Capítulo 4

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Dor.

É o que me acorda no meio da noite, olho para o relógio no meu criado mudo e vejo que são apenas 02h30min da manhã. De repente sinto uma fisgada de novo e essa vem mais forte. Noto que passou mais ou menos dez minutos até vir a próxima, senti algo escorrendo entre minhas pernas e me apavorei porque eu nunca fiz xixi na cama, e então me dou conta de que estou entrando em trabalho de parto. Calmamente e praticando as respirações que a médica me ensinou, vou até meu guarda roupa e me pego a roupa que já havia separado para esse dia; uma calça folgada e uma camiseta. Me limpo no banheiro, visto as roupas e vou em direção ao quarto de hóspedes que estão Paola e Gus. Bato na porta e quando vou para uma segunda batida a porta se abre e uma descabelada e com cara de sono Paola aparece.

-Está na hora.

Não preciso dizer mais nada, ela já sabe o que fazer.

-Gus acorde, está na hora! GUSTAVO! Vamos, temos que levar Alicia para o hospital.

Quando ele ouve a palavra 'hospital' salta da cama, chega a ser cômico ver meus dois amigos correndo feito loucos pra lá e pra cá atrás de suas coisas, não seguro minha risada. Eu rio, forte.

-Ela está entrando em choque. Ouço minha amiga falar para Gus e rio mais ainda.

-Baby, acho que sim. Gus responde seriamente.-Al, do que está rindo?

-Vocês idiotas, estou rindo de vocês. Fiquem calmos, eu estou bem e as contrações estão vindo bastante espaçadas uma da outra, temos tempo para chegar ao hospital tranquilamente.

Eles tentam parecer relaxados, mas acho que a qualquer momento um deles podem desmaiar, eles terminam de se vestir e buscam as bolsas dos bebes e a minha e levam para o carro. Gustavo estava dirigindo igual a um louco e chegamos ao hospital em dez minutos, mas sou agradecida porque as contrações começaram a vir com menos intervalo entre elas.

As enfermeiras me levaram para a sala de parto e Paola foi comigo como meu apoio, Gus achou melhor não ver a minha vagina e ficar marcado para a vida. Palavras dele.

O parto foi fácil, e as 03h50min nasceu um lindo menino que chamei de Noah e as 03h55min nasceu uma muito brava Katherine e eu não conseguia tirar meus olhos deles. Quando as enfermeiras trouxeram eles para mim, tive medo de que fosse quebra-los de tão pequeninos que eles eram.

Katherine tinha um tufo de cabelo negro e eu poderia dizer que seus olhos seriam verdes e sua pele era branquinha, Noah pelo visto seria todo o pai dele e já previ vários corações partidos no futuro.

Paola olhava para eles emocionada e me dizia o quanto eles eram perfeitos, logo as enfermeiras tiraram eles de mim para que pudessem terminar os exames de rotina e também me acomodar no quarto para amamentar depois.

***

Estava no meu terceiro e último dia no hospital, meu quarto era o mais colorido do hospital cheio de flores, bichinhos de pelúcia e balões. Todos os meus amigos vieram para conhecer os gêmeos e ver como eu estava, honestamente, não sei se eu sentirei alguma coisa nas minhas partes de senhora por algum tempo. Quando disse isso, eles estouraram em risadas e acabei rindo junto.

Agora eu estava com meus dois bebes, um em cada braço, pronta para ir embora e começar minha vida com essas belezinhas. Gustavo e Paola estavam aqui para me ajudar a ir para casa e também porque não conseguiam ficar muito tempo longe dos afilhados, eles estavam fascinados.

Levamos nossas coisas para o carro e acomodo os gêmeos em suas cadeirinhas, sentindo o cheiro deles de bebe eu quase desmaio de tão apaixonada que eu estou por eles. Por um momento sinto pena que eles não irão conhecer seu pai e o pai deles não presenciou esse momento lindo.

-Pronta irmã? Paola vem e me dá um abraço de lado.

-Como eu nunca vou estar.

Está na hora de usar minhas calcinhas de menina grande, e dar o meu melhor para essas crianças.

***

Os dias que se seguiram após eu sair do hospital são muito loucos, eu amo completamente meus filhos porém durante a primeira semana eu não prestei para nada e dei graças a Deus pela bondade dos meus amigos. Eu estava extremamente cansada e só queria dormir muito, bolamos um plano para que eu não tivesse que me cansar muito. Por isso a cada duas horas, Paola ou Gus acordavam e levavam os bebes para mim para que eu conseguisse alimentar eles, davam banhos, e também trocavam fraldas, o que foi muito divertido assistir principalmente quando Noah fez xixi na camisa de Gus, minha amiga e eu rimos o resto do dia.

-Hey pequeno homem, titio vai ensinar onde você deve marcar seu território. Gus disse com uma risada.

Depois da primeira semana eu não estava mais me sentindo uma merda e comecei a cuidar das crianças em tempo integral e Gus e Paola só ajudavam com alguns afazeres domésticos e umas pequenas coisas para os bebes.

Quando notei, um mês havia passado muito rápido e meus amores já estavam enormes. Noah e Kat eram crianças muito felizes e ativas, sorriam e prestavam atenção em tudo a sua volta. Mas o que me deixava uma molenga era o fato de que eles já me reconheciam só pela minha voz e sorriam desse jeito que os bebes fazem, quando eram colocados na dobra do meu braço se aconchegavam em mim sentindo meu cheiro e era nesses momentos que eu sabia que tudo daria certo.

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