I
Estranho. Era assim que Thomas classificaria o que aconteceu entre ele e Lucille alguns dias atrás, não sabia explicar ao certo o que estava acontecendo com seu corpo, mas desde que ela o tocara daquele jeito tão íntimo e quente as coisas já não eram mais as mesmas.
Era perturbador ficar perto dela, aquele sentimento novo que o invadia de forma tão avida parecia estar sempre presente, o incitando a tocá-la novamente. Lucille explicou que aquilo se chamava desejo.
Desejo, ele voltou a pensar enquanto apertava entre os dedos um dos pequenos seios dela, descobrira naquela manhã que adorava fazer aquilo, os sons que ela emitia enquanto ele a tocava pareciam música para os seus ouvidos. E aquilo atiçava cada vez mais o tal desejo nele.
Cenas parecidas como aquela haviam se repetido inúmeras vezes na maioria dos dias, os dois se beijavam e se tocavam sempre que podiam. Apenas a sensação de beijá-lo já fazia com que Lucille sentisse suas pernas ficarem bambas. Nos últimos dias eles haviam descoberto um pouco mais sobre o corpo um do outro e tudo parecia mágico para Thomas.
Os dois haviam conseguido se amar mais três vezes no sótão desde que fizeram amor pela primeira vez no quarto anexo, mas para ele tudo continuava sendo novo, até mesmo respirar parecia diferente.
A mãe deles tocava piano naquela manhã, no entanto os sons graciosos do instrumento que transpassavam o piso eram abafados pelos gemidos dela enquanto ele a estocava com força como ela sempre pedia. Lucille se esforçava para não gritar conforme ele se movia dentro de si.
A tensão entre eles era gigantesca.
Lucille não precisou dizer a ele que o que faziam era errado, de alguma forma Thomas sentia isso, sabia que ninguém poderia descobrir o que acontecia entre os dois. O medo o invadia sempre que ela o tocava, sentia um arrepio passar pelo seu corpo e rezava silenciosamente para que ninguém aparecesse. Lucille por outro lado parecia não se preocupar muito com isso, a sensação de proibido parecia deixa-la ainda mais avida e excitada. Normalmente esperavam que a mãe que estava sempre ausente saísse de casa para que trocassem caricias e beijos mais profundos, mas ultimamente não conseguiam mais esperar.
Com um gemido baixo ele se derramou dentro dela, e naquele momento suas forças pareceram desaparecer e ele se debruçou em cima da irmã, exausto. Ela não se importou com aquilo, adorava senti-lo assim tão perto, poder acariciar os cabelos negros e sentir a respiração entrecortada dele. Se pudesse ficaria o dia inteiro ali com ele, mas infelizmente aquilo era um sonho distante e a razão a fez se levantar após um tempo, empurrando ele para que ficasse ao seu lado.
- Se arrume Thomas, a mamãe logo vai aparecer aqui. – ela comentou levando o vestido sobre os seios, fechando os laços da roupa com certa dificuldade e pressa.
Ele respondeu com um grunhido se movendo lentamente no chão, tentando arrumar as roupas amassadas.
- Ontem, quando a mamãe chegou ouvi ela resmungando que o papai vem para cá hoje. – Lucille comentou de repente com a respiração ainda agitada.
A sombra do desejo ainda atormentava Thomas e por um momento ele se sentiu aliviado em ouvir aquilo, certamente se o pai viesse teria de passar a tarde com ele e consequentemente longe de Lucille, o que significava uma tarde sem ter de conviver com o medo de serem descobertos. Uma tarde na qual ele poderia esfriar a sua mente, que ultimamente estava sempre em chamas, visivelmente Lucille não pensava da mesma forma.
- Queria poder ir com você. – ela sussurrou como se pudesse ler a mente dele, ou pelo menos parte dela. – Papai nunca me deixa ver como as minas funcionam.
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Incondicional (Fanfiction - A Colina Escarlate)
Fanfiction- Você tem certeza disso, irmã? - ele ainda parecia meio receoso. Thomas sentia que havia algo de errado no que estavam fazendo, mas ainda não sabia dizer ao certo o que era. Ele nunca sabia. - Sim. - ela respondeu o beijando, se debruçando ainda ma...