A Seleção

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Não existe palavras para agradecer aos comentários e as favoritações que recebi com apenas dois capítulos publicados.

Boa leitura :)

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Acho que nunca ri tanto em minha vida como ri na noite passada. Embora a tequila tenha sido a grande amiga do efeito Clarke-pode-se-divertir, devo dar os meus singelos agradecimentos a Bellamy Blake.

Certo. Eu estava errada, okay? Há coisas realmente interessantes nele além de toda aquela aparência sensual, perigosa e brutal. Bellamy é engraçado e parece se dar muito bem com Raven. Ambos dividem aquele humor negro e sombrio que mesmo quando parece se tratar de uma ofensa, é divertido. E eles sabem como se divertir. Lembro de sairmos do clube para dentro de uma vã conjunta quase quatro horas da manhã, rindo como três condenados enquanto um casal de paparazzis estalava os flashs em nossas caras. Prometi a mim mesmo que guardaria a raiva para o dia seguinte e não naquele momento. Porque naquela exato momento, eu estava feliz demais para me preocupar com as consequências da fama, a que deve aterrorizar ou excitar toda celebridade: exposição. Minha vida é uma obra exposta, as pessoas fazem fila, tiram fotos, comentam e depois partem para a outra. Mas sempre tem alguma coisa que um convidado inoportuno notou para chamar a atenção dos que já passaram. É o tal do ciclo vicioso que Lincoln faz questão para aprendermos. Vender álbum infelizmente nem sempre é sinônimo de talento escandaloso. Vender, às vezes, só tem a ver com escandaloso mesmo, o seu rosto mirado na mídia quase sempre ou o suficiente para ser conhecido. Do sentido que se o seu rosto estiver estampado em algum tabloide, já é bom para os negócios.

De alguma forma inusitada, também não me lembrei do endereço do meu apartamento, da mesma forma que Raven também não recordou, por isso acabamos parando no prédio da banda, o enorme e centrado no interior do coração de NY. Naquele momento, nos despedimos de Bellamy. Fiz questão de ordenar ao motorista que levasse nosso querido convidado aos seus aposentos, em algum lugar da cidade claro.

Depois desse episódio, não me lembro de mais nada.

Acordo com o peso de Raven todo sobre mim, sua mão abraçando minhas pernas e o dedo comprido do seu pé cutucando o meu queixo. A visão não é a das mais bonitas. Na tentativa de me livrar do corpo de Raven, eu me empurro para o lado, quando sou amparada pelo piso gélido do nosso apartamento. No chão, sem forças e com a cara amassada, eu me deito, dando-me por vencida.

- Trouxe café amargo. - escuto a sintonia aguda do salto alto de Octavia no piso de linóleo misturando-se ao som grave e rouco da sua voz. Ergo apenas as sobrancelhas para vê-la se agachar e me passar a xícara. - Sua cara tá horrível, princess!

Faço uma careta, mas consigo me mover o suficiente para beber o líquido. Parece que uma escola de samba faz seu show de carnaval dentro da minha cabeça. Prometo, pelo amor que tenho a minha sanidade, nunca mais aceitar tequila de Raven Reyes.

- Raven! - Octavia rumoreja, sempre com a melhor das intenções. - Raven? Raven?!

- MAS QUE PORRA É ESSA?

- Não é porra, é Octavia. Melhor acordarem depressa, vocês têm menos de duas horas para estarem prontas para a entrevista hoje no programa.

A nomeação "entrevista" me dá um solavanco. Engulo o líquido em sete segundos e me arrasto até o banheiro mais próximo. A melhor parte de ser uma celebridade, é poder contar com uma equipe que te transforma em alguém disposto as sete e meia da manhã depois de uma madrugada alucinada após vários drinks de tequila. Só Deus sabe o que deve estar escrito nas revistas e nos sites de fofocas.

Em meia hora, Lincoln conseguiu reunir todo o grupo no centro da sala, não muito feliz em ver que apesar dos esforços da unidade de beleza contratada, ainda estamos com a aparência de quem amassou a cara no asfalto.

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