A história do Amigo (parte 5)

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》"O que houve!?", gritava Dona Ermelinda desesperada. "Quem fez isso com ele!?". "Aqueles malditos vândalos! Temos que ligar para a polícia!" Berrava com o pulmão, o Estilista. Seu rosto estava vermelho de raiva. O Padeiro deixava suas lágrimas caírem, se lamentava "O que aconteceu com você, Amigo? Quem faria algo desse tipo?". O pobre cão estava deitado em uma mesa da loja de abajures. Suas feridas eram grandes, seu sangue escorria a partir dos pêlos.
》 O Amigo não parava de soluçar, ruivar, latir, se contrair. Ele estava acostumado a levar pancadas, mas daquela vez o seu corpo não aguentou. Dava pra ver a agonia em que se encontrava o pobre animal. Dona Ermelinda secava as feridas com um pano humido, passava álcool nas feridas para não infeccionar, verificava se algum osso tinha sido quebrado, fazia suturas no Amigo sem anestesia e acariciava o cão para que ele aguentasse a dor.
》Óscar estava ao lado de Ermelinda. Uma mão sobre a cabeça do Amigo e a outra em seu peito. Olhava fixamente para os olhos de seu companheiro. Este cujo dito o encarava também. E naquele momento, os dois sabiam que não importava o que aconteceria, eles estariam juntos, um no coração do outro. Óscar continuava a olhar, mudo, enquanto o Padeiro se sentava em uma poltrona a 2 metros de distância para poder esperar o término da operação. O estilista estava na cozinha, ligando para a polícia. Dizia para eles sobre mais um ataque do grupo de vândalos, mas nada parecia importar para a telefonista que o atendia.
》A noite passou, o procedimento médico de Dona Ermelinda tinha acabado. O Amigo descansava em uma mesa acolchoada. "Você é a melhor Dona Ermelinda!" dizia o Estilista, "Você salvou ele!" se emocionava com uma lágrima no rosto. Os quatro lojistas passaram a noite em branco, pensando no próximo passo. Agora que o Amigo precisava de um lar para poder se recuperar, onde ele deveria ficar?

Poemas Do Azul EscuroOnde histórias criam vida. Descubra agora