Capítulo 14

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Será que eu ouvi corretamente? Isso é um sonho ruim, apenas isso. Sinto a cor sumir do meu rosto e de repente sinto um frio congelante.

-Regina, me espere lá dentro. Ouço Sebastian dizer a noiva.

Ele chega perto de mim e recuo, sentindo nojo dele.

-Alícia...

-Não! Não diga nada. Eu entendi tudo, isso foi apenas uma fodida forma de brincar comigo. Falo para ele com raiva.

-O que aconteceu ont...

-Foi um fodido erro! Não chegue perto de mim nunca mais. Eu odeio você.

-Você não quer dizer essas coisas. Ele diz calmamente.

-Eu terminei meu dia Sr. Black. Não me procure!

Reúno o pouco de dignidade que me resta, pego minha bolsa e saio da sala deixando Sebastian para trás. Preciso pensar e ele estando na sala ao lado com sua noiva não me ajuda em nada.

                                                                                                     ***

Estou sentada no deck na parte de trás da minha casa com Paola e Gus depois de jantar uns bifes que Gus grelhou. Assim que cheguei em casa de manhã liguei para eles virem para cá, e como eles são bons amigos, assim que saíram dos seus trabalhos vieram direto para cá com coisas para o jantar e muito vinho.

Contei para eles o que aconteceu e ambos estão chocados.

-Eu vou matar o filho da puta! Gus salta furioso.

-Deixe ele. É culpa minha também.

-Não se atreva a dizer isso Al, ele poderia ter o mínimo de respeito por você. Você é a mãe dos filhos dele.

Gus sempre foi protetor comigo, nossa amizade vem de anos. Paola continua em silêncio, apenas nos ouvindo discutir.

-Isso é estranho. Diz ela olhando fixamente para sua taça pela metade.

-Porquê?

-Ele não iria levar isso adiante com uma noiva a tiracolo, ele deveria saber que você iria acabar descobrindo. Você é assistente pessoal dele, sabe tudo.

-Bom, ele que se dane. Não é como se eu estivesse de coração partido. Eu to bem e amanhã vou voltar ao trabalho e deixar tudo bem claro.

-Al, você não precisa voltar. O que você precisar, nós podemos ajudar. Gus me olha aflito.

Chego até ele e o abraço bem apertado.

-Eu te amo, mas sou uma menina grande e consigo me virar sozinha. Vocês já fizeram demais e sou muito grata por isso.

-Abraço coletivo! Paola grita e se junta a nós.

-vocês podem dormir aqui essa noite, não quero ninguém dirigindo depois de beber.

-É claro. Obrigada Al.

Dou um soco no punho fechado de Gus e me viro para ir ao meu quarto.

-Noite! Eu grito para eles.

-Noite mama sexy! Ouço a voz bêbada de Paola.

Sorriso para mim mesmo, quando chego na porta de meu quarto não consigo olhar para a cama e com certeza não vou dormir ali. Pego um colchonete que tenho guardado para emergências, um pijama e vou para o quarto dos gêmeos onde me acomodo no chão entre seus berços.

O sono custa a vir, fico pensando naquela mulher com Sebastian e na reação dele. Ele estava furioso, mas tenho certeza de que a fúria é porquê foi pego na mentira. Derramo algumas lágrimas frustradas e logo o sono me domina.

                                                                                            ***

Na manhã seguinte quando chego ao meu escritório Sebastian está sentado em minha cadeira, claramente esperando por mim.

-Precisamos conversar, agora. Ele usa seu tom que não está me dando uma escolha.

-Eu já disse tudo que havia para dizer, mas fique a vontade. Vai dizer que está se separando? Que não significa nada pra você?

-Regina é... Complicada. Ele diz pausadamente.

-Ela não sabe, não é? Eu pergunto.

-Sobre o quê?

-Noah e Kat.

Ele desvia o olhar e essa é a resposta que eu preciso.

-Não.

-E quando você pretendia contar a ela?

-Não sei, não pensei sobre isso.

-Veja bem, meus filhos não serão o segredo sujo de ninguém. Eu não quero que você entre na vida deles só para machucá-los. Você irá se casar e ter uma família, meus filhos não são a segunda opção de ninguém, me ouviu?

-Não é da maneira que você pensa, e não posso dizer muito mais.

-Eu quero que você recue. Eu falo sem nenhuma emoção em minha voz.

-O quê?

-Quero que se afaste deles.

-Você não pode fazer isso.

-Posso e vou! Eles vem acima de tudo para mim, não vou deixar alguém machucá-los. Sebastian, eles já o adoram e depois? Você irá vê-los escondidos uma vez a cada mês e enche-los de presentes pra encobrir a sua ausência?

-Porra! Ele passa as mãos pelos cabelos, frustrado. -Deixe eu continuar a visita-los. Por favor.

Suspiro

-Você pode ir vê-los na creche. Mas nossa relação a partir de agora será estritamente profissional a não ser que seja algo relacionado com as crianças.

-Tudo bem. Ele diz friamente.

Depois que Sebastian sai sento em minha cadeira e apoio minha cabeça em minhas mãos, fico assim até ouvir uma batida na porta.

-Entre. Eu falo para a pessoa do lado de fora.

-Bom dia Alicia.

-Bom dia Alex. Ele está radiante hoje e muito sexy em seu terno grafite e sapatos italianos com o cabelo em um sexy desarrumado.

-Você está linda hoje minha senhora. Ele diz e faz uma mesura, o que me faz soltar uma risadinha.

-Você está muito elegante também.

-Quando vamos para a aquela bebida?

-Não recebi nenhum convite ainda. Flerto de volta, sabendo muito bem que a porta de conexão com o escritório de Sebastian está aberta e ele pode ouvir tudo.

-Nessa sexta? Oito horas?

-Perfeito! Sorrio para ele.

-Temos um encontro, baby.

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