Pétala sem Rosa

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Não fui ao funeral da minha mãe. Eu até hoje não sei em palavras explicar o porquê. Fiquei trancada no quarto temendo a chegada do Guto. Até que ele bate na minha porta:_ Pétala, eu vou vender essa casa. A sua mãe deixou você e a casa em minha responsabilidade até que se torne adulta. Você tem que admitir essa casa não vai te trazer boas lembranças vai ser melhor uma casa nova, você leva apenas as suas coisas e a gente ver o que pode vender dessa bagunça toda, o que acha?
Então eu gritei:_ não vou a lugar nenhum com você.
Então ele se calou por alguns minutos e depois disse:_ Se foi por causa do que rolou naquela madrugada, eu estava completamente chapado e me arrependo muito. Queria conversar com você sobre isso, mas com o falecimento da Rosa, não tinha momento apropriado para essa conversa.
Então eu disse:_ Não importa não confio em você.
Num tom autoritário ele gritou:_ Eu é que não devia me importar com o que você acha, você é minha agora, minha! Sua mãe deixou claro no testamento. Esta casa está a venda e ponto final.
Suicídio seria a melhor opção, mas no fundo eu queria que ele estivesse falando a verdade, que estava arrependido e vender aquela casa era mesmo uma boa ideia, porque era como se a Rosa ainda estivesse ali, não daria para viver bem.
Juntei as minhas coisas em uma mala bem pequena e mostrei para o Guto que levaria só aquilo. Ele me olhou e disse que eu estava acertando e sendo madura, me deu parabéns pelo passo... então num tom firme, eu disse:_Não somos amigos, Guto. Nada mudou.
No dia seguinte ele disse que já havia achado um comprador para aquela casa e que nos mudaríamos logo.

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