Capítulo 9

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25 de Dezembro de 2015, às 00h30.

Os dois caminhavam lentamente, lado a lado, saindo do parque.

Kyungsoo olhava Jongin com o canto dos olhos o tempo todo, esperando que ele dissesse alguma coisa e iniciasse uma conversa, pois nem ele mesmo estava com coragem para isso. Ouvir Jongin se confessando causou estranha euforia no coração de Kyungsoo, que durante toda a caminhada, não conseguiu se acalmar. Era quase possível ouvi-lo bater enquanto andava.

Por quanto tempo aquele sentimento existiu em Jongin? Quantas vezes Kyungsoo teria ido até a cafeteria sem sequer perceber os sentimentos do seu amigo? É normal ter tantas perguntas em sua cabeça? Por que eu me sinto tão ansioso?

Jongin escondia suas mãos dentro do casaco, e de repente, um pensamento meio louco passou pela cabeça de Kyungsoo. Do mesmo jeito que havia feito antes, aquela não seria uma boa situação para que ele segurasse a sua mão? O menor sentiu o rosto queimar com tal pensamento. Quem ele estava querendo confortar propondo aquilo?

- Nós deveríamos fazer uma promessa? - Jongin perguntou de repente.

- Que tipo de promessa?

Jongin parou de andar e se virou para Kyungsoo, fazendo-o ficar no mesmo lugar também.

- Não esqueça que somos amigos, mesmo depois de ouvir tudo o que eu disse, não encare as coisas diferente por causa disso.

- Você não precisa me fazer prometer isso, Jongin - disse Kyungsoo - E me desculpe se estou tão quieto, eu ainda me sinto um pouco confuso com tudo isso.

Na verdade, está meio difícil de lidar, pois ninguém nunca se confessou para mim dessa maneira. Meu corpo está tendo reações que eu não sei se posso considerar normais.

- A área de patinação ainda está aberta - Jongin disse apontando para a pista de gelo à esquerda deles, onde ainda várias pessoas se divertiam, um pouco longe de onde estavam - Era minha primeira opção de lugar para onde poderíamos ter ido, mas achei... que pudesse ser desconfortável para você.

- É... você acertou - disse Kyungsoo - Eu não me sentiria bem com tantas pessoas envolta de mim. Mas agora parece divertido.

- Poderíamos ir um dia? - Jongin propôs, animado.

Kyungsoo assentiu com um pequeno sorriso no rosto enquanto Jongin o fitava, parecendo haver muita curiosidade em seus olhos escuros. Depois de um tempo, o menor desviou o olhar, se sentindo desconfortável por Jongin ainda o estar encarando sem dizer nada.

- A touca está torta - Jongin disse sorrindo.

Kyungsoo tentou arrumá-la no lugar, mas não sabia onde estava errado. A sua frente, Jongin se aproximou e retirou a touca totalmente de sua cabeça, logo colocando-a de volta depois de tirar um pouco de neve da lã.

Jongin ainda segurava as pontas do tecido, deixando-as presas em seus dedos enquanto fitava Kyungsoo.

O menor pensava em qualquer coisa que mudasse aquela situação e tirasse o calor de dentro do seu peito quando ouvir Jongin dizendo:

- Kyungsoo... - ele hesitou um pouco antes de continuar - Quando eu fui até a sua mesa... se eu tivesse te convidado para sair... Você teria aceitado?

A resposta apareceu rápido em sua cabeça, mais do que Kyungsoo imaginava, talvez porque ela sempre estivera ali, o que o fez enrubescer.

Kyungsoo assentiu.

A touca continuava segura em seus dedos quando Jongin engoliu em seco, sentindo uma grande agitação dentro de si enquanto olhava nos olhos de Kyungsoo e notava os detalhes de sua face, demorando muito mais tempo em seus lábios rosados. O que estou pretendendo fazer? É certo o que estou pensando, eu deveria fazer isso? Jongin, você conseguiu aguentar até agora, não é hora de ter recaídas. Ele ter assentido não significa nada, não é?

Por que parecemos perder a racionalidade nesses momentos? O cérebro desliga e não podemos mais pensar? Mas acredite, se o coração pudesse pensar, ele pensaria.

Jongin puxou a touca para frente, aproximando lentamente o rosto de Kyungsoo do seu. O menor arregalou um pouco os olhos, mas não se afastou, e isso o desconcertava completamente. Eu sei que posso me mover, mas eu simplesmente não quero fazer isso. Ele via Jongin se aproximando sem desejar sair do lugar. Eu deveria estar me sentindo assim?

Kyungsoo fitou os lábios a sua frente e fechos os olhos, esperando, até que os seus se encontraram com os de Jongin, e por um momento, ele não quis mais pensar nos questionamentos dentro de sua cabeça.

O que está acontecendo? Kyungsoo se perguntaria, mas a única coisa que conseguia sentir, era o coração bater descontrolado. Assim como o de Jongin, igualmente afoito.

Depois de um momento, veio o choque de realidade. Jongin abriu os olhos e se afastou de Kyungsoo, se virando de costas para o menor. Estava envergonhado e com uma das mãos da cabeça. Atrás de si, Kyungsoo sorria, um estranho sorriso que insistia em ficar ali.

- Céus, eu me sinto um pervertido - Jongin disse com os olhos arregalados e uma das mãos tampando a boca.

Ele se virou de volta para Kyungsoo que tratou de sumir com o sorriso rapidamente.

- Desculpe, Kyungsoo! - Jongin disse rápido. Seu rosto estava completamente vermelho. Ele realmente beijara Do Kyungsoo, ele realmente fez isso. É incrível como seus lábios têm uma textura tão boa... Pensar nisso o deixava ainda mais enrubescido - Eu não queria ter feito isso! Não... quer dizer, eu queria, mas eu deveria ter...!

- Está tudo bem, Jongin - disse Kyungsoo - Se eu realmente te achasse um pervertido, já teria chamado a polícia.

Ele está sorrindo agora? Ele está realmente sorrindo com o que aconteceu? Jongin perguntava dentro de sua cabeça, vendo o sorriso crescendo nos lábios de Kyungsoo.

- Você não disse que iria me acompanhar até em casa? - o menor perguntou tirando Jongin de seus devaneios.

Kyungsoo voltou a andar e logo, Jongin se colocou ao seu lado, olhando-o com o canto dos olhos enquanto caminhavam. O maior se sentia extremamente feliz e, ao mesmo tempo, muito idiota por isso. Desde que se lembrava, Jongin aprendeu que nunca era uma coisa boa criar muitas expectativas. No entanto, apenas dessa vez, talvez fosse certo ter alguma.

A Little BraverOnde histórias criam vida. Descubra agora