Capítulo 1

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Primeiramente quero informar que essa não é uma fanfic de minha autoria. Os créditos dessa história é  de Thayná Silva e quero agradecer a sua autorização para publicar aqui.
Boa leitura 📖

NanyLevy

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O tempo não favorecia em nada aquele momento. A cidade estava nublada, com tanta nuvem, que fazia o sol parecer não existir. Tempo horrível para um velório, mesmo não havendo um tempo bom para tal momento.

Uma chuva fina caía, piorando ainda mais a situação. O rosto de Maite, eram lágrimas e água. Sua mãe havia partido, e junto, seu coração se partiu também. Fazer o quê, era a vida... temos que aceitar o fato, de que um dia, não estaremos aqui. Sua fé, completamente abalada, se mostrava fraca diante daquilo tudo. Ela pediu tanto, rezou tanto para Deus. E no final, tudo foi em vão. Viu sua mãe, morrendo dia após dia em casa. E agora notava o quão inútil foram os pedidos em prantos, as noites conversando com Deus. Por quê?!

No cemitério, apenas ela. Sua mãe não tinha muitos amigos naquela região desde que se mudaram. Sua única família agora, era sua tia Magda, que morava no interior do estado e trabalhava numa fazenda.

- Com licença, moça. - o coveiro, sem jeito, pigarreou. - O seu táxi chegou.

Maite se levantou e secou seu rosto, colocou seus óculos escuros e jogou uma rosa vermelha no túmulo da mãe.

- Prometo voltar aqui todo ano, só para te trazer flores, mamãe. - ela falou baixinho, sabendo que sua mãe amava flores. - Obrigada, sr. Maurício.

Forçou um sorriso, agradecendo ao coveiro e foi logo caminhando até o portão do cemitério. Era hora de seguir caminhando com seus próprios pés. Hora de seguir sua vida. 19 anos, todo o futuro pela frente.

Sua cidade era bastante tranquila. Se mudou quando tinha 10 anos, logo após a morte do seu pai. Terminou a escola mas teve que largar a faculdade para cuidar da mãe, e agora pensava o que faria de sua vida. Certamente, teria oportunidades. Assim ela esperava.

O táxi a levou para a rodoviária, onde o ônibus já estava de partida. 16:00 em ponto.  Entrou na fila com sua mala, aguardando sua vez. Seu casaco de couro preto, a faria suportar muito o ar condicionado do ônibus. Por fim, era a hora. Hora dela entrar no ônibus e recomeçar sua vida.

No interior da cidade... 20:21

Magda subiu os degraus da casa grande, indo em direção ao quarto do seu patrão. William. O mesmo rapaz que ela viu crescer e cuidou como se fosse seu filho. Também órfão, perdeu a mãe muito cedo, quando tinha apenas 6 anos de idade. E o pai se foi, antes dele completar 25 anos. A vida estava sendo dura para ele. Teve que amadurecer, cuidar dos negócios do pai e principalmente o negócio mais importante: a fábrica Méli, que exportava mel para todo o Brasil.

- Esse menino. - Madga pegava as peças de roupas deixadas pelo chão, e ia jogando no cesto de roupas que iriam ser lavadas, esticou a cama novamente e desceu para verificar se o jantar estava pronto.

Quando ia atravessar a cozinha, o telefone tocou e ela voltou para atender.

- Casa da Família Levy. - cumpria sua formalidade.

- Oi tia, sou eu... - Maite falou.

- Minha linda. - Magda não pôde conter o sorriso. - Você não vem mais?

- Claro que vou, tia. É que peguei um baita de um engarrafamento. Agora estamos em um desses restaurantes de estrada comendo algo. - suspirou. - Eu resolvi ligar, para avisar que não vou chegar hoje e sim amanhã, pelas 8:30 da matina... o motorista vai parar para a gente descansar e ele também.

- Entendo, meu amor. Mas tudo bem, é melhor. A estrada está perigosa e a última coisa que precisamos é de um motorista caindo de sono num volante.

- Pois é.

- Fica com Deus, tá bom? E se cuida. Se alimente direito. - sua tia era uma fofa, era a cara do seu pai.

- Tá bom, tia... boa noite, até amanhã.

- Até. - Magda colocou o telefone no gancho e ouviu a porta se fechar. Era William, voltando sabe se lá de onde.

- Telefone para mim, Magh? - ele se aproximou, dando um beijo no rosto de sua ex babá.

- Não querido. Era para mim. Minha sobrinha, lembra? A moça que vai trabalhar aqui...

William cerrou os olhos, tentando se lembrar. Claro! Magh havia falado. Ele olhou para ela e disse:

- Claro, me lembro. Você falou essa semana... bom, já sabe. Não quero adolescente pirralha no meu caminho. A última coisa que preciso é de birra e problemas.

- Garanto que não terá. - sorriu. - Vamos, o jantar está pronto!

Desde Que Te vi Onde histórias criam vida. Descubra agora