Deus E Eu...

28- Seja forte

Não podia ser pior. Minha mãe sofreu um acidente e está muito mal e meu namorado está com uma crise de ciúmes!
Eu perdoei meu pai mas minha irmã me odeia!
parece que estou no meio de uma tempestade... um barco de papel no mar revolto...
Deus... Socorro!
Eu estava sentada no chão com a cabeça enterrada nos joelhos, e meu pai tentava convencer , sem sucesso, a enfermeira de que eu não precisava de uma dose tão forte de calmante, daí a pouco veio com um copinho e um comprimido:
- Tome filha.

Eu quis relutar mas, ele parecia preocupado, não quis contrariar.

- Pai...- essa palavra é tão estranha pra mim...- onde ela está?

- Está em cirurgia. - ele falou, obviamente tentando ser o mais calmo possível, mas eu sabia que tinha algo a mais...
percebendo minha inquietação ele sentou-se do meu lado. Suspirando em intervalos curtos de tempo. Está preocupado. Tenho a mesma mania. Meu Jeans molhado está começando a incomodar.

- Liza !

É o Lucas! e a... Melissa?!

Ele vem e me abraça.
- Me perdoa. Eu não sabia que...Pensei que ele... eu sou um idiota. - Lucas disse com a cabeça baixa. - Agora eu sei. Ele é seu...

- Pai. - Cyrus interrompe com a voz grave. Ainda não me acostumei com esse negócio de super proteção de pai... Deus me ajude... Melissa permanecia em silêncio, lágrimas no rosto. mas não se aproximava. Eu preciso tanto do seu abraço... fechei os olhos em um suspiro, quando ela me surpreendeu:
- Me perdoa! - disse me abraçando. parece que a venda que o inimigo pôs nos olhos dela acabou de ser tirada. Me entreguei em um abraço mais que esperado, um suspiro de alívio, misturado a lágrimas de dor e perdão.
- Agora eu sei...que... voçê é minha irmã. E que o inimigo queria estragar isso, com ódio e ciúmes.
perdão... Irmã.

recebi um abraço de todos ao mesmo tempo e me senti acolhida. então eu disse :
- Eu perdoo vocês.

Depois das coisas se acertarem de um lado o médico apareceu no corredor e pigarreou estragando o "momento" :

- Familiares de Anna Vieria dos Santos?

- Sim ( respondemos em uníssono) .

- Temo que a cirurgia ainda vá demorar... é muito delicada e complexa, então só permitiremos uma pessoa a ficar no hospital. Os demais, vão para casa e descansem. Amanhã cedo será permitido a visitas se tudo ocorrer bem.

- Eu fico! - eu disse prontamente.

- De jeito nenhum, mocinha. Vá para casa com o Lucas e a Mel, e amanhã voçê volta.- Cyrus disse e Lucas concordou com a cabeça.

Vencida, tive que concordar. vai ser difícil
me habituar a esse tratamento de "PAI" ...

- Vá se acostumando... - Melissa parecia ler meus pensamentos.

fui o caminho de casa todo em silêncio no Banco do carona, ainda chovia bastante, e meu celular tocava igual uma sirene toda hora, Melissa, no banco de trás se encarregou de avisar a todos o que estava acontecendo. Ótimo. Me livra de comunicar aos outros aquilo que nem eu estou acreditando.

Cheguei em casa e subi correndo pro meu quarto tranquei a porta e desabei no chão. Uma parte de mim Dizia "Seja forte" a outra só queria chorar. Não tive forças pra impedir que as lágrimas jorrassem por meu rosto.