Capítulo 36

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Pietra narrando...

- Então...?

- É que a Camilla perdeu nosso bebê. Eu sabia que isso iria acabar acontecendo...ela não parava quieta, só ficava bebendo, fumando, indo a várias festas sem ligar pra nada. Eu já estava acostumado com a ideia de ser pai, e até já me imaginava brincando com ela, ou ele. - Danilo diz triste.

- Eu vou matar essa vaca. Dan, olha...não era hora de você se pai, encara isso como um sinal de Deus. Claro, eu ia amar ajudar vocês a cuidar, ia amar a criança...mas você é muito novo pra isso, sabe disso. É muito responsabilidade e eu sei que está doendo, mas você supera essa, e agora, tenha mais juízo. 

Ele parece pensar, e logo diz:

- Ah...eu mas eu ainda avisei ela Pietra. Até disse que se acontecesse algo com o bebê, ela ia ver. - Nesse instante seus olhos já estavam marejados.

Garota otária, ela vai se ver comigo. Não se tira a vida de um ser assim, e nem machuca o meu pequeno grande Dan. 

Abraço ele e digo:

- Ela não queria essa criança Dan. Melhor assim do ela a maltratando. Vai ficar tudo bem.

Ele chora durantes uns 5 minutos, mas logo para e diz:

- Quero esquecer isso. 

- Vamos esquecer. Que tal fazermos brigadeiro, pipoca e suco? Aí assistimos vários filmes, jogamos e o que você quiser.

- Ah, vamos então. Você faz tudo né? - Ele diz fazendo beiço.

Reviro os olhos e digo:

- Folgado independente da situação. Só porque estou legal. 

Ele ri e bagunça meu cabelo, saindo na frente. Corro pra alcançar ele, e tento bagunçar o cabelo dele, mas ele sai correndo. Bufo e girito.

- AF. - Saio correndo mais uma vez, mas ao descer as escadas, esqueço de um degrau e levo um belo tombo. DE NOVO. Danilo começa a rir que nem um louco. Ainda bem que ele está ficando feliz, mesmo que eu tenha me esborrachado no chão. Acho melhor passar um susto nele. Fico quieta, pra ele pensar que desmaiei. Ele ainda está rindo, mas logo ao perceber que estou quieta, ele para e diz:

- Pietra, você está bem? - Ele aproxima e começa a me balançar. - Pietra! Pietra. Ai meu Deus, será que você morreu? Meu Deus, Pietra, acorda pelo amor de Jesus. 

Eu até tentei me segurar pra não rir, mas estava ficando muito engraçado ele tentando, me cutucando, sacudindo. Então acabei caindo na risada. Abri o olho e ele me olhava bravo.

- Isso não se faz otária, quase me matou de susto. 

- Ninguém mandou você rir, palhaço. - Digo e mostro língua pra ele, que revira os olhos.

- Af, anda. Vamos fazer o que temos que fazer.

- Você emburra atoa demais, neném. - Digo rindo e saio na frente. Logo sinto as mãos dele em minha cintura, me virando, deixando nossos rostos super perto. 

- Eu não sou neném. - Ele aproximando mais nossos rostos. Vendo o que ia acontecer, resolve disfarçar e me afastar. O estranho foi que eu não queria me afastar.

Ele me olha como se tivesse ficado confuso, mas logo vai em direção a cozinha e eu o sigo. Fizemos tudo em silêncio. Ele estava com uma cara emburrada, e não conversava comigo...então resolvi pegar uma colher da rapa que sobrou na panela de brigadeiro e passar nele. Passei e comecei a rir. Ele revirou os olhos e fez o mesmo em mim. E assim, eu peguei chantilly na geladeira e espirrei nele, ele pegou também e revidou. E ali se iniciou uma bela guerra de comida. No final, estávamos sujos e pregando. Eca. 

De repente amorOnde histórias criam vida. Descubra agora