Capítulo 34

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Não tenho pra onde ir.
Penso... Penso... e resolvo ir a casa de Guilherme.

Subo o morro e tinha uma troca de tiros que havia acabado a pouco tempo.

Subindo o morro vejo o corpo de alguns bandidos.
Me assusto com a situação, subo um pouco mais e tomo um susto com o próximo corpo que haveria a minha espera pra passar pelas escadas.
Era Fernando que a um tempo atrás teria tentado se aproximar de mim, ele até era bom, mais não o suficiente. Que tristeza me deu ao ver ele lá, morto com o corpo caído pelas escadas.

-Meu deus! digo com a mão na cabeça.

Subo o morro puxando a mala que tinha de maior tamanho, estava pesada até demais.

Então, enfim chego a casa de Guilherme, quando bato na porta ela se abre.

-Guilherme? digo entrando.

Vejo um homem sentado no sofá, não dava para enxergar seu semblante, e claro eu achei ser Guilherme.

-Guilherme o Caio me bateu e a Jéssica deu na minha cara. digo e ascendo as luzes.

Dou um grito e levo um mega susto.

Guilherme estava sentado no sofá com uma arma na mão e vários tiros no peito.

-Socorro! Alguém me ajuda. digo sacudindo Guilherme.

Estava chorando amargamente pela perda de meu amigo e de meu pai, quando ouço o portão abrir e passos pelo quintal, e claro eram bandidos.

-, ligado que aquela novinha mereceu aquilo . Uma voz que eu não reconhecia diz e vejo armas.

Procuro um lugar para me esconder e vejo um armário bem no final do quarto.
Sem pensar entro lá e me jogo dentro das roupas.

-, o malandrinho aqui foi, falta o outro pela que matou a mulher e o filho. Uma voz diz e vejo por uma brechinha um homem armado dando risadas atoa.

-, meu informante vai saber essa semana onde ele mora. Ele diz.

-Vamos ver oque tem por aqui. O homem diz e abre a porta do armário em que eu estava.

Na hora gelo e começo a suar frio, claro eu poderia morrer ali mesmo e teria que pensar em uma mentira bem rápido para fugir dali.
Nossa a vida passou como um filme.

-Oque você faz aqui mocinha? O homem diz me olhando.

-Eu fui sequestrada pelo Guilherme. Me ajudem! digo trêmula.

-Tudo bem, ele é ruim mesmo, pode ir. Ele diz e eu saio do armário.

-Obrigado. digo pegando a mala, mas um bandido me barra.

-Patrão, nós podemos concluir oque o vacilão começou. Se pá rola uma grana? Tamo precisando ai na parada pra ter atividade no morro. O homem diz e eu olho com uma cara quase implorando pra sair dali.

-Como ele te sequestrou? O tal patrão pergunta.

-Eu estava chegando de viagem, ele só deixou as roupas da mala. digo.

-Boa idéia, você fica e nois pegamo dinheiro do teu resgate e todo mundo sai suave. O tal chefe diz e eu entro.

-Meu marido me bateu e minha mãe não me aceitou, eles moram fora do país, aqui no Brasil sou só eu. digo tentando convencê lo.

- você então não tem como pagar resgate? Ele diz.

-Não. digo.

Ele me arrasta para o quarto enquanto ficam os outros lá em baixo.

-Entra . Ele diz e eu entro.

-Tira a roupa. Ele diz e eu nego com a cabeça.

-Ou tira a roupa ou morre. Ele diz e eu tiro chorando.

-Não me machuca. digo em meio lágrimas.

-Suave, relaxa que você vai me pagar assim e ganhar o beco. Ele diz e começa a tocar no meu corpo.

Sinto nojo, mais não poderia falar que eu era filha do Guilherme se não morreria alí mesmo.

Ele toca meu corpo e faz carinhos com uma respiração ofegante no meu ouvido. Aí eu nunca iria me esquecer daquele dia. Eu não parava de chorar e então ele me deitou na cama.

-Fica de boa. Ele diz e começa a me encostar.

Me deito com ele obrigada.

*******

Depois daquele pesadelo todo eu botei a roupa e sai com a mala na mão, já estava clareando e eu estava totalmente sem rumo, estava suja e maltratada, sentia nojo de mim mesma por conta do assassino do meu pai me obrigar a deitar-me com ele.

Eu andava e chorava amargamente sem saber oque fazer.

Já eram mais de cinco da manhã e eu não havia dormido.

Sofri por uma noite e sofreria pelo dia. Queria apenas tirar aquilo da minha mente, esquecer de vez, mais não adiantava.
Nossa, eu estava desolada e não tinha Caio, Dayanna, Guilherme, Michel, Jéssica ou Fábio para me ajudarem alí, eu estava horrível e de certa forme pioraria.
Pensava em voltar para Caio mais tive medo dele me bater de novo, claro andei e parei de frente a uma praça, me sentei em um banco e encostei a cabeça nos joelhos e não conseguia parar de fazer minhas lágrimas caírem, claro eu não queria estar naquela situação, mais o destino me forçou, eu estava com ódio de Jéssica por não me aceitar em casa e ódio de Caio por me deixar com raiva e querer procurar sair de casa, tinha tamanha raiva que não cabia dentro de mim mesma.

Que situação horrível e dacadente para a minha pessoa, que raiva de tudo, e se eu visse Jéssica eu teria tamanha coragem de bater nela.

Eu estava sem comer nada desde ontem e não havia dormido, claro eu estava com muita, muita fome mesmo.
Tinha apenas cinco reais dentro da mala e eu peguei e comprei um lanche em uma lanchonete a frente, todos dentro dali me olhavam.

E passando enfrentando pares de olhos me olhando reparando eu me sentei e comi.

Minha fome havia passado, mais claro, a tristeza e a raiva tomavam conta de mim e eu seria capaz de matar alguém que se metesse na minha vida ou me provocasse.

Me sentei na praça e botei minha cabeça sobre os joelhos e chorei até não aguentar mais.

Em meio lágrimas ouço alguém me chamar e me puxar .

Confio em você, Mãe 2Onde histórias criam vida. Descubra agora