Confio em você, Mãe 2

Capítulo 53

Meses Depois.

Acordo em uma manhã cedo e a barriga pesava demais. Eu não me aguentava e estava esperando o dia da cirurgia do parto. Eu não tinha barriga nenhuma quando me casei e ganhar barriga acabou comigo, faltam uma semana pra minha menina chegar, decidi seu nome e vou botar "Sarah" voltei e perdoei Murilo, estamos muito bem, e como eu jamais imaginaria, Caio e Gustavo vivem na minha casa Murilo nem liga, apenas manda eles cuidarem de mim enquanto ele trabalha. Não falei? Ah não, Benjamin já está pra fazer um ano e Murilo concluiu sua faculdade e se tornou um polícia federal, como diz ele é seu maior sonho, ele exerce a profissão e está muito contente sobre tudo, Caio não tem mantido caso comigo não, vou a sala e Caio e Gustavo estavam brincando zoando um ao outro na sala e brincando com Benjamin que já começava a caminhar, Caio babava nele e cuidava dele muito bem, e bem grandão estava Daniel perto de Gustavo, o pai mais babão que já vi.

-Bom dia meus amores bagunceiros. digo olhando todos e botando Benjamin do meu lado no sofá.

-Bom dia barriguda. diz Caio vindo beijar meu rosto.

-Bom dia moça da cara de mãe. Gustavo diz me abraçando.

-Estou com a cara inchada só agora, depois que eu ter ele tudo volta ao normal. digo rindo.

-Sei, queria ser o pai biológico dessa criança. Caio diz com cantadas pra cima de mim de novo.

-Sempre me cantando né Caio? Pai mesmo é o Murilo. digo e dou um selinho nele sem querer.

Ele arregala os olhos me olha surpreso.

-Espera, mais tarde agimos. diz Caio com sorriso malicioso.

-Bobo, foi sem querer. digo rindo meio sem graça.

-Quero um também. diz Gustavo e dou um selinho nele sem más intenções.

-Pois é, hoje é dia de visita na cadeia né? digo bufando.

-Deixa ela por lá. diz Caio.

-Mesmo depois da ajuda que dou ela nem liga pra mim. digo olhando fixamente Caio.

Acho que ainda não contei, pois é, dona Jéssica se encrencou feio, primeiro ela me deu um tapa na cara, eu me impuz e ela saiu, pois é, tempos, meses depois do amante dela morrer assassinado por Fábio ela preparou uma noite de jantar perfeita para ela e Fábio, sim, ela botou algo na comida de Fábio que ele não mexia as pernas, e claro ela ateou fogo na casa e se passou por boazinha, tudo mentira, descobriram por investigações que foi ela quem matou o marido, a burra taca fogo na sala de jantar e o fogo não atinge a varanda pela agilidade dos bombeiros, conclusão, pegaram as digitais dela bem no pote com o veneno que tinha na varanda, ela foi presa, e desde então vive na cadeia, ela me ligou, as vezes faço visitas a ela, mas ela nunca deixou seu orgulho de lado, e quer saber mais? Ela vive sendo a mesma pessoa em que ela era. Na hora de depor ela falou que Fábio bateu nela, mas câmeras de segurança registraram tudo ao certo, pois é, ela se ferrou, e Michel seguiu sua vida, ele vive bem, visita ela sempre que pode, quem diria o filho de uma presidiária virou delegado, sim o admiro muito e sempre que pode ele vem me visitar. Ela nunca me pediu perdão pela pessoa que foi, eu também dentro de mim a perdoei. Me levanto do sofá e vou fazer algo para comer. Vou ao quarto e fico assistindo TV quando Caio entra.

-Flor, posso conversar com você? diz Caio e me lasca um beijo daqueles, retribuo, afinal Murilo tem duas semanas que não aparece, ele está confinado em um quartel e sai hoje.

Deixo Benjamin com Caio e Gustavo e vou em direção a cadeia, é vou ver como Jéssica está.

*********

Chegando lá tiro minhas roupas, e como estava grávida não pude abaixar mais mesmo assim eles não deram mole, a polícia me tocou toda.

Boto meu vestidinho e me sento em uma mesa a espera de Jéssica, que logo entra algemada e com seus cabelos e unha maltratados.

-Senta. digo assim que ela entra e me olha.

-Fala oque você quer. ela diz se sentando.

-Sabe que semana que vem sua netinha nasce e não vou poder voltar aqui tão cedo não é? digo olhando fixamente e analisando seu rosto.

-Sei, e você veio fazer oque aqui com essa barriga toda? Jéssica diz me olhando e botando suas mãos em cima da mesa.

-Vim te ver, como é impressionante, a filha da Advogada, mãe do Delegado, sogra do Polícia Federal presa, a e lembrando bem, ex mulher do polícia cívil não é? Presa por matar. digo e vejo uma lágrima sair de seu olho.

-Sophia, quero te pedir perdão, perdão por tudo que te fiz de mal. Jéssica diz chorando.

Arregalo meus olhos e o observo chorar bem surpresa, ela nunca foi de chorar, nunca vi ela assim.

-Eu te perdôo Jéssica, e quero te pedir perdão pela forma que agi em toda minha vida. digo e choro.

-Minha filha, eu apenas tentei te educar, só que vi agora aqui na cadeia, presa, longe de você e do seu irmão que essa não foi a forma certa de agir. Jéssica diz me abraçando.

-Eu te amo mãe! Nunca deixei de te amar. digo e choro.

-Eu também te amo e muito minha filha. Jéssica diz beijando meu rosto.

-Vou tentar te tirar daqui. digo e Jéssica nega com a cabeça.

-Não tenho pra onde ir Sophia, taquei fogo na outra casa, se lembra? Não tenho mais nada a não ser vocês. ela diz fazendo carinhos em meu cabelo.

-Você mora na minha casa, lá temos dez quartos com suítes, não se preocupe, você procura seu trabalho mesmo que seja de faxineira. digo e ela sorri.

-Aprendi tanta coisa aqui dentro Sophia. ela diz e me beija.

-Em menos de dois meses te tiro daqui. digo sorrindo.

-Acabou o tempo. Diz uma polícia entrando.

Jéssica me abraça forte e sai, vou para casa procurar um bom advogado para tirar minha mãe daquele lugar.