The immortal

Prólogo

Durante séculos eu estive presenciando o que acontecia com a humanidade, vagando como um fantasma, uma sombra de um homem que um dia eu fui, lutei inúmeras batalhas e presenciei inúmeros massacres. Vi inúmeras crueldades de ambos os lados de uma batalha, coisas que fariam uma pessoa desistir da humanidade; Presenciei a última fagulha de esperança que restava ser aproveitada pelos egoístas influentes e ricos que fugiram de forma covarde no momento em que tiveram chance de sair do planeta, essas mesmas pessoas faziam discussões de paz, justiça e igualdade.
Após a partida dessas pessoas, a sociedade terrestre entrou em deriva e se fragmentou, o caos reinou e os principais líderes estavam abandonando todos e durante um tempo continuou assim até os mais fortes ou os com maior número resolverem dominar territórios em busca de aproveitar o máximo o possível o prazo de validade terrestre. Essas pessoas se proclamam "Reis", ou como eu gosto de chamar, covardes que aproveitam a fraqueza dos outros.
No entanto, aqueles que partiram se separam e foram habitar vários planetas diferentes do sistema solar, isso acabou gerando com o tempo na linhagem dessas pessoas, o que chamamos de "Nobres", aqueles que tiveram um dom devido a estarem em outro planeta, assim desenvolvendo uma espécie de energia primordial para a vida, a "Mana"; Normalmente uma pessoa somente atinge essa capacidade com muita dificuldade e treinamento rigoroso, não há como desenvolver ela normalmente, ou era isso que era pensado, o fato deles crescerem em outros planetas o fizeram liberar a Mana.
Bem, onde eu me encaixo exatamente? Eu sou o que chamam de "Criatura", um ser que teve um dom ou uma maldição como queira interpretar, adquirida de devido a meios não naturais ou dadas por algum ser divino. E no meu caso, foi o próprio Lúcifer em carne e osso que veio e me deu uma marca, um símbolo de alguém que nunca pode morrer e que carregará o fardo de ver tudo e todos que ama morrerem diante de si.
Com tanto tempo se passando e inúmeras perdas que tiravam cada vez um fragmento da minha alma, resolvi abandonar todo sentimento que me permitia fazer amizades ou ter um namoro, isso significa nunca mais se importar com alguém para não se magoar de novo, e de novo, até o fim dos tempos. Minha vida é minha depressão, meu espírito está em constante luta para manter o equilíbrio e o pingo de humanidade que resta em mim.
Uma alma deformada com uma mente perturbada, é assim que eu me encontro emocionalmente atualmente. Me sinto morto, as vezes eu tinha momentos que lembravam o que eu sou, um soldado, um homem em um deserto mandado para apodrecer; No fundo eu tenho medo de enfrentar os meus fantasmas, de enfrentar os meus sonhos que toda noite me esperam para dormir. Mas é difícil tentar se erguer quando fracassei tantas vezes, o limbo se tornou minha casa.
Será ilusão? Ter um coração, filhos, mulher e sair dessa vida de cão? Envelhecer, morrer sem ter que ver meus filhos morrendo nos meus braços? Isso é o que acontece quando Lúcifer resolve brincar com a vida de um homem. Contemplando a obra de arte dele, rindo dos meus delírios e dores, de cada lágrima derramada.
Uma vez me perguntaram o que eu sou. Um lobo solitário, um andarilho, um corvo, eu simplesmente sigo um caminho que não tem mais trilha.