Capítulo 40

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O dia anterior deveria ter sido nomeado de "O dia do Caos". Muitas confusões, brigas, confissões... resumindo, muita coisa para um dia só.
Maite se sentia agora tão boba. Não sabia como seria olhar para a cara de William nos dias em frente. Ele sabia agora. Que lástima! E William estava quase na mesma situação. Como encarar ela de frente após isso tudo? Não seria nada nada fácil. Ximena era tão fria que nem se importava. Fez em um dia, e esqueceu em outro, como sempre. Para ela, apenas importava coisas desnecessárias. Quem ela magoou? Ah, isso era apenas um mero detalhe ao qual ela não se importava.

William desceu bem cedo. Sua bota atrapalhava muito sua rotina diária. Queria se ver livre daquilo o mais rápido que fosse. Mas como ainda não podia, o jeito era se adaptar. Estava falando ao telefone quando Maite apareceu na sala. Tentou disfarçar o susto que teve ao ver ele, mas foi inútil. Ele percebeu e acenou para ela, a fazendo ficar sem jeito.
Ela rapidamente se virou e começou a limpar os vidros da janela, mas estava prestando atenção em William com sua audição.

- Na verdade não estou muito possibilitado de viajar nesse momento. - deu uma pausa. - Eu dei uma torcida no pé, num acidente com o cavalo. Mas posso ir aí sem problemas, viu? Isso não será desculpa para eu viajar. Pois é, o trabalho vem em primeiro lugar... preciso cuidar de tudo que meu pai deixou. Uhum. É. Sim, eu vou sim... isso mesmo... talvez hoje pela noite ou até mesmo amanhã bem cedinho... claro, como quiser! Até mais. - desligou.

- Acho que não seria muito bom você viajar agora, senhor. - Maite falou, ainda de costas.

- Senhor? - ele indagou. - Não acredito que você vai voltar a me chamar assim.

- Desculpa, mas ainda não estou muito confortável...

- Maite, esquece o que ocorreu ontem. - ele olhava para ela do sofá. - Eu sei que não tem como e eu também estou sem graça, mas... não quero que se afaste de mim.

- Eu já disse que não vou, se... - suspirou. - William!

- Agora sim! - ele riu. - Sim, eu vou viajar... tenho que continuar cuidando da fazenda. Vai saber quando eu vou tirar essa bendita bota.

- Mas acha que é uma boa idéia? - lhe perguntou preocupada.

- Sim. É tranquilo... peço ao capatáz para ir comigo...

- Como você quiser.

Mais uma vez, Ximena ouvia tudo e nenhum dos dois percebeu que ela estava ali em pé na escada. Sorriu, com um pouco de maldade estampada no ar. Um pouco não. Muito, aliás. Seria ótimo essa viagem repentina dele. Ela poderia fazer o que quisesse na fazenda, e principalmente: Convidar quem quisesse! Ela mal podia esperar.

Com sua boa vontade de ajudar o próximo, Maite se pôs a fazer as malas de William, mesmo ele dizendo que não precisava. Subiu e colocou a mala em cima da cama. Uma mala nem grande nem pequena, pois ele não havia informado quantos dias ficaria.

Foi pegando suas roupas no guarda roupa e se derretia ao tocar em cada peça. Seu cheiro fixamente grudado em cada tecido. Deu um sorriso bobo e abraçou uma das blusas. Colocava com cuidado na mala. Pôs umas bermudas, caso fizesse calor e uma calça, se fizesse frio. Abriu uma gaveta e automaticamente corou. Cuecas! Todas perfeitamente limpas, arrumadas e alinhadas por cor na gaveta. Apenas boxer. Mordeu os lábios, imaginando ele usando uma daquelas. Colocou umas 4 na mala e a fechou em seguida, deixando ao lado da cama.

Mais a noite, William estava sentado no sofá após tomar seu banho. Estava apenas com uma bermuda branca e seu lindo e delicioso corpo malhado estava a mostra para quem quisesse ver. Ximena havia saído. Ele não impediu, pois ainda estava muito zangado com a atitude dela, então o melhor... era um tempo sozinho.

- Maite, pode por essa bota para mim? Já já preciso viajar e sempre que coloco fica incomodando.

- Claro. Oh, vou te ensinar, para quando estiver sozinho na cidade. - ela colocou sua perna com cuidado em cima do banco e foi ensinando a por a bota do jeito certo. Na verdade, ele sabia, mas ter Maite cuidando dele, ah... era mil vezes melhor. - Entendeu?

- Uhum! - sorriu. - Pode pegar meu remédio por favor?

- Tudo bem. - ela se levantou e foi até a mesinha do outro lado da sala, onde ficava algumas bebidas. Pegou o remédio e um pouco de água.

Deu o remédio para ele, e em seguida se sentou. Um pouco distante, mas ainda sim perto dele.

Quando William ia pedir mais algum favor que de fato não precisava, o capataz entrou na sala.

- Senhor William, o carro já está pronto. Quando quiser, podemos ir.

- Ah, obrigado! Melhor irmos agora, seu Pedro. - se levantou. - Leve minha mala por favor.

- Claro. - obedeceu.

William olhou para Maite e deu um sorriso dizendo:

- Cuida da fazenda... já já estou de volta.

- Pode deixar, Will... - deu um pequeno sorriso. - Faça uma boa viagem.

- Obrigado. - ele se inclinou, beijando o rosto de Maite, fazendo a mesma fechar os olhos e sentir seu estômago gelar e seu corpo inteiro se arrepiar.

Quando abriu os olhos ele não estava mais ali. Ela sorriu com felicidade e tocou seu rosto. Ah, aquele beijo fez ela ir ao céu.

Desde Que Te vi Onde histórias criam vida. Descubra agora