Capítulo 27

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 Quando a vi nos braços de Dylan o ar faltou em meus pulmões, eu não podia acreditar, nunca imaginei que sentiria sua respiração junto a min; quando a peguei em meus braços pela primeira vez precisei que as mãos dele me sustentassem pois eu não podia estar mais trêmula.

- Dylan, ela é tão linda...

- Muito parecida com você meu bem...

- E ela parece tão tranquila . Disse quando finalmente meus braços deixaram de tremer.

- Eu acho que ela estava esperando por esse dia amor...

- Ela está bem? Perguntei a enfermeira que havia acabado de entrar.

- Sim senhora  Avery, não poderia estar melhor.

   Quando ela deixou o quarto, passamos um longo tempo  juntos , eu e ele admirando a beleza daquele momento; eu poderia segurá-la o dia  todo e não ia  cansar no entanto eu ainda tinha os resultados dos meus exames e precisava saber que esse  fantasma não me assustaria mais.

- Amor, elas vão colocar o berço dela aqui no quarto com você , então não precisa fazer essa carinha e também você vai ter muitos momentos com ela em casa.

- Casa... Será que eu vou poder voltar logo?

- Vamos esperar a dr.Joe só ele vai nos dar essa resposta.

- Bom dia irmã ! Kol adentrou o quarto com um buque de rosas roxas e o meu sorriso se iluminou.

- Ahhh Kol...

- Que saudades, caramba, você não pode se ausentar por tanto tempo Anna já fala frases completas agora, meio rebuscadas mais completas e ela pergunta por você todos os dias, até parei de traze-lá  porque ela sempre insistia pra que eu te acordasse...

- Meu irmão, por  favor não pare... É tão bom ouvir sua voz... Disse entre lágrimas.

- Não, não fique assim vai ficar tudo bem agora. Você já a viu?

- Sim, tão linda...

- Se parece com você quando nasceu, do jeito que eu me lembro.

-É sério?

- Sim, as mesmas covinhas, pele rosada e os fios loiros enchendo a cabeça.

- Isso soa tão...

- Anna! Nós dois falamos juntos...

- Mas alguma coisa minha ela  tem que  ter não é?  Disse Dylan em tom de humor.

- É não é Avery, infelizmente pelo nariz não podemos  negar que seja sua filha.

- Kol, não fale assim... Repreendi.

- Agora eu acho que você deveria descansar um pouco.

- Eu concordo. Dylan disse.

- Você deve estar cansada. 

- Ahhh Kol, eu passei dois meses dormindo e vocês ainda me  mandam dormir...

- Querida, teremos todo tempo do mundo. 

- Okay.

- Eu volto amanhã irmã , se você já não estiver em casa.

- Seria meu maior sonho.

         Quando eles saíram do quarto, não entendi porque mais realmente estava começando a ficar cansada, deitei a cabeça no travesseiro e de repente...Paz outra vez.

- Bom dia , lady... Dylan falou sentado do outro lado do quarto.

- Eu adormeci não foi?

- Sim, você tinha  remédios pra tomar mas eles te deram na veia, dr.Joe disse que não haveria problema. Já já devem estar trazendo seu café.

- Tenho um dia cheio hoje não é?

- Sim, mas isso tudo é necessário pra que você possa voltar logo pra casa.

- Você avisou a todos?

- Sim, minha mãe tinha acabado de ir pra casa, ela esteve aqui todo esse tempo...

- Todo?

- Sim, e ela está radiante.

  Depois que tomei meu café da manhã e tomei banho seguimos pra o consultório do dr. Joe para o prognóstico.

- E então, como se sente? Ele perguntou.

- Bem apesar de algumas dores e uma fraqueza  eminente.

- Sobre as dores, vamos começar uma fisioterapia pra resolver e a fraqueza... Os seus exames apresentaram um quadro de anemia inicial mas que pode facilmente ser resolvido com remédios e uma alimentação certa. Algum incomodo em comer?

- Não, nenhum.

- Dor de cabeça ou distorção da realidade?

- As vezes faço umas perguntas como se  coisas passadas fossem de agora, ou seja, pergunto por coisas que devem ter acontecido a dois meses atrás como se ainda fossem acontecer agora mas nada disso interfere na minha sobriedade.

- Ok eu entendo e isso é completamente normal. O resto dos  resultados não apresentaram nenhum problema que possa te fazer  ter que permanecer internada aqui.

- Então eu já posso ir embora?

- Ainda não, precisamos de você aqui uns dias ainda pela fisioterapia.

- Tudo bem então, respondi frustrada.

    O resto da semana passou lentamente entre sessões dolorosas de fisioterapia e fonoaudiologia mas felizmente a sexta estava chegando ao fim e eu mal podia esperar pra deitar na minha king size e me prender ao conforto da minha casa...Casa lugar que jamais pensei que voltaria um dia, ainda não podia acreditar que todos os projetos que colocamos em mente tudo que sonhamos seria possivél de se concretizar e que eu tinha conseguido passar por tudo isso, o apoio que eu recebi de todos, a família que eu construí nesse momento tão difícil ... Ao olhar aquela pequena menininha deitada em um berço do meu lado, tudo havia sido por ela,e cada vez em que  eu a colocava em meus braços e sentia sua respiração junto a min toda dor que eu senti, todos os momentos de angústia se erradicavam, um ser  tão inocente sedento de cuidados e pronto para amar incondicionalmente e que eu com certeza farei sempre o que estiver a meu alcance pra ver bem.




Destinos Cruzados (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora