Parte X - Meu

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A noite havia chegado e a casa estava silenciosa, mas Lucille não conseguia dormir, ela não queria, sua mente continuava a mil, pensando a todo instante na rejeição de Thomas.

Lucille não conseguia aceitar aquilo, jamais aceitaria. Depois de tudo que fizera por ele, pelo amor dos dois, Thomas a havia rejeitado e ela tinha vontade de gritar sempre que pensava nisso.

O silêncio estranho que pairou entre os dois horas atrás a deixou sem chão, ela esperou que ele dissesse algo, que explicasse aquela rejeição, mas ele não disse nada, apenas saiu, fugindo como sempre fazia, deixando o vazio a dominar junto com a dúvida e a raiva.

O que havia mudado entre eles para Thomas agir daquela maneira?

A resposta parecia dançar em sua mente, em volta de um sorriso irritante, do sorriso daquela mulher maldita, se aquele verme achava que tinha alguma chance com Thomas, ela estava enganada, muito enganada mesmo.

Aquilo não ficaria assim.

Com uma expressão indecifrável Lucille se levantou da cama onde estava, observou o quarto com atenção, o quarto que Thomas havia preparado para ela com a ajuda da maldita Sophie, e fez sinal de negação com a cabeça.

Ela não ficaria ali, não no lugar preparado pela outra.

Decidida a mulher saiu do quarto, quem a visse poderia facilmente confundi-la com um fantasma, os cabelos longos e negros estavam soltos e balançavam levemente enquanto a mulher envolta em uma camisola branca caminhava pelos corredores vazios com um candelabro nas mãos. Em sua mente havia restado apenas duas coisas, duas questões importantes que ela estava decidida a resolver, e a primeira estava no quarto ao lado.

Quando ela e Thomas subiram juntos, pela primeira vez em anos, as escadas daquela casa Lucille só prestara atenção em uma das centenas de coisas que ele falara, em um detalhe importante que estava bem a sua frente agora, o quarto dele.

Sem hesitação os dedos longos e pálidos vagaram para a maçante da porta, um sorriso mínimo surgiu nos lábios dela ao perceber que a porta estava aberta. Sem esperar um segundo a mais ela entrou para dentro, fechando a porta atrás de si.

Um sorriso de satisfação ainda adornava o seu rosto quando ela o encontrou adormecido em meio aos lençóis da cama. Lucille adorava o observar dormindo, mas naquela noite ela tinha outros planos em mente, planos muito mais prazerosos.

Andando como um felino ela depositou o candelabro sobre uma pequena mesa que havia próximo a cama, observou o rosto adormecido do irmão e decidiu por apagar as velas.

Ela não precisava mais delas, a escuridão fazia parte de sua essência, era um terreno conhecido para ela.

Como um vulto ela voltou a se mover, e dessa vez Lucille não se conteve, se sentou suavemente no colchão macio e não hesitou em tocar no rosto dele, a maciez da pele de Thomas sempre a impressionava.

Desejosa ela desceu a mão pelo corpo dele, se deliciando quando percebeu a respiração outrora tranquila aumentar. Lucille acariciou o peito dele sobre os tecidos que o envolviam, amaldiçoando aquele monte de tecido que a separava dele.

Com urgência ela se livrou das cobertas que o envolvia, se apressando em se debruçar sobre o corpo do irmão. Ela o sentiu se retesar abaixo de si, mas nada a deteria agora. Sobressaltado Thomas abriu os olhos ao sentir o corpo quente que se debruçara sobre o seu, surpreso ele tentou afastar aquele corpo estranho, mas um riso conhecido e a muito não escutado o deteve.

- Lucille? – ele sussurrou ainda surpreso.

Ela não respondeu, em vez disso se debruçou ainda mais sobre o corpo dele, o tocando com devoção e desejo, e antes que ele tentasse a impedir de alguma forma ou dissesse algo Lucille o beijou com intensidade, da forma como desejara fazer desde que o encontrara depois de todos aqueles anos.

Lucille levou as mãos até o rosto dele, o mantendo próximo a si, temendo que ele a rejeitasse novamente, mas para seu alivio ele não a afastou, a correspondeu com o mesmo desespero que ela.

- Senti tanto a sua falta. – ela sussurrou quando o sentiu se afastar.

- Lucille, isso não é certo... – Thomas comentou ofegante.

- Eu não gosto do certo. – ela voltou a beijá-lo. – O certo nunca nos fez bem.

Ele queria resistir, a e expulsar do seu quarto, mas ele nunca conseguiria. Quando Lucille queria algo, ela conseguia. No passado era assim, e algo lhe dizia que ainda era, e além do mais ele nunca conseguiria resistir a ela, concluiu isso naquele momento enquanto Lucille se esfregava nele e fazia o autocontrole que ele havia manifestado horas atrás ir as favas.

- Isso é errado. – ele sussurrou ainda tentando se apegar ao fio de sanidade que existia em seu ser.

Lucille não o respondeu, apenas continuo o tocando, descendo seus beijos pelo pescoço dele, ela sabia que ele estava tentando se controlar, mas ela sabia que aquilo não duraria, ele precisava dela, assim como ela dele.

Sua consciência brigava com seu desejo de anos e quando Thomas deu por si já havia jogado o corpo da irmã na cama e se debruçado sobre ela, a sufocando com seus beijos. Naquele momento a sua consciência era irrelevante perante o desejo de tomá-la.

Thomas começou a levantar camisola dela bruscamente, Lucille por sua vez se agarrou a ele, braços e pernas se entrelaçaram à medida que ambos tentavam se livrar das roupas que os impediam de concretizarem seus desejos.

Com urgência ele rasgou as roupas intimas dela, abriu suas coxas e se enterrou ali.

Sua primeira investida a fez arquear e aquilo pareceu aumentar a onda de desejo que o envolvia. Thomas a penetrava devagar, muito devagar, se deliciando com a sensação de possuí-la depois de tantos anos, avançando, retrocedendo, ansiando que ela sentisse o quanto ele a desejava, ele queria a levar à loucura.

Lucille se contorcia debaixo dele, era aquilo o que ela queria, o desejava com urgência, precisava senti-lo depois de todos aqueles anos. Precisava dele para viver e como era bom tocá-lo.

Ele abriu ainda mais as pernas dela, acelerando o ritmo. Seu quadril batia com força contra ela e os braços dela se agarraram a ele com mais força quando alcançou o seu clímax mais cedo do que esperava, seu corpo vibrava contra ele. Thomas se manteve firme contra ela, como se desejasse adiar seu próprio prazer, tarefa que se tornou difícil com Lucille se contorcendo abaixo de si.

Aquele era o paraíso para ele, para Lucille era a conclusão de seus planos, os primeiros que vieram a sua mente desde que sairá daquele lugar horrível em que estava presa. Agora só faltava dar um sumiço na maldita Sophie, e depois ela poderia se preocupar com o futuro da família. 

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⏰ Última atualização: Oct 23, 2016 ⏰

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Incondicional (Fanfiction - A Colina Escarlate)Onde histórias criam vida. Descubra agora