por uma presilha que ganhei da tia Lena na minha promoção na empresa. E me sinto perfeita.
Caramba! Não tenho máscara!
Ligo para Ash.
- Amiga... Esqueci que não tenho máscara. E já estou arrumada. - digo meio desesperada.
- Relaxa baby. Eu sabia que você não teria, então antes de te convidar tomei a liberdade de comprar.
- Sua salada, sabia que eu não ia negar seu convite né?
- Claro! Você nunca me decepciona como amiga. - diz entre risos.
- Ta bom pequena mentirosa. Meu vestido é preto. Espero que você tenha comprado uma máscara dessa cor ou pelo menos que combine.
- Garota, você tá ranzinza para caramba. Confia em mim... Passou aí em quinze minutos.
- Ta bom. Beijos.
- Beijos.
Desligo o celular. E sigo para a cozinha vou aproveitar que estou adiantada e vou comer algo.
E novamente meu celular apita. 

" Espero que apesar da máscara, você possa me reconhecer.
Falta poucos minutos.
Beijos linda!
Mascarado".
 

Senhor, eu precisava descobrir como ele conseguiu meu número. Mas vou deixar a isso para depois e vou responder a mensagem dele. Até por que não tem coisa pior do que receber uma mensagem e não responder... Ou melhor não ser respondido. 

" Acho que te reconheceria mesmo em meio a uma multidão.
Você não é um homem muito comum." 

Clico para enviar e fico esperando. Não demora muito ele me responde. 

"Mascarado
Torço para isso seja um elogio. :p"

Fico rindo sozinha. E em seguida respondo. 

"Entenda como quiser.
Preciso ir.
Nos vemos na festa. Bjs 
;)"

Digo isso por que o porteiro já avisou que Ash está me esperando lá em baixo, ele é bem impaciente. Céus! Eu que o diga.
Termino de pegar minhas coisas e retocar a maquiagem.
Desço, cumprimento o porteiro com um boa noite e ele me dá uma bela olhada. Isso quer dizer que meu objetivo está sendo atingido. Estou espetacular!
Ash também está linda, em um vestido amarelo, longo com uma fenda na lateral da perna. Nós somos os opostos ambulantes, enquanto eu no meu vestido preto longo estou com um longo decote nas costas, ela até que está bem comportada. 

No carro conversamos sobre amenidades e sobre o trabalho. Minha amiga estava terminando uma especialização em oncologia. Sim, ela era médica e vivia em baladas comigo. Ela diz que horário dela aqui é flexível, mas que quando faz plantões eles parecem que nunca vão acabar. No entanto, ela ama o que faz, diz que colocar um sorriso, num rosto triste por essa doença terrível, que é o câncer, faz qualquer cansaço desaparecer.
Não entramos muito nesse assunto, pois muitas vezes ela se sente triste. E é nas baladas que ela se esquece de tudo isso. Por uma noite ou duas, ela é apenas uma mulher solteira em busca de diversão.
Quando estamos chegando perto da casa onde será o baile, percebo que meu celular está piscando.
É uma mensagem dele 

" Ok.
Vou tomar por elogio.
Até a festa, o beijo eu espero pessoalmente. "

Começo a rir, e com isso Ash me questiona sobre com quem eu estou falando. 

- Com o Mascarado de ontem.
- Não acredito! Amiga preciso conhecer esse homem.
- Talvez, você o conheça hoje.
- É você fala isso na maior naturalidade...?
- Não posso fazer nada. Se ele foi convidado para a festa. Além do mais, espero não o ver.
- Por que não?
- Ontem foi bom, mas acabou.
- Credo Iza. Você é bem fria as vezes. - diz que ela com uma expressão horrorizada. 
- Não sou fria Ashley, sou realista. Ele só quer mais uma noite de sexo. E eu só quero me divertir essa noite. Não quero mais nada com ele. Você sabe que não quero me envolver.
- Tudo bem. Mas se encontrar com o bonitão não será tão ruim assim... Pensa bem mais uma noite, não mudará muita coisa.
- Talvez. Vou pensar...

Pensar, eu não ia pensar merda nenhuma. Se eu ficar com ele de novo, não vai dar certo. Tudo bem que somos ótimos na cama, mas... Não quero arriscar. 

Entramos e o salão está lindo!
Esqueci de mencionar que minha máscara não poderia ser mais perfeita.
Posso sentir alguns olhares em nós duas... Mas não tem como não olhar. Por mais confiante que eu seja, agradeço a máscara, pois me sentiria um pouco envergonhada de toda essa atenção que estamos recebendo.
Nos sentamos em uma mesa próxima do se vê um palco improvisado.
Depois de um tempo Ash me diz que este é um baile beneficente, em prol de um orfanato. Mas o mais interessante é que é o orfanato que eu morei por uns tempos, e que hoje em dia eu ajudo com doações. 

Lembrar destes dias sombrios, quase tira meu humor. Eu digo quase por que no momento que digo que vou para casa para Ash.
Alguém atrás de mim diz. 

- Assim tão cedo?

Quando me viro, tomo um tremendo susto.
Não posso acreditar no que estou vendo. E aí eu respondo...

LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora