Capítulo 3

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24 de Dezembro de 2015, às 20h25.

Desde aquele dia de chuva, Kyungsoo sempre voltou à cafeteria, encontrando Jongin todos os dias atrás do balcão. Com o passar do tempo, Kyungsoo deixou de se acomodar nas mesas. Agora sempre que chegava, o menor iria direto para o balcão e sem precisar pedir, Jongin lhe faria um mocha latte, então os dois conversariam até que Jongin precisasse de ocupar com alguma outra coisa, ou até que Kyungsoo fosse embora e voltasse no dia seguinte, repetindo tudo mais uma vez. Porém, naquele dia 24 de Dezembro, Kyungsoo fugiu dessa sequência indo se sentar em uma mesa distante, o que deixou Jongin realmente frustrado.

Ele esperou um pouco, achando que Kyungsoo pudesse mudar de ideia, mas ele não olhava para outra direção que não fosse para a janela da cafeteria congelada de neve. Bom, mas aquele detalhe não podia impedir o plano de Jongin, por isso o garoto de adiantou em preparar um café - incluindo um desenho de pinheiro de chocolate - para Kyungsoo e ir até a mesa onde o menor estava sentado. Enquanto fazia isso, Jongin esperou que ele notasse sua presença, mas Kyungsoo não desviou os olhos da janela.

Quando deixou o café em cima de sua mesa, Jongin se sentou em uma cadeira a frente.

- Contemplando a neve lá fora? - Jongin perguntou assustando Kyungsoo, que quase esbarrou no café, mas Jongin o afastou um pouco, depois o empurrou de volta - Está tão frio que se não tomar nada é capaz do seu cérebro congelar.

- Ah - Kyungsoo riu sem graça, abrindo um pouco mais o sorriso quando viu o pinheiro de chocolate - Oi, Jongin. Obrigado pelo café.

Jongin não disse nada, apenas ficou observando Kyungsoo como se esperasse alguma resposta, foi quando o menor percebeu que ele poderia estar questionando o motivo dele ter sentado longe do balcão aquele dia.

- Desculpe não ter ido até o balcão para te cumprimentar - ele disse envolvendo a xícara de café com as mãos, podendo senti-las mais quentes.

- Talvez eu te desculpe de me disser o motivo de estar tão feliz hoje - Jongin estava um pouco desconfortável, pois agora, Kyungsoo olhava mais uma vez para a janela cheia de neve - Mais do que nos outros dias. Você está quase corando.

Aquele última frase fez Kyungsoo realmente corar, levando as mãos até as bochechas na intenção de diminuir a temperatura em seu rosto. Aquilo causou estranha ansiedade em Jongin.

- Eu pareço tão óbvio assim?

- Por quê? - de repente, o sorriso de Jongin foi sumindo enquanto sua cabeça ligava os pontos. Desde que se tornaram amigos, aquela era a primeira vez que Kyungsoo se sentava longe de Jongin, e mesmo que estivesse na cafeteria, sua atenção estava apenas no lado de fora, ele sorria e ria mesmo sozinho em uma mesa e corava com certas perguntas. Foi como ser puxado para debaixo da terra ou ter seu coração arrancado à força quando Jongin percebeu que Kyungsoo estava em um encontro - Está... esperando alguém?

Ele tentava ao máximo não mostrar que estava decepcionado, mas seu esforço fez suas mãos começarem a tremer; Jongin logo as escondeu debaixo da mesa.

- Estou. Parece que eu não sei mesmo disfarçar, não é? Mas... é apenas um rapaz do meu trabalho - ao mesmo tempo em que parecia desconfortável, Kyungsoo também estava muito feliz, e então, voltou a olhar para a janela - E você? Com quem vai passar o Natal?

Suas mãos ainda tremiam, mas Jongin tentou ignorá-las para pensar na melhor desculpa que conseguia.

- Ah, o pessoal da cafeteria resolveu sair depois do expediente - mentiu com um sorriso forçado - Estou pensando em ir junto.

Nunca ver Kyungsoo sorrir chateou tanto o coração de Jongin, pois não seria com ele que o menor teria um encontro e não era com ele que Kyungsoo estaria tão feliz em passar o Natal.

Quando Kyungsoo voltou a olhar para Jongin - talvez dissesse alguma coisa - mais um cliente entrou na cafeteria e aquela foi a deixa para que o maior saísse de lá. Seu plano de convidar Kyungsoo para passar o Natal com si acabara de ser esmigalhado junto com o que restava dentro de seu peito.

Depois de sair dali, Jongin permaneceu no balcão, sem arrumar nada dessa vez.

A Little BraverOnde histórias criam vida. Descubra agora