Capítulo 85

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Um mês se passou e as meninas estavam muito bem. A dor de William agora entrava numa fase mais suportável, pois suas anjinhas preenchiam todo o espaço que a mentira e a falsidade de Ximena haviam deixado.
Maite via que ele realmente era um pai. Não era um cara que tinha apenas feito e deixado tudo nas mãos da esposa, como se vê muito por aí. Fazia questão de ajudar no banho, nas fraldas, até passar as roupinhas. Ela estava feliz, completa e muito orgulhosa do marido. Nas horas em que estava muito cansada, ele até dizia "Dorme minha linda, eu cuido delas!" Um marido assim, é o sonho de toda mulher.

À noite, Maite acalmava a última gêmea que não queria saber de dormir. Beatriz. Entre as gêmeas, era a mais levada. Apesar de tão pequena, gostava de sorrir quando aprontava alguma, como fazer xixi na água do banho ou sujar a fralda que acabaram de trocar. Laura era mais quieta, dormia mais fácil, porém chorava muito mais.

- Precisa de alguma ajuda, meu bem? - William apareceu na porta do quarto das meninas. Maite estava sentada na poltrona, cantarolando para Beatriz.

- Shhhhhiu. - falou num tom bem baixo. - Essa é mais difícil para dormir.

William sorriu e se aproximou do berço de Laura, que dormia com uma das mãozinhas em baixo do rosto. Ele passou a mão na cabeça dela e cobriu o berço com o véu.

- São muito lindas. Sei que já disse isso, mas eu nunca vou parar de dizer. Nossa... fico até apaixonado. Eu nunca achei que fosse sentir algo assim, meu pai vivia dizendo que quando me pegou no colo pela primeira vez foi umas das melhores sensações. Eu não acreditava nisso muito não... mas agora, ah... eu me derreto com o calorzinho delas. Elas são muito lindas!

Maite sorriu e respondeu:

- É verdade, fizemos bem direitinho. - e riu junto com o marido. - Ai, acho que finalmente ela dormiu. Pega ela para mim, amor?

Will pegou a criança com toda delicadeza de um pai e lhe deu um beijo na testa, colocando a filha no berço. Quando se virou, viu que Maite estava usando uma micro camisola e na hora, parou pra olhar.

Estavam a algum tempo sem ter nenhuma intimidade. Por conta da gravidez, de Ximena na casa (não tinham clima) e pelo resguardo. A vida de casados, e ainda mais com filhos dificultava um pouco o tempo de ambos ficarem juntos. O plano era, curtir o casamento a dois o máximo possível, mas como Deus mandou-lhes as meninas, ele tinha um propósito. Que vendo tudo o que aconteceu, foi para fortalecer a relação, porque ambos precisaram de forças.

Mas voltando ao assunto, sua mulher – ele se sentia orgulho em poder chamar ela assim – estava linda. A gravidez havia dado um brilho diferente a ela. Antes tinha uma feição mais delicada, mais menina. Agora uma atitude de mulher mesmo, o olhar havia mudado, tudo o que fazia era sexy, mesmo sem a intensão de tal coisa. Até sua voz estava mudada. E William pirava nisso.

- O que foi, parece até que nunca me viu assim. – ela falou passando a mão no braço forte do marido.

- É, eu já vi. Mas sempre parece que é a primeira vez... se as meninas puxarem você, Deus queira que sim, eu estou muito ferrado. – ele riu e em seguida pegou na mão dela.

Ambos foram saindo devagar do quarto das meninas. William apagou a luz e acendeu o abajur. Havia também um rádio daqueles a distância, pro caso de uma das meninas chorar de madrugada.

Quando chegaram ao quarto, William tirou a sandália e ficou como costumava dormir. Apenas de cueca boxer. Sentou na cama e olhou pra ela.

- Vem cá, vamos conversar um pouquinho.

Ela se aproximou e sentou no colo do marido e lhe foi carinhosamente passando a mão nos cabelos.

- Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou.

- Não, que isso. É apenas saudades de conversar contigo... ultimamente não estamos tendo muito tempo, não é?

- Isso não deixa de ser verdade. Mas quero que saiba que sempre quero ter tempo para você, viu? Como andam as coisas na administração da fazenda?

- Muito bem. – enquanto falava ele aproximava o rosto do pescoço dela. Amava sentir seu cheiro. Porém, não só cheirou, assim como o beijou. – Sinto sua falta.

- Minha falta? – ela fechou os olhos, sentindo suas carícias em sua pele. Que tipo de "falta"?

- Você sabe. Não é possível que apenas eu, tenha a cada instante, uma vontade enorme de sentir você.

Ele fez um impulso, e a deitou na cama, ficando por cima. Encostou sua boca na dela e lhe deu um beijo intenso, com calor e saudades misturados.

- Diz pra mim que você já comprou os anticoncepcionais. – ele perguntou, mas sem interromper totalmente o beijo.

- Sim, comprei... tá no meu criado mudo... podemos ficar tranquilos.

- Que saudades eu estou de você... – disse num sussurro, abaixando a alça de sua camisola e beijando seus ombros...

Desde Que Te vi Onde histórias criam vida. Descubra agora