tirando as dúvidas

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Ana levantou cedo, tomou um café bem reforçado e deixou um bilhete pra mãe avisando que estava no consultório médico.
Chegando ao consultório, marcou uma consulta com um ginecologista, conseguiu marcar para as oito horas da manhã do dia seguinte, ela estava feliz, pois imaginava que tudo de novo estava acontecendo. Ana conseguiu como sempre driblar a segurança e foi dar uma volta pela praça, respirar felicidade, respirar medo, respirar insegurança e viver um pouco de liberdade sem ninguém perto seguindo a cada passo seu.
Depois de algumas horas naquela praça, Ana decidiu ir pra casa, quando chegou em casa, os pais estavam loucos perguntando aos seguranças onde ela estava.
-Não precisa preocupar, porque estou bem e já estou de volta nessa casa, só queria respirar um pouco mais livre, só isso.
A mãe de Ana, dona Mara correu para dar um abraço a filha, enquanto seu José pai de Ana fez uma careta tão feia e entrou pra dentro do escritorio com muita raiva.
-Minha filha, meu amor, o que está acontecendo? Reparei que já a alguns dias você está diferente, não conversa comigo direito, não preocupa comigo e seu pai como fazia todos os dias. Seu pai também já percebeu isso e mandou que os seguranças redobrasse os cuidados com voce.
-Mae, estou bem, só acho que estou bem grandinha pra ter toda essa gente atrás de mim o tempo todo, queria andar com minhas amigas tranquilas sabe? Sem sentir que estou cercada.
-Filha, você sabe o quanto te amamos e mesmo que não pareça, só queremos seu bem, estou só preocupada com você. Você está bem meu amor?
-Estou sim mamãe, só fui procurar um ginecologista, acho que está na hora né? Já estou virando moça e tenho que cuidar de mim.
-Esta certo filha, olha, conte sempre comigo ta? Não esqueça que sou sua mãe e sua amiga ta?
-Tudo bem mamãe, vou deitar um pouco e tentar descansar um pouco tá?
Ana deu um beijo em sua mãe já avisando que voltaria ao médico no dia seguinte e dona Mara balançou a cabeça com o afirmativo e foi para seu quarto, então, Ana fechou a porta e foi dormir um pouco, e, enquanto dormia, Ana teve um sonho no qual ela segurava um bebê e todos a jogavam pedras, mas com tantas pedras jogadas, ainda assim ela não largava aquele bebê pra nada. Ana acordou muito assustada e suando frio, foi até a cozinha bebeu um copo com água e foi ver TV um pouco.
No dia seguinte, Ana levantou cedo tomou um banho, um café e foi a consulta médica, ao entrar no consultório, Ana sentia um frio muito gelado na barriga e enquanto sorria levemente, lembrou-se daquele sonho e ficou muito triste, pois o medo voltou a dominar sua mente.
-Bom dia senhorita Ana, como vai você?
-Estou bem doutor Marcos, bom dia pra você também.
-E o que a trás até aqui? Pode começar a falar que estou te escutando.
-Doutor, olha, estou aqui porque queria fazer alguns exames.
-E quais os exames você quer fazer? Você está fazendo um checkup? Parabéns, isso é muito importante, se todos os seres humanos fizessem um checkup ao menos uma vez ao ano, talvez não existisse tantas doenças, tantas pessoas morrendo tão cedo por doenças que são descobertas quando já não se pode fazer mais nada.
-Doutor, eu não vim fazer o checkup, eu vim porque estou pensando que estou gravida e só eles podem tirar minhas dúvidas. -E, seus pais sabem dessa suposta gravidez? Vem cá Ana, não é da minha conta, mas você está com quantos anos?
-Estou com quinze anos doutor, não, meus pais não sabem de nada, quero ter certeza primeiro pra depois sentar e conversar com eles, vai ser muito difícil, mas tenho que fazer a coisa certa.
-Isso mesmo garota, faça a coisa certa, você sabe que seu pai e um homem muito nervoso e muito conhecido aqui, e qualquer ameaça a sua reputação ele é capaz de tudo pra limpar sua imagem né?
-sei disso doutor, confesso que não havia pensado nas consequências, só transei uma vez e essa única vez está prestes a marcar minha vida pra sempre, mas venha o que vier,se der positivo estou disposta a tudo pra defender minha felicidade.
-Vou passar alguns exames pra você, faça tudo direitinho e volte aqui pra você saber o resultado, e, boa sorte garota.
-Obrigada doutor, vou fazer tudo certinho e volto bem rápido.
Ana saiu do consultório com os pedidos de exames na mão e foi logo marcar esses exames, sorte ou não, ela conseguiu marcar pra logo depois de dois dias pra fazer todos os exames. Então Ana foi pra casa e lá estava sua mãe a espera pra saber como foi no médico.
-Como foi lá minha filha? Você podia ter me chamado, eu ia com voce pra te fazer companhia.
-foi tudo bem mamãe, não precisa ficar preocupada comigo, estou bem, de verdade, só quero cuidar da saúde.
-Você está andando muito misteriosa Ana, isso eu não estou gostando.
-Pai perdoa o que vou falar com o senhor, mas porque estou misteriosa? Não posso cuidar da minha saúde? Se eu não cuidar ninguém vai cuidar por mim.
-Estranho, porque você sempre teve uma saúde de ferro e nunca se preocupou em cuidar, agora está com todo esse mistério cuidando? Aí tem alguma coisa errada.
-por favor José, deixa a menina em paz! Esta mesmo na hora de ela ter as responsabilidades dela, assim nunca ela vai conseguir nada na vida por mérito próprio.
-Tudo bem, vou calar a boca e depois não diz que não avisei, só não quero que jogue meu nome na lama, isso eu não aceito.
Ana olhou bem triste para a mãe e foi para o quarto, trancou a porta e ficou deitada pensando em tudo o que estava acontecendo e ainda estava pra acontecer.
Pensou, pensou até que caiu no sono e não levantou nem pra almoçar, porque não estava afim de olhar nos olhos do pai. Ana estava muito preocupada porque antes da bomba explodir o pai já estava nervoso, imagina se os exames desse positivos? Ele com certeza jogaria a casa ao chão.
-Mas vou ser forte, não tenho medo dele, não tenho medo dele, não tenho medo dele, vou enfrentar ele e quem preciso for, mas não vou temer a ninguém, eu vou, eu tenho e eu preciso arcar com as consequências e isso eu vou fazer porque sou guerreira e não vou desistir da minha felicidade.

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